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Com sotaque francês – Coluna do Ancelmo Gois

 

A filial carioca da famosa escola francesa de gastronomia Le Cordon Bleu, ao que parece, vai sair do papel. As obras começam hoje e devem terminarem janeiro de 2015. Veja acima imagens do projeto da escola, que será instalada na Rua da Passagem 179, em Botafogo. Trata-se de uma parceria da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia com os franceses, e esta será a terceira filial na América Latina — as outras são no Peru e no México. O governo do Rio, além de ceder o imóvel, vai investir pouco mais de R$ 7 milhões nas obras e na compra de equipamentos. Em contrapartida, 20% das vagas serão destinadas a alunos da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). A primeira turma, que deve começar a estudar em fevereiro, terá 480 vagas. Vamos torcer, vamos cobrar.

Arquitetos elogiam decisão de cancelar construção do píer em Y

Companhia Docas afirma que projeto não ficaria pronto até 2016

Contrato de R$ 223,2 milhões será revogado no fim deste mês

LUIZ ERNESTO MAGALHÃES

Desproporção. A fotomontagem mostra como ficaria a paisagem com a instalação do píer em Y no Cais do Porto: o prédio do Museu do Amanhã é ofuscado pelo transatlântico Reprodução

Arquitetos comemoraram nesta quarta-feira a decisão da Companhia Docas, que desistiu de levar adiante o projeto para construir um novo cais com formato em Y nas imediações do Píer Mauá. A proposta era criticada, entre outros pontos, por não se integrar à paisagem da região, que passa por processo de revitalização. Mas eles reclamaram do fato de Docas não se esforçar para encontrar uma alternativa a curto prazo para a área, a fim de evitar que os recursos, incluídos no PAC 2, sejam remanejados. A decisão de Docas foi antecipada pela coluna Gente Boa, do GLOBO, e confirmada nesta quarta-feira pelo presidente da empresa, Jorge Luiz de Mello.

Segundo ele, nenhuma obra irá adiante antes das Olimpíadas de 2016. O contrato de R$ 223,2 milhões mantido com o Consórcio Rio Y Mar para a execução do projeto será revogado no fim deste mês, depois de já terem sido gastos R$ 10 milhões no detalhamento do píer e na montagem de canteiros.

— Primeiro, pensamos o projeto para a Copa do Mundo, mas não era possível. Agora, não há mais tempo nem para as Olimpíadas. Com isso, o projeto também sairá do PAC 2. Vamos precisar encontrar outra fonte de recursos. Além disso, caso a opção seja por um empreendimento num formato que não seja em Y, teremos que recomeçar do zero, incluindo a realização de novas audiências públicas — disse Jorge Luiz Mello.

Para o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Sidney Menezes, o arquivamento do projeto significou uma vitória dos interesses paisagísticos da cidade. Agora, segundo ele, é hora de pensar no futuro.

— Para mim, Docas só pensou na questão operacional e não da integração do Porto ao resto da cidade. Mas não podemos esperar 2016. A solução tem que ser debatida desde já, para que realmente tenhamos um equipamento qualificado para a cidade, quando o projeto sair do papel — disse Sidney.

O presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), Pedro da Luz, tem uma avaliação semelhante:

— Precisamos de um projeto bem definido, que seja desenvolvido com toda a transparência. Mas, para isso, a sociedade precisa opinar. Se ainda existem recursos assegurados, esse debate tem que começar de imediato. Acredito que ainda haja tempo de desenvolver um projeto para os Jogos Olímpicos — afirmou.

O prefeito Eduardo Paes não quis se manifestar sobre a decisão de Docas. Já o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Alfredo Lopes, também defende que se encontre um solução imediata:

— Existe uma tendência de o Rio receber cada vez mais navios de turismo. Os visitantes não podem continuar tanto tempo desembarcando num espaço degradado.

