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Editorial

Economista que ganhou Nobel dá palpite errado

Possibilidade de bolha imobiliária no Brasil é remota

O economista americano Robert Shiller, ganhador do prêmio Nobel de Economia deste ano, foi infeliz na análise que fez de uma possível bolha imobiliária que estaria se formando no Brasil. Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, ele afirma que os preços dos imóveis, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, poderia ser uma perigosa bolha financeira. De acordo com Shiller, os preços dos imóveis por aqui andam “drasticamente” altos. “Me senti como nos EUA”, disse ele.

Shiller, no entanto, não levou em consideração em sua análise o fato de que nos Estados Unidos a bolha estourou porque a procura por imóveis gerou especulação financeira, o que não é o caso do Brasil. Os financiamentos habitacionais, em grande parte feitos pela Caixa Econômica, não permite a alavancagem que levou a elevação dos imóveis nos EUA. Os investidores americanos fizeram vários investimentos com a hipoteca da casa dada como garantia para diversos financiamentos.

De acordo com avaliação de vários economistas brasileiros, a elevação dos preços dos imóveis pode até ser uma bolha, mas é bem diferente do que aconteceu nos EUA e não há financiamentos para compra de imóveis sem que as garantias sejam dadas pelos tomadores dos empréstimos uma única vez. Além disso, tanto no Rio de Janeiro quanto em Sâo Paulo, o setor imobiliário ficou estagnado por décadas justamente pela falta de financiamento.

De acordo com a expectativa do mercado imobiliário, os preços dos imóveis, após essa correção dos últimos anos, tendem a se estabilizar, o que já vem ocorrendo em algumas áreas das principais cidades do país. A tendência para os próximos anos é de que haja uma correção de valores dentro do ritmo normal do setor.

Mercado imobiliário de São Paulo

Vendas de imóveis sobem

Chiara Quintão | De São Paulo

As vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo, registradas de janeiro a outubro, superaram o total comercializado no acumulado de 2012, de acordo com o Secovi-SP, o Sindicato da Habitação. O Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado no período cresceu 41,4%, para R$ 15,7 bilhões ante o intervalo equivalente de 2012. Em todo o ano passado, as vendas totalizaram R$ 14,6 bilhões.

Em número de unidades, as vendas somaram 27.751 unidades em dez meses, superando em 31% o volume do mesmo período do ano passado e em 3% o acumulado de 2012, segundo o Secovi-SP. Até outubro, o volume comercializado foi maior que o lançado. Dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) apontam que foram lançadas 24.179 unidades de janeiro a outubro, 24,1% acima do intervalo equivalente de 2012.

Em outubro, o indicador de vendas sobre oferta (VSO) de 12 meses alcançou 66,3%, segundo o Secovi-SP. No ano, o melhor desempenho foi registrado no mês de agosto, quando a VSO chegou a 67,4%.

O Secovi-SP mantém a projeção que 35 mil unidades serão comercializadas em 2013, com incremento de quase 30% ante 2012.

O VGV comercializado, em outubro, foi de R$ 1,119 bilhão, com alta de 10,1% ante outubro de 2012, mas queda de 15,3% ante setembro, conforme o Secovi-SP. Em unidades, houve expansão de 9,5% nas vendas na comparação com o mesmo mês de 2012, mas retração de 26,9% sobre setembro. O setor lançou 2.954 unidades em outubro, volume 15,6% acima do mesmo mês do ano passado e estável ante setembro. (CQ)

Origem: Valor Econômico, 03/12/2013

Obras para as Olimpíadas sequer começaram em Deodoro

Prefeitura, no entanto, promete entregar instalações a tempo

Renata Leite

RIO – Nem uma betoneira, nem um saco de areia. O Complexo Esportivo de Deodoro continua apenas como uma promessa, ou melhor, um compromisso olímpico. Apesar do sinal amarelo aceso, a prefeitura garante que conseguirá entregar o empreendimento até março de 2016, a quatro meses do início dos Jogos. Antes responsabilidade do governo do estado, a missão de erguer os equipamentos que receberão 11 modalidades olímpicas e quatro paralímpicas foi assumida pelo município, que agora corre contra o tempo. Pronto, só o projeto conceitual. O projeto básico — imprescindível para a licitação das obras — só deve ser concluído em março do ano que vem. Enquanto isso, a contagem regressiva para o evento continua e marca, hoje, 975 dias.

