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Baixo Cidade do Samba

O prefeito Eduardo Paes quer “um Baixo Cidade do Samba 2, no projeto da Cidade do Samba 2, que está planejado para o terreno que pertencia ao Exército, na Quinta Boa Vista. “Quero boteco virado para fora, nada daquele muro fechado da Cidade do Samba 1”, diz Paes.

Hotelaria no Rio de Janeiro

Hotelaria 1

Performance e Banco Modal serão parceiros em projeto de dois hotéis na Praia de Botafogo. Usarão bandeiras Novotel e Ibis Budget, ambas da Accor. Aporte de R$ 100 milhões, terão 400 quartos. A entrega é no fim de 2015.

 

Hotelaria 2

A rede BHG investiu, só em 2013, R$ 21 milhões na reforma de 17 hotéis em cinco cidades da Copa, Rio entre elas. Desembolsou R$ 128 milhões desde 2008.

 

Arquitetura moderna: FLORESTA CULTURAL EM SEUL

Lembra-se da paz que é poder usufruir de uma boa leitura sentado num banco de jardim onde não pode escutar os ruídos da cidade? A “Culture Forest” é o próximo projecto da cidade de Seul que pretende devolver a harmonia da natureza às actividades lúdico-culturais. Toda a arquitectura do edifício foi pensada com esse objectivo.

A floresta abre-nos o caminho para a natureza, unindo o ar, as árvores, a água, o vento e o solo. Lá, a natureza está ligada em harmonia: todos os elementos são parte de um todo. Foi com esta ideia de equilíbrio interior que o novo centro cultural e artístico de Seul, Coreia do Sul, foi idealizado. Planeado pelos arquitectos da Unsangdong (YoonGyoo Jang, ChangHoon Shin, SungMin Kim), o “Culture Forest” será um marco, quer pela inovação, quer pela intensa relação com a natureza.

O projecto, que ganhou o primeiro prémio num concurso para a construção de um centro cultural e artístico no centro de SeongDong-gu, uma região da capital coreana, tem sete andares, para além dos três do subsolo. Os mil metros quadradros de espaço albergarão um parque urbano dentro de um edifício para que os sul-coreanos possam gozar de eventos culturais no melhor ambiente possível.
Abastecido de luz solar, o centro será preenchido por árvores, arbustos, bancos de jardim e lugares para relaxar enquanto se goza a panorâmica sobre a cidade. Também o teto do edifício terá uma atenção especial: um pátio ao ar livre rodeado de árvores e coberto por painéis solares para o abastecimento de energia.

 

Dentro de portas, o maior ponto de interesse é o Flying Theater, um auditório cor de vinho com formas geométricas que melhoram a acústica do espaço. As escadarias que rodeiam o edifício ligam todos os pisos numa longa estrada cultural observável também do exterior, e que dá uma ideia de conectividade e harmonia. Além de espaço para concertos, o centro vai oferecer uma biblioteca, salas de debate, uma área para crianças e uma programação que promove estilos de vida ecológicos e saudáveis.
O “Culture Forest” pretende reunir actividades artísticas, lúdicas e culturas num espaço propício à comunicação, aprendizagem e descontração. A inauguração do edifício está prevista para o próximo ano.

 

Valorização imobiliária ameaça teatros

Com aumento nos aluguéis, grupos Club Noir, Commune e Cia. Livre enfrentam dificuldades para manter sedes

Companhias de SP formam grupo para debater incentivo fiscal e auxílios públicos na manutenção de espaços

GUSTAVO FIORATTI

Em vigor desde 2002, a Lei de Fomento ao Teatro não deu suporte apenas à pesquisa de grupo. Os aportes, de até R$ 700 mil da Prefeitura de São Paulo para trabalhos cênicos com duração de seis meses a dois anos, estimularam também a criação e a manutenção de pequenas salas.

Mas as companhias que conseguiram levar adiante um projeto de abrir suas sedes hoje passam dificuldades para pagar o aluguel.

