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Sustentabilidade: o tsunami do futuro

Construtoras investem em soluções eficazes para a redução do impacto ambiental e atendem a uma crescente demanda por moradias sustentáveis com projetos inovadores

“Edifício verde é o tsunami do futuro que irá inundar todo o setor imobiliário”. A famosa frase, do engenheiro americano Jerry Yudelson, uma das maiores autoridades no ramo da construção verde no mundo, já bateu às portas do setor imobiliário brasileiro. No Brasil, o mercado da construção sustentável tem passado longe de qualquer desequilíbrio econômico nos últimos anos.

De acordo com um estudo realizado pela EY (antiga Ernst & Young), os prédios verdes movimentaram, somente em 2012, R$ 13,6 bilhões no país. O valor dos imóveis que reivindicam a certificação alcançou 8,3% do total do PIB de edificações naquele ano, que foi de R$ 163 bilhões.

Em curva ascendente, o mercado de construções sustentáveis tem registrado o lançamento de projetos inovadores que atendam à chamada “demanda verde’ Eficiência energética, retrofit ecológico em prédios antigos e certificações são palavras que já fazem parte de muitos projetos imobiliários.

É o caso do Movimento Terras, que traz para Brasil o selo Bre Environmental Assessment Method (Breeam), o mais respeitado no mundo. Propondo a mu dança no conceito de moradia eco eficiente, o projeto, que nasceu da união de quatro grandes escritórios de arquitetura, consiste na construção de habitações inteiramente sustentáveis. Atualmente são duas vilas com 16 casas, que deverão gerar uma economia energética de aproximadamente 30%.

“Queremos mudar a ideia de que uma moradia sustentável é mais cara e tem aparência de casa na árvore. As construções unem charme, funcionalidade e respeito à natureza explica um dos idealizadores do projeto, Sergio Conde Caldas.

Outro projeto está sendo desenvolvido no edifício de número 12 da Avenida Rio Branco, no centro da cidade. O RB12, realizado pela Natekko em parceria com a MMC Investimentos, baseia-se no conceito de luxo sustentável. O edifício terá facha da bioclimática, composta por vidros em zigue-zague e paisagismo suspenso, que permitem otimizar o equilíbrio entre iluminação natural e calor, levando conforto para quem trabalha no local. É o primeiro corporativo do país com geração de energia, feita por meio de painéis fotovoltaicos nas laterais da fachada e pilhas de combustível, capazes de transformar o gás de rua em eletricidade.

A empresa decidiu apostar no Rio devido à configuração geográfica, que segundo Christophe Van Hamme, sócio-diretor da MMC Investimentos, é mais voltada para o retrofit verde. “A cidade possui uma relação muito forte com a natureza”, avalia. Christophe Van Hamme estima que a sustentabilidade possa valorizar em até 30% o imóvel.

Além da adoção de medidas sustentáveis, algumas construtoras estão buscando certificações de sustentabilidade. É o caso do RG Personal Residences, primeiro empreendimento da Even no Rio de Janeiro com certificação de Alta Qualidade Ambiental (AQUA). O edifício possui sistema de medição de água individualizado, cozinhas inteligentes com espaços para coleta de lixo e sistemas de aproveitamento de água da chuva, entre outros itens.

Federico Kessler, diretor de incorporação da em presa, afirma que essas medidas têm atraído os compradores. “A procura é grande. Os clientes se sentem confiantes em saber que estão adquirindo um produto que respeita o meio ambiente

No Recreio dos Bandeirantes, o Frames Vila de Mídia, da Calper, terá tomadas no subsolo para recarga de carros elétricos e bicicletas elétricas. Também o mais recente lançamento da Gafisa, o Alpha Green, que fica dentro do bairro planejado Alphaville Barra, contará com diversos itens sustentáveis tanto nos espaços internos quanto nas áreas comuns. Serão usadas cores claras na fachada para garantir o conforto térmico.

Pela velocidade dos lançamentos sustentáveis, o “tsumani do futuro’ já está

Os bons ventos chegam à Baixada Fluminense

A existência de um histórico déficit habitacional na região e a melhoria nos indicadores de qualidade de vida estão atraindo as construtoras para este emergente mercado consumidor

Bons ventos do crescimento imobiliário chegaram também à Baixada Fluminense. Com a retomada do desenvolvimento econômico do Estado do Rio, as cidades da região vêm ganhando mais infraestrutura e oportunidades de trabalho, gerando uma demanda por novos imóveis.

