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Distante de uma bolha, mercado muda de perfil

Marili Ribeiro

O montante financiado para a compra de imóveis no país teve um acréscimo de 32% ao pular de R$ 82,8 bilhões, em 2012, para R$ 109,2 bilhões, no ano passado. A perspectiva é crescer mais 15% este ano. O valor global de vendas de unidades residenciais somente na cidade de São Paulo, o maior mercado do país, totalizou R$ 19,1 bilhões em 2013. Foram lançadas 33,2 mil unidades e vendidas 33,3 mil na capital paulista. Ou seja, faltou produto para atender à procura. Essa demanda elevou o preço do metro quadrado ante o ano anterior em 8,4%, já descontando o aumento do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) do período. Diante de tal gigantismo é bom que o setor não degringole. Daí o incômodo quando se especula sobre a formação de uma bolha.

“Estamos longe dessa configuração”, enfatiza Flávio Prando, presidente em exercício do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP). “A curva de oferta e de demanda está em sintonia no Brasil. A produção gira em torno de 30 mil unidades por ano, e a venda é compatível com isso. Não há bolha. Desenhamos para 2014 um cenário de estabilização. Não há nem mesmo expectativa de redução de preço. O que vai acontecer é que o valor do metro quadrado deve acompanhar a inflação”.

Há um discurso entre potenciais compradores e investidores de que, após Copa do Mundo, os preços dos imóveis vão cair porque o mercado se ajustaria aos novos padrões econômicos mais tímidos. Mesmo que longe do caos, a zona de conforto que o setor imobiliário viveu nos últimos anos não se sustentaria mais no mesmo patamar. A inflação preocupa e o PIB cresce pouco. O que favorece a venda especificamente de imóveis residenciais é que não falta dinheiro para os financiamentos, não houve queda na renda das famílias nem subiram os índices de desemprego. O problema se concentra no segmento de imóveis comerciais, onde a construção de escritórios, galpões e shoppings ficou acima da capacidade de absorção do mercado. “Esse braço dos negócios imobiliários vive um momento de reflexão e arrumação da casa”, pondera Prando.

Mesmo que não venha a faltar dinheiro para financiamento residencial, esse mercado demonstra disposição de mudança de tipologia em relação aos lançamentos em São Paulo entre 2004 e 2012. Se, nos últimos oito anos, os imóveis com quatro ou mais quartos somavam 20% do portfólio das construtoras, em 2013 esse porcentual caiu para 6%. Já as unidades de um quarto subiram para 28% dos lançamentos, ante 8% da oferta nos anos anteriores. Os imóveis de dois e três quatros praticamente mantiveram os mesmos patamares de 40% e 26%. “Há uma clara tendência de se concentrar a oferta em apartamentos menores, porque é o que os clientes estão procurando”, diz Mirella Parpinelle, diretora de Atendimento da Lopes.

“Nos últimos dois anos, o perfil de oferta vem mudando, com mais ênfase aos apartamentos menores para jovens executivos, em regiões centrais, já que mobilidade é uma questão relevante para as pessoas que vivem em grandes cidades”, afirma Mirella. Outros fatores relevantes são o aumento de renda na base da pirâmide social, o alargamento do prazo de financiamento para até 30 anos e taxas de juros mais baixas para financiamento.

Mas as recentes altas dos juros podem ser um problema. Bruno Gama, diretor geral da CrediPronto, acredita que todos os bancos vão ajustar as taxas. “A rentabilidade da operação pediu um aumento”, afirma. “Mas não acreditamos que haja perda de volume de negócios por conta desse pequeno ajuste”. De acordo com ele, há uma mudança de comportamento na contratação de crédito. “Nos últimos anos, estava concentrada em bens de consumo não duráveis, mas o brasileiro começa a perceber que é conveniente sair do curto prazo e contratar o de longo prazo, como é caso imobiliário”.

Já em bairros valorizados de São Paulo, o aparecimento das placas de vendas de apartamentos indicam que a alta dos preços estimulou um movimento de venda nos “bairros desejáveis”.