O complexo, que reunirá provas de canoagem slalom, rúgbi, ciclismo, hipismo e tiro, entre outros esportes, ocupará um terreno de dez mil hectares — o que corresponde a dez mil campos de futebol — de área militar. O investimento, que pode ultrapassar R$ 1 bilhão, segundo cálculos do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), será desembolsado pelo governo federal. O valor estimado no dossiê de candidatura era de menos da metade disso, R$ 454.303.010,73. A prefeitura, no entanto, só apresentará o orçamento após a conclusão do projeto básico.

Em julho, o Tribunal de Contas da União relatou, após realizar uma auditoria no empreendimento, a preocupação com um aumento ainda maior nos custos da obra, por conta dos atrasos que, na época, segundo o órgão, já chegavam a 15 meses. “Quanto ao atraso identificado nas atividades de implantação do Complexo Esportivo de Deodoro, entendo que os seus riscos potenciais são deveras danosos à administração, podendo levar a práticas emergenciais que resultam em majoração dos gastos públicos, a fim de concluir as obras no prazo necessário”, diz um dos relatores no documento.

— Sempre que você deixa as coisas para um tempo mais apertado, acaba aumentando os custos. Compete ao TCU cobrar de quem não cumpriu os prazos — disse o prefeito Eduardo Paes, que culpou a indefinição de responsabilidades pelos atrasos. — Esse era um projeto do governo federal, que foi passado para o governo do estado e terminou com a prefeitura. Mas a gente já recuperou o tempo perdido. O Comitê Olímpico Internacional ficou muito tranquilo com o que viu nas últimas visitas.

O governo do estado, por sua vez, nega atrasos no cronograma. Por meio de nota, informou que assinou convênio com o governo federal, em dezembro de 2012, e iniciou em março deste ano a concorrência para a escolha do consórcio hoje responsável pela elaboração dos projetos. A empresa vencedora foi anunciada em agosto.

Responsável por colocar o projeto grandioso de pé, a presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Silvia Bastos Marques, diz que a decisão de passar a responsabilidade pelas obras para a prefeitura foi correta, em virtude da experiência acumulada pelo município durante as obras do Parque Olímpico da Barra.

— O Parque Olímpico é bem mais complexo do que o Complexo de Deodoro. Na Barra, as instalações saíram do zero. Tivemos que demolir o autódromo, retirar tudo, fazer infraestrutura, todas aquelas instalações. Tivemos uma longa trajetória de aprendizado e com isso estamos conseguindo acelerar muito (o processo) — disse Maria Silvia, reconhecendo, no entanto, o cronograma justo. — É um desafio, mas não é uma missão impossível.

Estruturas do Pan serão aproveitadas

Algumas estruturas que foram erguidas na área militar para receber os Jogos Pan-Americanos de 2007 serão aproveitadas, mas todas precisarão passar por adequações. O centro de tiro esportivo, o centro de hipismo e a piscina de pentatlo moderno estão entre os equipamentos que receberão reformas. Haverá ainda estruturas provisórias, que serão desmontadas após o evento, como o circuito de mountain bike. Entre as novas instalações permanentes que serão construídas, estão a Arena Deodoro, de esgrima e basquete, que, após os Jogos, terá uma arquibancada desmontável retirada; uma pista de ciclismo e o circuito de canoagem slalom, que teve seu tamanho reduzido em 40% para poder ser construído no prazo.