Satyros, Club Noir, Cia. Livre, Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, Commune e Os Fofos –veteranos no cenário paulista– são alguns grupos que usaram parte de verbas repassadas pela Secretaria Municipal de Cultura para investir em infraestrutura.

Com outros editais e recursos próprios (de bilheterias, oficinas, palestras), criaram espaços para experimentar formatos com plateias pequenas, de até cem lugares.

A onda de aumento dos aluguéis, porém, gerou crise. A situação piora porque as verbas dos editais duram dois anos, e os recursos próprios nem sempre são suficientes para bancar os espaços.

No fim do ano passado, Os Fofos deixaram uma sala no Bexiga, pois não podiam continuar pagando o aluguel.

O grupo Pessoal do Faroeste deve quatro meses de aluguel de um galpão na região da Luz, ocupado há pouco mais de um ano. A dívida passa dos R$ 35 mil.

O Club Noir também está em débito. “Quando não ganhamos editais, enfrentamos dificuldades para quitar estas despesas”, diz o diretor do núcleo, Roberto Alvim.

O aluguel do Teatro Commune saltou de R$ 3.000, em 2007, para R$ 8.200, em 2014 –mais de 170% de aumento ante uma inflação de cerca de 50% no período– e também deixou o diretor Augusto Marin numa situação apertada.

A diretora Cibele Forjaz, da Cia. Livre, diz à Folha que seu grupo passou alguns meses sem caixa para pagar o aluguel de um galpão em Santa Cecília. “Estávamos prestes a fechar.” A solução foi apelar para o próprio bolso.

REUNIÃO

A crise levou os grupos a formar o Motin (Movimento dos Teatros Independentes de SP). Na semana passada, no teatro Ágora, diretores e atores receberam a ministra da Cultura, Marta Suplicy.

Uma das propostas é a de catalogar as salas independentes e promovê-las como atrações culturais e turísticas.

Outra, mais polêmica, são editais específicos para a manutenção dos espaços, “já experimentados por Buenos Aires e Bogotá”, segundo o ator Celso Frateschi, sócio do Ágora e secretário de Cultura na gestão de Marta (2001-2005).

As reivindicações também chegaram à prefeitura e à Câmara Municipal. Um projeto de lei dos vereadores Nabil Bonduki (PT) e Floriano Pesaro (PSDB) propõe incentivos fiscais a teatros de rua.

Ao mesmo tempo, os grupos se articularam para conseguir patrocínios. Os Fofos e Pessoal do Faroeste confirmam que receberão verbas de incorporadoras e construtoras para a manutenção de espaços. Os Fofos, portanto, estão voltando à sede do Bexiga, com quatro caminhões carregados de equipamentos.

Procurada pela Folha, a Brookfield confirmou que vai pagar o aluguel de um dos teatros. Como contrapartida, ganha, além de ingressos, montagens exclusivas, com temas “ligados a atividades como segurança do trabalho, qualidade e meio ambiente”.

Na praça Roosevelt, a sede d’Os Satyros, que se beneficiaram com a Lei de Fomento e editais do Estado, também será financiada por uma construtora. “Nem sempre a responsabilidade [do sustento do espaço] deve ficar com o Estado”, diz Ivam Cabral, um dos diretores do grupo.

Nos meses de apuro, segundo Cabral, ele e o diretor Rodolfo García Vázquez dão aulas e até palestras motivacionais. O bar do teatro também provê o grupo com cerca de R$ 3.000 mensais.

Em artigo na revista de teatro “Antro Positivo”, em 2012, o diretor Ruy Filho questiona: “Como é possível, dez anos depois [da criação da Lei do Fomento], muitos ainda não terem encontrado meios para gerar suas receitas mínimas?”.

Economia Verde – Empurrando com a barriga

AGOSTINHO VIEIRA

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010, depois de 20 anos de discussões, estabelece que até o dia 2 de agosto, 20 dias após a final da Copa do Mundo, todos os lixões a céu aberto, vazadouros e afins deverão ser desativados. Portanto, os otimistas de plantão já podem começar a contagem regressiva: faltam 164 dias para o Brasil se livrar de uma das suas maiores chagas. Sério?