Hotel Bragança, em breve, voltará à paisagem da Lapa

A imponente fachada do Bragança, erguida em argamassa, será restaurada

Laura Antunes

A imponente fachada do Bragança, erguida em argamassa, será restaurada Foto: Terceiro / Divulgação

Tendo os olhos de quem circula pelo coração da Lapa como testemunhas, um exemplar da arquitetura remanescente do Rio Antigo se transformou em ruínas ao longo das últimas décadas. Do Grande Hotel Bragança, construção de 1906, restou apenas a fachada, em estado deplorável. Mas os tempos de decadência terminam por agora se o anúncio feito, há dias, por um grupo de investidores brasileiros e estrangeiros for cumprido no prazo prometido: dos escombros surgirá, em 18 meses, um complexo hoteleiro de três e quatro estrelas, cujo projeto prevê a restauração total do antigo prédio, de estilo eclético, integrante do Corredor Cultural do Centro.

O projeto, antecipado por Ancelmo Gois, começa a sair do papel. Operários já fazem o escoramento de paredes. O imóvel, de cinco pavimentos (com pé-direito duplo), abrigará 14 unidades de luxo. Entre as duas cúpulas do telhado (de madeira e recobertas com folhas de zinco), haverá terraço e bar.

— O projeto representa um momento importante para a cidade, especialmente para a Lapa, pois vai recuperar um patrimônio importante. A história do hotel é interligada à do Rio — festeja o presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Washington Fajardo.

Nos fundos do terreno será construído um anexo, de nove pavimentos, com 106 unidades e terraço. Mas esse edifício não ficará mais alto do que o imóvel antigo nem ficará geminado. A ideia é fazer um jardim entre os dois prédios.

— O anexo vai dialogar com o prédio histórico. A fachada ganhará uma marca d’água reproduzindo a frente do antigo Grande Hotel Bragança — adianta o arquiteto Manuel Fiaschi, da a+ Arquitetura, que coordena o projeto do complexo.

A reabertura do hotel, que hospedou no passado personalidades históricas (Noel Rosa e Di Cavalcanti entre elas), leva à pergunta: o nome será mantido? Os responsáveis pelo empreendimento adiantam que “Bragança” e “Lapa” devem ser incluídos. O grupo por trás da compra do hotel não fala em cifras nem divulga quem são os investidores até a escolha da bandeira que administrará o estabelecimento.

O prédio, fechado desde os anos 40, foi invadido na década de 90 e desocupado em 2010. Com uma dívida de IPTU de R$ 2,5 milhões, foi leiloado pela prefeitura.

Mas, de todo o projeto, a cereja do bolo é a restauração do prédio antigo, erguido em argamassa, estrutura em blocos de pedras e tijolos maciços. A fachada exibe adornos, janelões de madeira e serralheria. Para coordenar a missão está o engenheiro Erik vonUslar, da empresa Concrejato, de restaurações e retrofit.

— Será um trabalho artesanal. Trata-se de uma joia — derrete-se o engenheiro.

SP: prédio novo e reformado deve ter vaga para bikes

Agência Estado

A partir de agora, os prédios de São Paulo terão de oferecer estacionamento para bicicletas. Um decreto publicado nesta quarta-feira, 29, pelo prefeito Fernando Haddad (PT) estabelece que toda edificação nova ou que for reformada na cidade deverá dispor de vagas para guardá-las. Anteriormente, não havia nenhuma exigência municipal nesse sentido.

Segundo a nova regra, o espaço mínimo para o acondicionamento das bikes é de 1,8 metro de extensão. Já a altura da “garagem” não pode ser inferior a 2 metros. A norma, que já está vigorando, regulamenta uma lei assinada em dezembro pelo então prefeito Gilberto Kassab (PSD).

A Prefeitura informou que a emissão do alvará de aprovação e execução da obra fica vinculado ao cumprimento desta determinação.
O decreto também especifica características como localização e acessibilidade. As vagas para bicicletas precisam ficar isoladas das áreas destinadas a carros e motos, além de ser instaladas “no piso mais próximo do logradouro público” para facilitar o deslocamento dos ciclistas até o ponto de parada.

As únicas edificações dispensadas de obedecer à nova obrigação são as que não têm estacionamento e estão em ruas onde é proibido o tráfego de bicicletas. O responsável pela obra precisa instalar suportes para prender as bikes no prédio a uma distância mínima de 75 centímetros uns dos outros. O interessado deverá indicar como será a “garagem” no momento da aprovação da planta da obra na Prefeitura.