Os dois últimos equipamentos — circuito de canoagem e pista de ciclismo — serão aproveitados, após as Olimpíadas, no Parque Radical. A prefeitura prevê para 2017 o lançamento da área de lazer que ocupará 540 mil metros quadrados, cujo terreno foi cedido pelo Exército. Esse será o segundo maior parque do Rio, atrás apenas do Aterro do Flamengo, com vocação para os esportes radicais.

Outro legado para a região serão os investimentos em saneamento e mobilidade. Está prevista a construção de uma estação de tratamento de esgoto na área, assim como a melhoria da rede coletora do local. Os equipamentos esportivos permanentes que não estiverem abertos à população, por estarem dentro do terreno do Exército, poderão ser usados para treinamentos e campeonatos de alto rendimento.

Origem: O Globo, 04/12/2013

Moradores apontam tremores e rachaduras causados após obra do metrô

‘Terremoto’ assusta quem mora no condomínio Povoado das Canoas, em São Conrado

Maria Inez Magalhães

A tranquilidade dos moradores do condomínio Povoado das Canoas, em São Conrado, foi, literalmente, abalada desde que começaram as obras da Linha 4 do metrô, que vai ligar Ipanema à Barra da Tijuca. As escavações, que acontecem a 150 metros do local, são precedidas de constantes explosões, que fazem tremer as casas.

Moradores contam que, após as obras, perceberam rachaduras em suas residências e que houve rompimento de canos que abastecem de água o condomínio. Eles denunciam ainda que micos e macacos, que circulavam pelo local, teriam desaparecido devido às explosões.

O Consórcio Construtor Rio Barra, responsável pela obra, informou que o condomínio está fora da área de risco, mas prometeu vistoriar as casas e arcar com os prejuízos, se comprovada a sua responsabilidade. “Parece terremoto. Dá muito medo”, contou a publicitária Andrea Delgado. Ela está reformando a casa e a construção nova já apresentou problemas, como rachaduras no teto da varanda e no muro de pedra. “Percebi isso após as explosões do metrô”, disse Andrea, que há cinco meses recebeu uma carta do Metrô, avisando que fariam vistoria em sua residência.

“Disseram que viriam tirar fotos da minha casa, mas nunca ninguém apareceu”, reclamou a publicitária. A situação parece ser pior na casa da arquiteta Paula Pimenta. Parte do reboco do teto caiu e há rachaduras do lado de fora e no guarda-roupas do filho dela. “A parede rachada foi construída há sete anos e estourou uma tubulação do lado de fora. A casa tem 30 anos. Acredito que isso tenha acontecido devido às obras do metrô”, avaliou ela.

Conta de água aumenta em condomínio

O encarregado de serviços gerais do condomínio, Roberto Coelho, já consertou o terceiro cano que estourou após a obra do metrô. “A água jorrou como um chafariz”, contou ele que, quase caiu de uma árvore durante uma explosão. “Tremeu tudo”. A síndica Maria Edina Portinari disse que a média mensal da conta de água do condomínio subiu em R$ 10 mil. “Nossa conta é em torno de R$ 15 mil. Mas já recebi conta até de R$ 67 mil”, disse ela, que já acionou a Cedae e dia 12 se reuniu com o Metrô.

Os tremores também são sentidos pela atriz Adriana Figueiredo, que mora um pouco mais distante de Andrea e Paula. “Parece que as janelas vão quebrar. Não há rachadura na minha casa, mas estamos apavorados.”

Origem: O Dia, 04/12/2013

Renta Engenharia gerencia construção do Shopping Metropolitano, que abre amanhã

Nos últimos dois anos, o segmento de malls representou 65% do faturamento da empresa. Eram 52% nos 24 meses anteriores.

A Renta Engenharia gerencia a construção do Shopping Metropolitano, que abre amanhã. Nos últimos dois anos, o segmento de malls representou 65% do faturamento da empresa. Eram 52% nos 24 meses anteriores.

Origem: O Globo, 04/12/2013