Notícias

Coleta a vácuo diminui envio de lixo aos aterros

Lia Vasconcelos

Materiais cerâmicos, tijolos, azulejos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa, concreto, papel, papelão, plásticos, metais, vidros, madeiras e gesso são alguns dos resíduos gerados pela indústria da construção civil. Essa sobra é responsável por grande parte do total de lixo produzido nas cidades. Se não for tratado corretamente, esse material pode poluir rios e mananciais responsáveis pelo abastecimento de água nas cidades, favorecer a reprodução de insetos, roedores e microorganismos transmissores de doenças e entupir os sistemas de drenagem de água, causando inundações.

Para minimizar o impacto gerado por esses resíduos, as construtoras têm lançado mão de tecnologias inovadoras como é o caso da Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR), que desenvolve projetos residenciais, empresariais, comerciais e de uso misto.

A construtora está erguendo um empreendimento batizado de Parque da Cidade, na zona sul de São Paulo. A obra, que deve ficar pronta em 2019, está entre os 18 projetos do mundo que integram o programa “C40 Climate Positive DevelopmentProgram” (CPDP), uma iniciativa do grupo C40 Cities, em parceria com o Clinton ClimateInitiative (parte da Fundação Clinton) para lidar com os desafios de urbanização desenfreada e combater as mudanças climáticas.

De acordo com Eduardo Frare, diretor de construção do Parque da Cidade, o seu conceito mestre está baseado em um tripé: sustentabilidade, economia de água e de energia e destinação correta de resíduos. “Recolhemos separadamente o lixo e damos o destino adequado para cada tipo de material”, explica Frare.

O complexo ocupa um terreno de aproximadamente 83 mil m² e será composto de dez torres, sendo cinco corporativas, uma de escritórios, duas residenciais, um shopping e um hotel. Com público estimado de 65 mil pessoas por dia, entre moradores e visitantes, ele estará integrado a uma área verde de 22 mil m². Estima-se que 10 toneladas de resíduos sejam produzidos diariamente depois que a obra estiver pronta. Para lidar com esse volume de lixo, a OR lançará mão de uma tecnologia inovadora que consiste em um sistema de coleta a vácuo de resíduos que facilita a coleta seletiva e aumenta a reciclagem, reduzindo o volume de lixo enviado para aterros.

O Parque da Cidade será o primeiro empreendimento imobiliário da América Latina a implantar esse sistema. O usuário poderá depositar os seus resíduos 24 horas por dia nas entradas específicas para lixo comum, reciclável e orgânico. Em seguida, os resíduos são transportados por meio de um fluxo de ar forte, que os lança na rede de tubulação subterrânea até um posto de coleta, onde cada tipo de resíduo é armazenado em recipientes herméticos separados e, depois, seguem para tratamento final. Além de eliminar barulhos e odores, a tecnologia permitirá ampliar em 35% o volume de materiais reciclados.

Cláudio Sayeg, diretor de projetos executivos da construtora Brooksfield, diz que a empresa padroniza a gestão de resíduos em todas as suas regionais espalhadas pelo Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país. A companhia separa os resíduos em oito categorias: entulho, metal, madeira, recicláveis, não-recicláveis, perigosos, gesso e vidro. “Empresas parceiras fazem a separação e realizamos uma auditoria nos destinos finais para comprovar que o local é licenciado e que o lixo foi destinado corretamente.”

Para isso, a empresa parceira precisa apresentar um registro com três assinaturas: da saída da obra, do transportador contratado e de quem recebe na ponta. “Os pagamentos são feitos somente mediante comprovantes por caçamba assinados”. O controle, segundo ele, é fundamental para evitar que o lixo seja depositado em local não adequado. O entulho representa de 40 a 60% dos resíduos gerados na obra.

De acordo com José Luiz da Fonseca, gestor executivo de saúde, segurança e meio ambiente da MRV, a construtora faz a segregação de 70% a 80% dos resíduos ao final de uma obra. A companhia não alcança os 100% por duas razões. “A primeira é o próprio operário, que não separa adequadamente. A segunda é a contaminação da caçamba que fica na rua com o lixo jogado pela população”, diz Luiz da Fonseca.