O diretor de Condomínios do Sindicato da Habitação (Secovi), Sérgio Meira de Castro Neto, afirma que, embora a entidade apoie a iniciativa, “não vai ser fácil” aos condomínios, principalmente residenciais, se adaptarem a ela. “Os espaços de garagem hoje estão no limite, as vagas são pequenas, apertadas. Creio que tudo isso dificultará (a mudança).”

Cicloativistas ouvidos pela reportagem aprovaram a regulamentação da lei. Para Renata Falzoni, houve uma “quebra de paradigma”. Willian Cruz, por sua vez, afirmou que agora os ciclistas da capital passam a ser respaldados por um instrumento legal para reclamarem o direito de estacionar as bicicletas nos edifícios.

Contudo, ele lamenta que a medida só seja válida para os prédios novos ou os que sofrerem reformas, ou seja, terá alcance limitado. “Já é um começo, ajuda. A falta de espaço para estacionar é um dos empecilhos que dificultam o deslocamento de bicicleta na cidade. Às vezes, a pessoa que tem bicicleta vai de carro porque o lugar de destino não oferece vaga para a bike.” Isso, diz, é comum em estabelecimentos como restaurantes e casas noturnas.

Uma crítica feita por Renata à regulamentação da lei é que ela vincula o número mínimo de vagas para bicicletas à quantidade de vagas oferecidas para carros em determinado local. No caso dos estacionamentos privativos com até cem vagas, o porcentual reservado para bikes é de 10%. Entretanto, nas garagens com mais de 100 vagas, essa taxa cai para 5%. “O tamanho do bicicletário deveria ser vinculado à área construída da edificação e ao número de apartamentos ou unidades”, opina a cicloativista.

Nesse sentido, Cruz – que mantém o blog Vá de Bike (www.vadebike,org) – observa que a medida peca por condicionar a existência do bicicletário à presença de um estacionamento para veículos automotores. Além disso, pondera que a regulamentação não estabelece qual o tipo de suporte para guardar as magrelas. “Dependendo do modelo, ele pode acabar estragando a roda, como aquele que se parece com gancho de açougue. Seria legal se a Prefeitura tivesse indicado o suporte que segura a bicicleta pelo quadro, o menos danoso ao equipamento.”

Renata sustenta que moradores com bicicleta ainda podem enfrentar resistência de condomínios para guardá-la na garagem. “Essa lei ajuda em eventual negociação com síndicos retrógrados, que não são incomuns. Isso pelo menos no caso dos prédios novos ou reformados a partir de agora, posto que a lei não se aplica a edificações antigas.”

Plano Diretor de SP será apresentado dia 26 de março

Em debate na Câmara Municipal de São Paulo desde o final de setembro, o novo texto do Plano Diretor Estratégico (PDE) será apresentado na próxima quarta-feira, 26 de março, pelo vereador Nabil Bonduki, relator do projeto.

A data, assim como uma proposta indicativa de calendário foi anunciada na reunião da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente, nesta quarta-feira, 19 de março.

O relator irá discutir o novo texto com os vereadores da comissão nesta semana, e pretende aprová-lo no dia da apresentação. “Iremos buscar consensos, pois este será um substitutivo da Comissão”, disse.

De acordo com Nabil, após a aprovação, serão realizadas algumas audiências públicas temáticas, quatro macrorregionais e uma grande audiência nos dias 5 e 6 de abril, no Centro de Convenções do Anhembi.

Em apresentação na quinta-feira, 20 de março, aos membros do Conselho da Cidade e Conselho de Política Urbana, o relator apresentou algumas mudanças propostas. “A cidade precisa continuar produzindo para continuar crescendo e o Plano vem para planejar esse processo, para que ele possa regular a produção para o interesse social”, disse Nabil.

A tramitação do projeto

Durante o primeiro semestre de 2013, a prefeitura de São Paulo, após debates e audiências públicas, encaminhou à Câmara o projeto, que foi entregue pelo prefeito Fernando Haddad, em setembro de 2013.

A partir de então, o projeto passou por uma série de debates com a sociedade. Entre outubro e dezembro de 2013, ocorreram 44 audiências públicas, temáticas e regionais, em todas as subprefeituras da cidade.