Infelizmente, não é assim que a banda toca. Se alguém estiver pensando em fazer um boião, sugiro que aposte em alguma coisa entre sete e dez mil dias para que os lixões desapareçam de verdade. Depois de 2030 e antes de 2040, dependendo da fé. Pessimismo? Vamos ver o copo meio cheio. Em 1989, 99,2% das áreas que recebiam resíduos eram lixões. Em 2000, esse número caiu para 72,3% e em 2008, último dado disponível, chegou a 50,8%.

Ou seja, a tendência é favorável. Os números mostram que mais cedo ou mais tarde as coisas acontecem. O problema é o “mais tarde’: essa sina do brasileiro. Ninguém quer acabar com os lixões porque o nome é feio. Mas porque estão errados, são absurdos. São focos importantes de doenças, de contaminação dos rios, de emissões de gases de efeito estufa e de trabalhos degradantes. Argumentos que deveriam de terminar a urgência do tema. Mas não é assim. Hoje, ainda temos quase três mil lixões operando no país. Na Região Nordeste, 57%. Só a Bahia tem 360.

Alguém pode argumentar que entre 2010 e 2014 não houve tempo suficiente para que os prefeitos se organizassem, fizessem projetos, buscassem recursos e instalassem aterros sanitários. Pode ser. O processo não é simples. Precisa encontrar urna área grande e disponível, distante dos rios e conseguir licença ambiental. Além de convencer a comunidade. Existem três construções que todos consideram superimportantes, mas que ninguém quer ter na vizinhança: de legacia de polícia, Instituto Médico Legal e aterro sanitário. Muitos projetos acabam na justiça.

Só que não é este o caso. Seria um alento ouvir os prefeitos dizerem, tal qual um operador de callcenter: estamos desativando os lixões, estamos ultimando os projetos, estamos negociando com a comunidade. Na verdade, a frase correta é “estamos tentando ganhar tempo’: Ou, estamos empurrando com a barriga’: I)es de o ano passado a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) negocia uma prorrogação do prazo para a destinação correta do lixo. O sonho de consumo seria ter datas variáveis. Sob medida para a realidade de cada município. Algo do tipo: “devo não nego pago quando puder’.

Em outubro, durante a 4 Conferência Nacional de Meio Ambiente, 1.300 delegados de todo o país recomendaram ao Congresso e ao governo que não alterassem os prazos. Mas o lobby dos prefeitos continua. O prefeito de Porto Alegre, José Fortunatti (PDT), atual líder da categoria, argumenta que será impossível cumprir a lei. Alega falta de tempo, de recursos, de gente qualificada. Meias verdades. A Lei 9605, assinada em 1998, pelo presidente Fernando Henrique, já classificava a disposição inadequada do lixo como crime ambiental. De lá pra cá já se passaram 16 anos. Tempo mais do que suficiente para qualificar o pessoal e buscar recursos.

Se a data de 2 de agosto não for mesmo obedecida, como não será, os prefeitos correm o risco de serem processados por improbidade administrativa e prevaricação, perdendo os seus direitos políticos. Caso não haja saída, via Congresso ou governo, a alternativa pode ser a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público. Neste caso, teríamos um “devo não nego e pago até o dia tal”. Difícil de acreditar.

Os mesmos prefeitos que devem o fim dos lixões estão devendo os seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Um conjunto de regras sobre como recolher, tratar e destinar o lixo. Incluindo os desejados programas de reciclagem. O prazo terminou em agosto do ano passado e, até agora, apenas 18% dos municípios concluíram o trabalho ou estão prestes a terminar. Sem eles, não conseguem obter financia mento público para projetos de gestão de resíduos.

Resumindo: a Política Nacional de Resíduos Sólidos é uma boa lei. Uma das melhores do passado recente. Mas a sua implementação depende ainda de tempo, de uma enorme mudança cultural e de muita vontade política. Não só dos prefeitos e do governo federal, mas dos empresários de diversos setores, dos trabalhadores que vivem do lixo e principalmente dos consumidores. Mas essa é outra história.

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