A MRV tem parceria com universidades para desenvolver pesquisa que viabilize a utilização de sacos de cimento para a fabricação de telhas. A empresa também faz a reutilização da sobra de gesso para correção de solo.

Construtora investirá R$ 350 milhões no Rio

A construtora e incorporadora carioca Calçada investirá R$ 350 milhões em dois empreendimentos no Rio de Janeiro, com lançamentos previstos para este ano.

O maior deles, um complexo multiuso na Barra da Tijuca, receberá um aporte de R$ 200 milhões.

A área, com 33 mil m², comportará um hotel de alto padrão, salas comerciais, um centro de convenções com capacidade para mil pessoas e um centro de compras.

“A cidade carece de um empreendimento que reúna várias funcionalidades em um único local”, diz João Paulo Matos, presidente da construtora e incorporadora.

O complexo será lançado no segundo semestre deste ano e deverá ser inaugurado a partir de dezembro de 2015.

A bandeira do hotel ainda está em negociação.

“Os moradores terão fácil acesso a restaurantes, lojas e serviços, e o executivo que vier para uma reunião no local, poderá se hospedar ao lado” acrescenta Matos.

A Calçada investirá ainda em um empreendimento residencial no Pontal Oceânico, novo bairro construído pela empresa e pelas construtoras Cyrela, Even, Gafisa e Calper, na região do Recreio dos Bandeirantes.

“O condomínio, voltado para a classe média, será dividido em duas fases.”

A primeira fase, que será lançada no início do mês de abril, receberá aporte de R$ 150 milhões.

Esse é o primeiro projeto da construtora no bairro.

O projeto prevê inicialmente cinco blocos, com 447 apartamentos (de dois e três quartos) ao todo e 28 lojas térreas.

“A segunda fase será menor, terá cerca de 230 apartamentos e deverá ser lançada no início do ano que vem.”

A Calçada atua somente na cidade do Rio. “A princípio não pensamos em ir para outros locais, pois ainda há muito a crescer aqui.”

Quatorze Escolas Estaduais serão reformadas

O governo do estado investirá R$ 75 milhões na reforma de prédios históricos que abrigam colégios da rede estadual. Duas delas, no interior, já foram entregues no começo do ano — o Liceu de Humanidades, em Campos, e o Colégio Coronel Benjamin Guimarães, em Valença. As duas unidades de ensino receberam investimentos de R$ 13,3 milhões na reforma. Ao todo, 14 escolas serão contempladas com as obras.

Avenida do Contorno: obra entra em nova fase

A concessionária começa as intervenções no trecho próximo ao Viaduto do Barreto, com liberação da área do estaleiro Renave, às margens da pista sentido Niterói

Paula Valviesse

O desmonte de rocha está chegando ao final e a previsão de entrega do trecho é para abril, segundo a Autopista. Foto: Evelen Gouvêa

A Autopista Fluminense iniciou uma nova frente na obra de ampliação da Avenida do Contorno. Com o desmonte de rocha chegando ao final, com previsão de entrega de término para abril e uma faixa de asfalto concluída, agora a concessionária começa as intervenções no trecho próximo ao Viaduto do Barreto, com liberação da área do estaleiro Renave, às margens da pista sentido Niterói.

A intervenção na área do estaleiro da Renave é fundamental para continuidade da obra, já que, conforme projeto, a ampliação da pista será feita até o viaduto da Leopoldina Raiway, chegando à garagem da 1001, do lado da pista sentido São Gonçalo, e depois a área utilizada inicia na Renave, do lado da pista sentido Niterói.

A nova frente de trabalho iniciou a demolição do muro do estaleiro, que fica próximo à rodovia, o que permitirá o recuo e a execução dos serviços de fundação, drenagem, igualando a altura da pista e, posteriormente a pavimentação. De acordo com a Autopista, outra etapa importante em andamento é a limpeza do terreno às margens do Rio Maruí, também na pista sentido Niterói, anexo ao estaleiro, onde será construída uma nova ponte no local.