O município de Nilópolis desponta como um mercado promissor. Conforme aponta seu alto IDH (0,788), o município apresenta um crescimento urbano ordenado, dispondo de serviços de qualidade de transporte, educação, saúde e lazer, e de um baixo índice de desemprego. Em Nilópolis a demanda reprimida por moradias que ofereçam conforto, lazer e segurança é grande e, por isso, as construtoras já investem na região.

A Mega 18 Construtora lançou, recentemente, o Alto Nilópolis Residências. O clube residencial terá 128 unidades e localização privilegiada, próximo aos principais acessos e pontos comerciais da cidade. O Valor Geral de Vendas (VGV) é de cerca de R$ 40 milhões.

Serão 120 apartamentos tipo, com em média 76,15 metros quadrados, e oito coberturas duplex, com em média 154,48 metros quadrados, distribuídos em um único bloco de 17 andares. Todas as unidades terão três quartos (com uma suíte), varanda gourmet com churrasqueira e uma vaga de garagem. As salas serão entregues com porcelanato. O empreendimento ficará a menos de um quilômetro da rodoviária, da estação de trem, do calçadão e do Shopping Nilópolis Square.

O Alto Nilópolis Residências oferecerá mais de dez itens de lazer, nos padrões dos condomínios da Barra da Tijuca. Haverá piscinas adulto e infantil, bar da piscina, churrasqueira comunitária, Espaço Jovem, salões de festas adulto e infantil, lounge, terraço zen, lobby, academia, salão gourmet, playground, Praça dos Na morados, quadra esportiva, spa e brinquedoteca, entre outras opções.

“Será o terceiro condomínio vertical já lançado no município. Com este empreendimento, buscamos levar mais qualidade de vida para a Baixada Fluminense. Vamos implantar na cidade um novo conceito de moradia, mais moderno, com lazer completo e segurança, sem perder de vista a tradição familiar de Nilópolis”, destaca o diretor da Mega 18, Alexandre Reznik.

Multiuso: a aposta na qualidade de vida

Muito comum nas grandes metrópoles mundiais, os empreendimentos no estilo mixed-use, que reúnem em um só lugar trabalho, lazer, serviço e moradia, conquistam o carioca

Grandes congestionamentos no trânsito cada vez mais comuns nos centros urbanos chegam a consumir até 25% do tempo das pessoas. De acordo com último estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), o carioca gasta em média 40 minutos no trânsito de casa para o trabalho, dependendo do trajeto. Trabalhar próximo ao local de moradia tornou-se um importante ganho de qualidade de vida.

De olho nessa nova realidade da cidade, as incorporadoras vêm apostando no lançamento de empreendimentos multiuso. Também conhecidos como mixed-use, unem em um mesmo local trabalho, serviços, lazer e moradia. Acompanhando o ritmo de expansão imobiliária do Rio, esses empreendimentos ganharam velocidade de venda.

Arcas como Porto, região da Barra da Tijuca, Niterói e Itaboraí registram um crescimento significativo de lançamentos. Com isso, o multiuso está atraindo também investidores, que veem nele uma forma de conseguir renda com aluguel ou lucro com uma revenda, já que boa parte dos lançamentos está em regiões com grande potencial de valorização.

“Muito comum em metrópoles como Nova York, Londres e Tóquio, o multiuso tornou-se um imperativo nas grandes cidades porque facilita o deslocamento. A mobilidade urbana gera qualidade de vida e qualidade de vida gera valorização”, destaca Cláudio Hermolin, Diretor Regional da PDG Rio, que lançou ano passado no Recreio o primeiro business disctrict do Rio, o lhe City. Outro fator de atratividade para os investidores é a formação de um público consumidor cativo para os lojistas e profissionais liberais: “A integração de lojas, salas e apartamentos é um diferencial que gera demanda interna. As salas atraem profissionais que, por sua vez, consomem nas lojas. Além disso, o público do residencial com serviços garante o movimento nos horários em que a maioria dos escritórios não funciona”, explica Marcelo Oliveira, Diretor de Incorporação da Dominus, primeira empresa a lançar, em 2011, um mixed-use na cidade, o Link Office, Mali & Stay. O sucesso na venda levou ao lançamento este ano de outro multiuso, o Neolink Office, Mall & Stay, na Barra da Tijuca.

A crescente demanda já levou algumas empresas a inovar no conceito. O UPTOWN, da SIG Engenharia, traz uma “cidade” dentro da Barra da Tijuca. Haverá shopping, centro empresarial e warehouses capazes de abrigar espaços versáteis como gráficas, laboratórios e pequenas fábricas. O complexo tem infraestrutura completa com ruas, serviços de correios, bancos, fábricas, restaurantes etc., tudo funcionando dentro do mesmo espaço.