Dirigente diz que suspensão atendeu a pedido do COI

O presidente de Docas, Jorge Mello, argumentou que a mudança na localização elevaria o custo das obras em R$ 130 milhões, porque exigiria mais investimentos, principalmente em dragagem. Também seriam necessárias novas licenças ambientais. Tudo isso alteraria o cronograma, e haveria ainda o risco de as obras não terminarem a tempo para as Olimpíadas. De acordo com Mello, o caso teria sido discutido com o Comitê Olímpico Internacional (COI). Ele afirmou que a entidade tinha interesse no projeto já que, no caderno de encargos da candidatura do Brasil para os Jogos de 2016, havia a previsão de que até 10 mil pessoas poderiam se hospedar em seis ou sete navios:

— O COI estava preocupado com o deslocamento de milhares de pessoas em meio aos canteiros se as obras não terminassem a tempo. E sugeriu que o projeto ficasse para depois do evento. A Olimpíada era uma oportunidade em forma de cavalo selado que a gente deixou escapar — disse Mello.

O COI não se manifestou. Já o Comitê Organizador Rio 2016 negou que o píer em Y tenha sido discutido com o COI. O Comitê lembrou que, com a expansão da oferta de quartos de hotéis na cidade, a demanda por navios caiu. A expectativa agora é alugar apenas um transatlântico.

Impacto visual foi alvo de críticas

O píer em Y, planejado entre os Armazéns 2 e 3, foi alvo de críticas devido ao impacto visual que poderia causar ao concentrar num mesmo ponto transatlânticos com até 60 metros de altura nas proximidades de bens tombados, como o Mosteiro de São Bento, ou de novos empreendimentos projetados dentro do pacote de intervenções para a revitalização da Zona Portuária, como o Museu de Arte do Rio (MAR), já inaugurado, e o Museu do Amanhã, em construção. Em maio de 2013, chegou-se a discutir a alternativa de se deslocar o novo terminal para as proximidades dos Armazéns 6 e 7, mantendo o formato em Y. Mas a proposta, criticada por especialistas, também não foi adiante. Os problemas do projeto, porém, são antigos. Começaram na licitação do empreendimento, em 2010. A concorrência foi adiada por mais de um ano devido a suspeitas de superfaturamento suscitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Crise da água: SP questiona estudo sobre Paraíba do Sul

Governo paulista questiona estudo do Inea sobre transposição do Paraíba do Sul

Louise Rodrigues

O estudo divulgado nesta terça-feira (25) pela Secretaria de Ambiente do Rio de Janeiro e pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) não agradou o governo de São Paulo. O parecer dos técnicos do Instituto apontou a criticidade da bacia do Rio Guandu e a alta dependência da população fluminense da bacia do Rio Paraíba do Sul. Procurado, o governo do estado de São Paulo, que ainda não tinha conhecimento sobre o estudo do Inea, questionou o posicionamento do secretário de Ambiente do Rio de Janeiro, Índio Costa, alegando que o Instituto não teve acesso ao projeto da Sabesp. Após tomar conhecimento do estudo, o governo paulista contestou trechos da nota técnica e reiterou a crítica à nota técnica do Inea.

Nesta terça, o secretário Índio da Costa afirmou que aguarda que o projeto da Sabesp seja enviado para avaliação dos técnicos do Inea e da Secretaria do Ambiente. Contudo, o Instituto também realizou um estudo paralelo apontando os riscos da transposição da bacia do Rio Paraíba do Sul. Ignorando a iniciativa do Inea, o governo de São Paulo apenas alegou que o Instituto não pode se pronunciar sobre os impactos que podem alcançar o Rio de Janeiro ou sobre o não cumprimento do pacto federativo em vigor, já que não teve acesso ao projeto da Sabesp.

A nota técnica apresentada pelo Inea mostra que a bacia do Paraíba do Sul é reserva estratégica para o atendimento atual e das próximas gerações, na própria região hidrográfica e principalmente na bacia do rio Guandu e Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ainda segundo o Inea, a transposição pode afetar 12,3 milhões de pessoas, ou seja, 75% da população total do Estado, além de indústrias e atividades agrícolas de grande porte.

Outro ponto criticado pelo Inea é o Plano Diretor de Aproveitamento Hídrico para a Macrometrópole Paulista. Segundo a nota técnica, os estudos não apontam o Paraíba do Sul como o arranjo mais favorável. O Instituto alegou que Plano de São Paulo propõe dez possibilidades de arranjos de aumento da disponibilidade hídrica, envolvendo cinco bacias hidrográficas distintas, sendo que a bacia do Paraíba do Sul consta em cinco delas.