Iluminação – Simultaneamente, a concessionária também dá andamento ao projeto de iluminação em LED, sigla em inglês para Diodo Emissor de Luz, da BR-101, passando a ser a primeira rodovia com lâmpadas desse tipo. O projeto, testado por um mês, foi orçado em R$ 15 milhões e ainda abrangerá o trecho da Avenida do Contorno. Segundo o Diretor de Operações da concessionária, Edmundo Régis Bittencourt, o retorno do investimento virá em oito anos, mas o ganho em segurança e qualidade do serviço será imediato, principalmente pelo complemento de um sistema de gerenciamento da iluminação por computador.

“Se você colocar uma pessoa de vermelho e outra de laranja sob a iluminação de sódio, a cor será confundida. Mas o LED tem uma característica especial, que dá especificamente a cor, então temos ainda o ganho com segurança, com melhoria da identificação através das câmeras de monitoramento. E com o sistema remoto não será necessário aguardar escurecer para fazer a inspeção, pois através do software é possível saber se um poste está com problemas, assim como é possível acioná-lo para ligar e desligar as lâmpadas da sala de monitoramento”, diz Edmundo.

Para isso foram substituídas as lâmpadas em 27,5 quilômetros da BR-101. Para tal, foram implantados 550 postes metálicos, com 12 metros de altura cada, com cerca de 1.100 luminárias à LED.

Segundo Edmundo Régis Bittencourt, o trecho Niterói/Itaboraí, entre os quilômetros 320 a 292,6, foi escolhido por apresentar a maior densidade de tráfego de veículos e ainda por ter um alto índice de atropelamentos, apesar das passarelas.

De acordo com a Autopista, seis segmentos já contam com o sistema de iluminação em LED: um na Aldeia da Prata, região de Itaboraí; e cinco na região de São Gonçalo, que correspondem a Apollo III, Jardim Catarina, Boa Vista e Gradim.

Rendimentos mais altos aquecem setor imobiliário do sul da Europa

Os investidores estão se aventurando na Espanha, Itália e até mesmo na Grécia em busca de barganhas de imóveis comerciais. Eles seguem o princípio de que os retornos maiores compensam o risco do crescimento do sul da Europa continuar lento.

Durante grande parte da recessão prolongada que assolou a União Europeia, muitos investidores se concentraram em escritórios e residências de luxo em cidades como Londres e Paris, onde os mercados imobiliários atravessaram relativamente incólumes a crise do euro.

Agora, embora os aluguéis e os níveis de ocupação do sul da Europa permaneçam anêmicos, a região vem se beneficiando da crença generalizada de que o pior da crise financeira já passou.

“As pessoas estão se dando conta de que a Espanha não afundou no Mediterrâneo”, diz Eric Adler, diretor-presidente da Prudential Real EstateInvestors, que investiu cerca de US$ 1,5 bilhão no mercado imobiliário europeu em 2013 e pretende investir mais este ano.

No ano passado, investidores compraram 177,8 bilhões de euros (US$ 245,3 bilhões) em imóveis comerciais na Europa, um crescimento de 17% em relação a 2012 e o maior desde 2007, de acordo com a Real Capital Analytics.

No sul da Europa – que inclui Espanha, Portugal, Itália e Grécia -, as transações dobraram no quarto trimestre de 2013 em relação ao mesmo período de 2012, para 3 bilhões de euros, segundo a corretora JLL, antes chamada Jones Lang LaSalle.

Entre os negócios efetuados este ano na região está a compra de um shopping center com 62 lojas e 11 restaurantes em San Sebastian, na Espanha, por um fundo imobiliário do UBS, que pagou 61 milhões de euros.

Os investidores internacionais estão de olho até na Grécia, o país que mais sofreu com a crise, tendo visto sua economia se contrair mais de 25% desde 2008.

A firma de investimentos Hines, que é sediada em Houston, no Estado americano do Texas, e controla ativos avaliados em cerca de US$ 25,2 bilhões, está cogitando investir nos setores hoteleiro e varejista da Grécia porque está “chovendo” turistas e muitos proprietários e seus credores continuam com problemas financeiros, diz Michael J. G. Topham, diretor-presidente da Hines para a Europa.