“A ambientação foi pensada exatamente para que os frequentado res tenham a sensação de estar dentro de um minibairro, com bancas de flores, orelhões, caixas de cor reio, sinalização de pedestre e placas de rua explica Erica Chies- se, gerente de incorporação da SIG Engenharia.

Também em Jacarepaguá este tipo de empreendimento vem ganhando espaço. Somente na Taquara há dois complexos comer ciais: o Mix MaU & Business, da MDL, e o Fontana di Successo, da Mega 18 Construtora.

Nos últimos dez anos a Zona Oeste vem liderando o ranking de crescimento imobiliário no Rio. De acordo com a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI), em 2013 a região representou mais de 60% do total de lançamentos. O grande número de imóveis aumenta a demanda por comércio e serviços e a necessidade de mobilidade urbana torna o Multiuso um negócio atrativo.

Porto: entrada para o desenvolvimento

As obras de revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro, que a tornarão um novo eixo de desenvolvimento econômico, já atraíram pesados investimentos privados

A Cidade do Rio Janeiro vive um momento único do mercado imobiliário. As intervenções urbanísticas na cidade, que remodelarão toda a área do cais do porto, que passará a ser chamada de Porto Maravilha, já geraram grandes investimentos imobiliários na região.

“O Porto é o novo eixo de crescimento do Rio de Janeiro. Para o investidor, significa uma infraestrutura e mobilidade urbana incomparável a qualquer outro lugar no Brasil”, comenta Rodrigo Caldas, vice-presidente da Construtora Concal.

Rodrigo lembra que “como a região está sendo totalmente projetada, os investidores terão shopping, salas comerciais, empreendimentos residenciais e vasta estrutura de transporte, como trem, metro, BRT e VLT”.

Apostando no novo eixo, que terá vocação para empreendimentos hoteleiros e corporativos, a João Fortes Engenharia se prepara para as vendas do Porto 1 Rio Corporate, comercial que visa a atender as empresas de médio e grande porte na região.

O novo empreendimento comercial da empresa terá oito pavimentos com es paços corporativos de 525 m a 643m No total, serão quatro unidades por pavimento, com possibilidade de interligação dos 32 espaços corporativos. Haverá ainda duas lojas, uma de 99 m e outra de 481 m no pavimento de acesso.

Os projetos já visam atender a uma demanda futura: “Para os executivos atletas haverá um bicicletário e um vestiário com chuveiro,” adianta Luiz Henrique Rimes, da João Fortes.

Também a Concal já investe na região e vai lançar o Quadra Carioca. O projeto prevê a construção de três torres sendo uma corporativa, uma residencial e outras duas comerciais. Com lançamento previsto para 2015, trata-se de um projeto grandioso, com Valor Geral de Venda superior a R$ 1 bilhão de reais.

Primeiro projeto a ser construído dentro do programa de modernização e reurbanização da Zona Portuária, o Port Corporate Tower, da Tishman Speyer, está em fase final de construção e deverá receber o habite-se em dezembro. Antes mesmo de concluído, o empreendimento já garante retorno. Localizado na Avenida Rio Branco, em terreno de 13 mil m de frente para o mar, que pertenceu ao antigo moinho Marilú, o Port Corporate Tower vem sendo procurado por diversas empresas interessadas em migrar para o prédio de 22 andares, dos quais 18 destinados a escritórios.

Com o sucesso do empreendimento, a empresa está in vestindo em mais projetos no Porto Maravilha. “A região Portuária é a nova fronteira de desenvolvimento do mercado imobiliário da cidade, em razão das limitações geográficas do Centro’ diz Ana Carmen Alvarenga, Diretora de Desenvolvimento da Tishman Speyer no Rio de Janeiro.

De acordo com Rubem Vasconcelos, presidente da imobiliária Patrimóvel, o Porto Maravilha provocará uma verdadeira revolução de desenvolvimento urbano da cidade.

“O Porto é o futuro do Rio. Os empreendimentos que a região irá receber vão promover um verdadeiro concurso de arquitetura e tecnologia que o país jamais viu. Sem dúvida este será um grande destino de valorização imobiliária”.

Orgulho de ser carioca

A cidade que amamos combina com trabalho, confiança e prosperidade. Não há lugar para pessimismo. Que venham os desafios!