Para o relator, esse processo foi fundamental para compreender as necessidades da cidade. “O Plano Diretor não é de um governo, é da sociedade; e vai orientar este e os próximos dois governos. Então, é muito importante que ele tenha amplo apoio da sociedade e dos vereadores”, afirmou Nabil.

Após as audiências públicas, Nabil e sua equipe técnica elaboraram um texto substitutivo que, após ser apresentado na próxima semana, deve passar por duas votações no plenário da Câmara Municipal e seguir para sanção ou veto do prefeito Fernando Haddad.
Veja abaixo algumas das mudanças propostas no novo Plano Diretor.

Criação da zona rural

Após 12 anos de extinção, a zona rural, no extremo-sul da cidade, será recriada e abrangerá 25% do território paulistano. Segundo Nabil,o objetivo é “conter a expansão horizontal da cidade e fazer essas áreas serem melhor utilizadas, criando emprego e renda com atividades que garantam a preservação do meio ambiente, como a agricultura orgânica e o ecoturismo”. Leia mais: http://cidadeaberta.org.br/substitutivo-do-plano-diretor-propoe-retorno-da-zona-rural-de-sao-paulo/

Território cultural

Será criado um território cultural que liga o centro, à Avenida Paulista. A área demarcada como território cultural concentra um grande número de espaços culturais que podem ser enquadrados com ZEPEC APC (zonas especiais de preservação cultural), cujo objetivo é resguardar locais com importância para a cultura da cidade, evitando seu fechamento, como aconteceu com o Cine Belas Artes, na Rua da Consolação, que será reaberto em maio. Leia mais: http://cidadeaberta.org.br/plano-diretor-preve-territorio-de-protecao-cultural-que-liga-o-centro-a-paulista/

Evitar imóveis ociosos

Imóveis desocupados próximos às zonas destinadas a moradias populares e nos eixos de mobilidade, como nas Marginais e nos corredores de trem, ônibus e metrô, terão IPTU mais caro. “Isso é para forçar que um terreno não fique ocioso ou subutilizado e que o proprietário o utilize apenas para especulação imobiliária. Com isso, queremos baixar o preço dos terrenos, aumentar a produção habitacional e estimular mais a economia da cidade”, afirmou Nabil. Leia mais: http://cidadeaberta.org.br/imoveis-desocupados-proximos-a-linhas-de-metro-e-onibus-terao-iptu-mais-caro/

Habitação Popular

Novas Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social) serão criadas, ampliando áreas nas quais é incentivada a construção de habitação popular. Além disso, a maioria das áreas serão destinadas principalmente às famílias com renda de até 3 salários mínimos. A habitação do mercado popular, antes destinada a famílias com renda entre 6 e 16 salários mínimos,agora atenderá famílias com renda entre 6 e 10 salários mínimos.

Além da ampliação das Zeis, o novo texto do Plano Diretor contempla a habitação de interesse social por meio da regulamentação da Cota de Solidariedade, que cria condições para que sejam definidos mecanismos de contrapartida para o licenciamento de grandes empreendimentos imobiliários ou projetos urbanos, visando a função social da propriedade e da cidade e da vinculaçao de 30% dos recursos do FUNDURB para a compra de terra para habitação popular.

Aproximar moradia e emprego

O novo mapa de Zeis pretende aumentar o número de residências no centro, ao mesmo tempo em que haverá incentivo para que empresas sejam instaladas nas regiões periféricas, aproximando moradia de emprego.

Moradia mais barata no centro

A outorga onerosa, imposto no qual o proprietário paga para construir entre o gratuito e o máximo permitido pela lei, será mais cara no centro, desestimulando a construção de imóveis comerciais, enquanto os residenciais serão barateados, principalmente para famílias com renda de 6 a 10 salários. Leia mais: http://cidadeaberta.org.br/substitutivo-do-plano-diretor-preve-habitacao-popular-no-centro/

Prédios mais baixos

Construção de prédios com mais de oito andares só serão permitidas em áreas próximas a infraestrutura de transporte público (metrô, trens e corredores de ônibus). Em áreas nos miolos (inseridas no interior dos bairros), o limite é de oito andares, ou aproximadamente 25 metros. Um dos principais objetivos é aumentar o número de moradias nas margens das grandes avenidas, que são eixos de mobilidade. Leia mais: http://cidadeaberta.org.br/predios-altos-so-serao-permitidos-proximos-a-eixos-de-transporte/