O secretário Índio da Costa afirmou que “o Estado do Rio de Janeiro não pode aceitar nenhuma decisão que coloque em risco sua segurança hídrica”. Índio também frisou que qualquer iniciativa tem que ser avaliada tecnicamente para não prejudicar o Estado do Rio e sua população.

Em meio ao fogo cruzado, a Agência Nacional de Águas (ANA) disse que não irá se pronunciar enquanto o governo do Rio de Janeiro não se manifestar oficialmente. A ANA disse que ainda não foi registrado um pedido de estudo sobre os impactos da transposição da bacia do Rio Paraíba do Sul. Assim, a Agência aguarda o parecer de técnicos do Rio de Janeiro. Apesar da nota divulgada pelo Inea, o governo ainda espera o projeto técnico da Sabesp, que será submetido a avaliação. A ANA esclareceu também que irá atuar como conciliadora após a manifestação oficial dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Impactos da transposição

Segundo o estudo realizado pelo Inea, “há alta criticidade na bacia do rio Guandu, com um nível de comprometimento da disponibilidade hídrica atual de 73,6%. Em longo prazo a situação pode se tornar ainda mais crítica. Os resultados mostram que o comprometimento em 2030 pode variar de 89,2% no cenário mais otimista a 94,7%. Por este motivo, a nota técnica reafirma a necessidade de manter a atual vazão e garantir as regras operacionais visando à segurança hídrica do Estado do Rio de Janeiro e evitando impactos ambientais”.

Ainda de acordo com o Inea, “mesmo que a intervenção ocorra no território de São Paulo, os impactos podem alcançar o Rio de Janeiro e agravar o não cumprimento do pacto federativo em vigor”.

Prédios históricos

Em parceria com o Iphan, a Faetec inaugura hoje, em Vassouras, RI, a primeira escola pública voltada para o ensino técnico de restauro e conservação de prédios históricos. Com investimentos de R$ 3 milhões, a unidade vai formar até 280 profissionais por ano.

IX Seminário Internacional: Habitação

A Escola da Cidade promove, entre 31 de Março e 04 de Abril de 2014, o IX Seminário Internacional de Projeto Urbano, que discutirá as questões da habitação nos grandes centros urbanos.

Apresentação

O Brasil tem hoje uma população urbana de mais de 85%, tendo passado por um crescimento acelerado nas últimas décadas. Em 1940 30% dos brasileiros morava em cidade, já na década de 70 mais da metade (55,9%) da população brasileira era urbana. A cidade de São Paulo, a maior entre os 39 municípios da região metropolitana, tem uma população de mais de 11. 800.000 habitantes que ocupam uma área de 1.521 km2 (IBGE Cidades).  De acordo com dados da Secretaria de Habitação, São Paulo possui 1.565 favelas, 1.152 loteamentos irregulares e 1.885 cortiços. Segundo o Plano Municipal de Habitação, o déficit por novas moradias é de 227 mil habitações, sendo 133 mil em função da substituição de moradias em áreas precárias e 94 mil por incremento da população e coabitação indesejada (dados de 2009). A grande maioria das favelas e loteamentos clandestinos, como se sabe, ocupa áreas periféricas do município, com carência de oferta de trabalho e precária infraestrutura urbana.

Segundo o Plano Municipal de Habitação, na região do centro (sub da Sé e Móoca), região onde se insere a área de do Estúdio Vertical desse semestre, existem 11.086 domicílios em cortiços e 10.724 famílias em favelas. O centro de São Paulo é uma área beneficiada por equipamentos públicos, infraestrutura, a mais densa rede de transporte público da cidade, somado a espaços públicos de qualidade e concentração de oferta de emprego. No entanto, uma área que deixou progressivamente de ser o foco de investimentos imobiliários, tendo passado nas últimas décadas por um movimento de migração de estabelecimentos de serviços de alto padrão e alguns setores do comércio, além de ter deixado de ser um lugar especificamente desejado para moradia das classes alta e média-alta. Pensar a moradia nessas áreas, especialmente no adensamento habitacional para baixa renda é uma questão não apenas na pauta das gestões públicas, mas dos movimentos de moradia e da sociedade de forma geral. A grande concentração de ZEIS (zona especial de interesse social) na região, lotes desocupados ou subutilizados, bem como uma grande quantidade de edifícios vazios na região central são questões importantes nessa abordagem.