“Eles precisam da gente”, diz.

O aumento no volume de negócios imobiliários na Europa faz parte de uma tendência mais ampla, resultante de um cenário de juros baixos em grande parte do mundo. Os fundos de pensão e outras instituições estão aumentando as alocações para o setor imobiliário em busca de retornos mais elevados, algo que a Espanha e a Itália oferecem.

No ano passado, os maiores fundos públicos de pensão dos Estados Unidos, por exemplo, elevaram para 7,4% a fatia do setor imobiliário global nas suas carteiras, segundo a Wilshire Consulting. Antes disso, o recorde para este grupo, atingido em 2008, era de 6,4%, afirma a Associação Nacional de Administradores de Aposentadorias de Servidores Públicos, que acompanha os investimentos de fundos de pensão de servidores públicos.

Investidores oportunistas também estão abocanhando portfólios de ativos imobiliários problemáticos que os bancos europeus estão tentando tirar de seus balanços. O Commerzbank AG tem visto uma forte demanda por sua carteira de crédito imobiliário espanhol, uma das maiores da Europa este ano, com um valor de face de 4,4 bilhões de euros.

Alguns dos grandes investidores da Europa continuam sendo as firmas americanas de privateequity que chegaram à região mais cedo, incluindo BlackstoneGroup LP, Lone Star Funds, Apollo Global Management LLC, Cerberus Capital Management e Kennedy Wilson Holdings. O Pacific Investment Management Co., um grande gestor de ativos da Califórnia, também vem buscando negócios.

Na semana passada, a BlackstoneGroup completou um fundo de investimentos imobiliários na Europa de 5 bilhões de euros, que é o maior do gênero e cujo montante foi arrecadado em apenas seis meses. Entre os negócios recentes da Blackstone está a compra de uma carteira de imóveis comerciais na Itália e centros de varejo da AXA Immoselect, um fundo de investimento alemão, por cerca de 180 milhões de euros, segundo uma pessoa a par do negócio.

Novos participantes de países como Coreia do Sul, Malásia e China também estão aparecendo no continente. A construtora chinesa Dalian Wanda Group, por exemplo, comprou um arranha-céu icônico em Madrid por 280 milhões de euros do banco espanhol Santander, segundo dados da Real Capital Analytics. No fim de 2013, o fundo soberano China InvestmentCorp. pagou 708 milhões de libras à Blackstone pelo Chiswick Park, um dos maiores empreendimentos de escritórios de Londres.

Outros fundos soberanos também estão se voltando para o setor imobiliário europeu. Esses fundos investiram 13,6 bilhões de euros no mercado imobiliário da região no ano passado, um aumento de 31% no número de negociações ante 2012, mostram dados da Real Capital. Globalmente, as alocações de fundos soberanos para o setor imobiliário avançaram apenas 9%.

Até recentemente, os investidores do mercado imobiliário europeu tinham pouco apetite para o risco. A maioria dos negócios envolvia edifícios de escritórios, shopping centers e outros imóveis cobiçados, totalmente ocupados, em cidades como Londres e Paris.

Mas a demanda por essas propriedades centrais elevou os preços de tal forma que alguns atingiram níveis recorde, reduzindo o rendimento para os compradores. O investidor que comprar um imóvel central hoje em Londres, por exemplo, acabaria com um rendimento anual menor que 5% da renda do edifício.

Por outro lado, em mercados como a Espanha, os ganhos estão acima de 6%. Isso desencadeou uma corrida para o mercado imobiliário do país, aumentando a pressão sobre os preços, segundo executivos imobiliários da Espanha. “Não foi como o sol nascendo devagar”, diz Rupert Lea, responsável pela área de varejo na Espanha da corretora imobiliária Cushman&Wakefield Inc., sobre a retomada do interesse. “Foi como um ricochete.”

Diante, porém, da demanda maior por imóveis em mercados mais arriscados, alguns especialistas alertam que os investidores têm sido muito agressivos, considerando a lentidão econômica.

Página 40 de 175« Primeira...102030...3839404142...506070...Última »