Que me perdoem os pessimistas, mas o Rio de Janeiro, antiga capital da república e que vinha sofrendo desde a década de 60 do século passado as agruras dessa transformação, alcançou um novo patamar. Se anteriormente, apesar da situação econômica regional não tínhamos do que nos queixar em termos da beleza da paisagem, do espírito carioca, atualmente conseguimos complementar essa situação de orgulho, mudando de patamar na esfera da economia Grandes bancos e conglomerados industriais que se afastaram de nossa terra, têm retornado com uma força muito maior do que imaginávamos. Definitivamente, estamos na era do alto astral na nossa cidade e no nosso Estado.

A cidade vive um momento memorável de revitalização, de retomada de autoestima. A curva é ascendente e as projeções animadoras se baseiam em dados concretos e bem fundamentados.

Por que, então, o catastrofismo de um grupo tem sido reproduzido sem critérios e aprofundamento pelos chamados “especialistas”? Dentre as capitais do Brasil, a nossa se apresenta como a de melhores números do mercado imobiliário, com várias empresas lançando seus empreendimentos sem qualquer receio. Essa certeza de bons negócios está baseada, principalmente, no fato de que existiu e existe uma demanda reprimida por moradia no Rio de Janeiro, fruto de décadas de imobilismos politico, econômico e empresarial. Ora, como podemos falar em bolha se nossas pesquisas apontam que a falta de moradia ainda é um dos maiores problemas? O mercado de imóveis em todo o mundo sobrevive de compradores que adquirem um imóvel não só para moradia, mas também para investimento. Os resultados regionais, no entanto, nos dizem que a quantidade de investidores ainda é diminuta e, por isto a firmeza deste mercado. Não é que não se deseje que invistam em imóveis, no entanto, quando se fala em bolha imobiliária, os dados atuais nos mostram que ela, definitiva mente, não é uma ameaça.

O mercado carioca vai muito bem. Números de 2013 comprovam isso. O setor teve um crescimento 9% em comparação ao ano anterior, quando a previsão era de 4%. O crédito é farto, vigoroso, sem, contudo, perderem os financiadores, sua confiança em regras que os garantem plenamente, não só através de largos percentuais de garantia como por análise criteriosa dos tomadores. O aumento do poder aquisitivo também injeta ânimo ao mercado. O ritmo de vendas, mais ou menos acelerado, é parte do jogo. É sinônimo de equilíbrio, maturidade.

Fala-se sobre a artificialidade dos altos preços dos imóveis do Rio. Como se o Rio não fosse uma cidade de relevância mundial, como Londres, Paris ou Nova York. Pois saibam que chegamos lá. E a situação continuará positiva por muitos anos. Nada indica o contrário. Temos a Copa agora, teremos as Olimpíadas daqui a dois anos. A cidade está e estará na vitrine, como poucas estarão. Serão 30 dias de exposição na mídia em todo o planeta. Temos problemas? Claro. Mais do que merecemos ou desejamos. Mas por que desacreditar que conseguiremos superá-los? Os investimentos na cidade são imensos. O legado dos Jogos fará surgir um Rio ainda melhor, trará ganhos para a economia. Toda uma cadeia virtuosa, capaz de fazer com que a cidade sirva de modelo a outras capitais do mundo. Não duvidem, há potencial para isso. Nós, empreendedores, trabalhamos duro para isso diariamente.

O que precisa ficar claro é que o preço dos imóveis, assim como todo e qualquer processo de compra e venda, segue os ditames básicos da lei de mercado: oferta e procura. Há demanda, há oferta. As oscilações são inevitáveis. Sempre haverá sobrepreço, sempre haverá sobreoferta. O próprio mercado dá conta dos ajustes, se reinventa e fortalece.

O momento é de desenvolvimento. A capital fluminense recebeu nos últimos anos investimentos em projetos de reurbanização e infraestrutura que redefinirão o nosso futuro. A ideia é realizar uma “descentralização” no município, sem permitir uma concentração extrema em uma área específica. Os lançamentos imobiliários comprovam esta assertiva. Atualmente temos lançamentos em, praticamente, todos os bairros. Este fato também decorreu da segurança trazida pela reconquista dos territórios antes sob o domínio de facções criminosas, fato que revitalizou nossa cidade,

O Rio de Janeiro está tendo a oportunidade de mudar de vez a sua história. A cidade que amamos combina com trabalho, confiança e prosperidade. Que venham os desafios! Não há espaço para pessimismo, mas para otimismo e orgulho. Orgulho de ser carioca.

João Paulo Rio Tinto de Matos – Presidente da ADEMI e presidente da Calçada.

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