Preservação ambiental/parques

Para preservar o que resta de áreas verdes serão ampliadas as Zepams (Zonas Especiais de Proteção Ambiental). Nas novas Zepams há projetos para construção de parques públicos. Serão 82 km² de áreas verdes, quase o dobro dos 42 km² de área dos parques atuais na cidade. “A proposta é criar editais semestrais para que sejam remuneradas as empresas que preservarem, por exemplo, áreas remanescentes de mata atlântica”, explica Nabil. Leia mais:http://cidadeaberta.org.br/plano-diretor-preve-ampliacao-de-areas-de-preservacao-ambiental-na-cidade/

Estação do metrô da Uruguai deixa Tijuca ainda mais valorizada

Bairro recebe projetos modernos residenciais e comerciais

Após um período sem receber lançamentos imobiliários, a Tijuca volta à cena com empreendimentos residenciais e comerciais mais modernos. Fatores como a abertura da estação de metrô da Uruguai valorizam os imóveis e atraem construtoras. Segundo o Secovi Rio (Sindicato da Habitação), o metro quadrado no bairro para venda, em fevereiro, foi de R$ 7.188, variação de 16,43% em relação a fevereiro de 2013 (R$ 6.174). De 2010 a 2013, o bairro recebeu 3.018 novas unidades, de acordo com a Ademi-RJ (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário).

O comercial W3 é um exemplo de projeto que valoriza toda a região da Tijuca Foto: Divulgação

“A chegada das UPPs fez com que o morador da Tijuca voltasse a se sentir seguro. E isso o encorajou a permanecer no bairro e a fazer com que pessoas de outros bairros se mudassem para lá. O efeito imediato disso foi o crescimento das vendas no bairro”, afirma Mario Amorim, diretor geral da Brasil Brokers no Rio de Janeiro. Rodrigo Miozzo, diretor executivo da Fernandez Mera, diz ainda que o fortalecimento dos setores de comércio e serviços também contribui para a valorização.

“Hoje, só a Fernandez Mera comercializa, aproximadamente, oito empreendimentos no bairro, totalizando 230 unidades, entre residenciais e comerciais”, conta Miozzo. O Atrium, da Calçada e Montserrat, é um exemplo de empreendimento na região. Além do residencial, o Convento Bom Pastor está sendo revitalizado pelas construtoras para abrigar os 37 lofts do projeto. A Santa Cecília tamBém escolheu o bairro para construir o Bora Bora Tijuca.

Em Vila Isabel, a João Fortes lançou o Vila Rosa Residências, já 100% vendido. A RJZ Cyrela tem dois residenciais no bairro: Golden Tijuca e Adorabile.

CRESCIMENTO IMOBILIÁRIO DE 300%

As construtoras também estão levando para Tijuca projetos comerciais. Um deles, o Saens Peña Offices, da W3 em parceira com a Promall, ficará na Praça Saens Penha, principal centro comercial e social do bairro. O prédio terá 89 unidades, sendo 12 lojas e 77 salas, com possibilidade de junção, além de três pavimentos de estacionamento. O Valor Geral de Vendas (VGV) é de aproximadamente R$ 40 milhões. A Concal investe no local com o Plenus, edifício com 110 salas comerciais e espaços corporativos de 312 metros quadrados. O empreendimento é voltado para serviços diversos, com plantas flexíveis, permitindo a junção de duas ou mais salas. O prédio terá ainda duas salas de reunião, auditório e coffee shop, sistema integrado de câmeras, e controle de acesso com catracas eletrônicas.

O Atrium, da Calçada e Montserrat, é um exemplo de empreendimento na região Foto: Divulgação

COMERCIAIS MAIS MODERNOS

Segundo levantamento feito pela Concal, mais de 90% dos apartamentos vendidos na Tijuca são para pessoas que já moram por lá. O bairro teve crescimento imobiliário de 300% nos últimos anos. Segundo José Conde Caldas, presidente da Concal, o aumento dos imóveis residenciais na região fez crescer também a demanda pelos comerciais, o que gerou uma repaginada no comércio da região. “A Tijuca sempre foi conhecida como um bairro de alto padrão, pelo seu comércio vasto, cercada por ótimos colégios, e vem retomando este status com as UPPs e  eventos olímpicos que passarão pelo bairro”, ressalta.

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