O 9o. Seminário Internacional da Escola da Cidade se desenvolverá a partir de um conjunto de palestras e debates sobre o tema. Pretende discutir de forma aprofundada a construção da habitação como uma questão Inter setorial, pensada na articulação da construção e transformação da cidade, relacionando-a com os projetos de infraestrutura, espaços e equipamentos públicos, incluindo discussões sobre a gestão urbana e a participação dos moradores nos projetos, de maior ou menos escala, procurando contribuir para a formação uma nova cultura nos processo de planejamento e projetos urbanos.

Os palestrantes são convidados a participar também das bancas de avaliação da primeira fase de projeto desenvolvidos pelos alunos para o Estúdio Vertical. Cada convidado deverá participar de uma banca (que inclui a apresentação de projetos de 4 equipes) no período da manhã.

Palestrantes:

Palestrante Institução País
Anacláudia Rossbach Economista consultora do Banco Mundial Brasil
Beatrice Mariolle Arquiteta (Brès+Mariolle) e professora Paris-Belleville França
Elisabete França Arquiteta professora da FAAP e USP Cidades Brasil
Frédéric Druot Arquiteto (Frédéric Drout Achitecture) França
José Floriano Neto Secretário da SEHAB da PMSP Brasil
José Maria de Lapuerta Arquiteto (DL+A) professor Universidad Politécnica de Madrid Espanha
Márcio Sattin Filósofo professor Escola da Cidade Brasil
Nabil Bonduki Arquiteto vereador e professor FAU-USP Brasil
Paulo Mendes da Rocha Arquiteto Brasil
Pedro Marques de Souza Arquiteto (TMA) Portugal
Raul Juste Lores Correspondente da Folha de São Paulo em Washington Brasil
Sérgio Fernandez Arquiteto (Atelier 15) professor FAU Escola do Porto Portugal
Tales Ab’Saber Psicanalista ensaísta e professor da UNIFESP Brasil

Participantes:
Alunos da Escola da Cidade integrantes do Estúdio Vertical (3º, 4º e 5º anos)

Coordenação:
Fernanda Barbara
Luis Mauro Freire

Inscrições

Inscrições com Daniel no e-mail: daniel@escoladacidade.edu.br

Programação

Segunda / 31 de março
9:00    Apresentação para professores convidados
10:00    Abertura com Paulo Mendes da Rocha
13:00    Almoço
14:30    Palestra: Raul Juste Lores
15:30    Palestra: Frédéric Druot
16:30    Debate: Palestrantes + Beatrice Mariolle
17:30    Café
18:00    Filme: O Bandido da Luz Vermelha
20:00    Debate: Tales Ab’Saber

 

Terça / 01 de abril
9:30    Bancas Estúdio Vertical
13:00    Almoço
14:30    Palestra: Sérgio Fernandes
15:30    Palestra: José Floriano
16:30    Debate: Palestrantes + Pedro de Souza

 

Quarta / 02 de abril
9:30    Bancas Estúdio Vertical
13:00    Almoço
14:30    Palestra: Beatrice Mariolle
15:30    Palestra: Elisabete França
16:30    Debate: Palestrantes + Frédéric Druot
17:30    Café
18:00    Filme: à definir
20:00    Debate: Márcio Sattin

 

Quinta / 03 de abril
9:30    Bancas Estúdio Vertical
13:00    Almoço
14:30    Palestra: Pedro Marques de Souza
15:30    Palestra: Anacláudia Rossbach
16:30    Debate: Palestrantes + Sérgio Fernandes

 

Sexta / 04 de abril
9:30    Visita para professores convidados: SESC Pompéia e MuBE
13:00    Almoço
14:30    Palestra: Nabil Bonduki
15:30    Palestra: José Maria de Lapuerta
16:30    Debate: Palestrantes + Raul Juste Lores
17:30    Encerramento
18:00    Festa

 

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