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Preço de imóvel sobe mais que inflação: risco de bolha?

Enquanto os investidores fazem apostas ousadas na cidade, cresce a preocupação com uma possível bolha no mercado imobiliário, à medida que os preços continuam avançando. Segundo o índice FipeZaP, a alta nos preços de imóveis vem se descolando da inflação oficial. Entre 2008 e setembro de 2013 o FipeZap avançou 227,4%. Já o IPCA, índice de inflação medido pelo IBGE, tem alta acumulada de 36,1%.

Para executivos do setor, o Rio passa por uma acomodação, após anos com preços irreais. Presidente da Pátria, maior imobiliária da cidade, Rubem Vasconcellos acredita que os preços altos estão sendo pressionados pelos valores dos terrenos — O preço dos terrenos hoje é um dos fatores que desequilibra afirma o executivo.

Em recente visita ao Brasil, o prémio Nobel de Economia Robert Schiller alertou para a possibilidade de um descontrole nos preços de imóveis, sobretudo no Rio e em São Paulo. O economista ficou conhecido por ter previsto a bolha de 2005 nos EUA, que culminou com a crise do subprime em 2008.

Origem: O Globo - Caderno Especial, 28/11/2013

Para setor imobiliário, Zona Norte é o novo “point”.

Área é a segunda maior em lançamentos e só perde para a Zona Oeste. Centro e Porto também são destaques

Marcello Correa

O mercado imobiliário carioca já está olhando além da Zona Oeste. Bairros como Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, hoje lideres em números de lança mentos, devem manter as posições de destaque, mas a revitalização da região portuária e o crescimento dos residenciais na Zona Norte dividirão, cada vez mais, as atenções das construtoras, afirmam executivos do setor.

Segundo a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), a Zona Norte é a segunda região com mais lançamentos no acumula do dos cinco anos: foram 24.403, ou 26,2% do total, com a Tijuca na liderança regional, acumulando 3.332 lançamentos. Já a Zona Oeste atraiu a maior parte dos investimentos entre 2009 e 2013 (até outubro). Dos 93.194 lançamentos no período, 64.909 (69,6%) se concentram na região, com destaque para Barra da Tijuca (17.500), Recreio (12.509) e Campo Grande (11.470).

Entre outros fatores, o protagonismo da Zona Oeste no desenvolvimento urbano das últimas décadas se explica por razões relativamente simples, como a ampla oferta de terrenos desocupados. Ao contrário de regiões saturadas, consolidadas no início do século passado, como a Zona Norte e o Centro, a Zona Oeste era, até pouco tempo, uma fronteira da cidade e, portanto, vazia.

— A Avenida Ayrton Senna (na Barra da Tijuca), que um dia já foi uma fronteira da cidade, hoje é uma região central dos negócios. E muito importante achar bons terrenos na Zona Sul e na Barra, porque eles estão cada vez mais escassos analisa Marcelo Oliveira, diretor de incorporação da Dominus, que lançará, ainda este mês, um empreendimento na avenida.

ESPERANÇA COM PORTO MARAVILHA

Antes dessa possível saturação na Barra da Tijuca, a Zona Portuária se consolida como a principal alternativa para os no vos espaços de negócios imobiliários da cidade. Um dos maiores empreendi mentos previstos para a área é a Trump Tower. O conjunto de cinco torres, nos moldes de projetos semelhantes em países como EUA, Panamá, Canadá e Turquia, terá valor geral de venda (VGV) estimado em até R$ 6 bilhões. O condomínio ocupará mais de 320 mil metros quadrados na Avenida Francisco Bicalho.

Segundo o diretor-executivo do empreendimento, Stefan Ivanov, a ideia de levar a Trump Tower para a Barra da Tijuca chegou a ser cogitada pela equipe, mas foi descartada. O investimento de R$ 8 bilhões no projeto Porto Maravilha, que deve garantir a infraestrutura necessária a um empreendimento de grande porte, e a localização estratégica da região pesaram na decisão.

— Analisamos também a Barra da Tijuca e outras localidades do Rio. Nosso consórcio acredita que o melhor lugar está no Porto Maravilha. A Barra, apesar de ser um lugar lindo, hoje em dia tem 400 mil metros de áreas construí das de escritório (cerca de 13% do total de escritórios da cidade). Na Zona Central, estão 65% dos escritórios. A Barra ainda não tem massa crítica — afirma lvanov. — Quem trabalha na Barra precisa visitar seus clientes no Centro. A distância é bastante expressiva, cerca de 25 quilômetros. O tempo de deslocamento é muito inconveniente.

Ele não pode revelar nomes, mas garante que há empresas interessadas em ocupar prédios inteiros. O consórcio ainda busca construtoras para iniciar as obras, previstas para meados de 2014.

NOVA TENDÊNCIA

Entre os lançamentos residenciais, a novidade tem sido o desenvolvimento da Zona Norte. Neste ano, até outubro, o número de unidades nessa categoria em bairros como Cachambi (572) e Del Castilho (492) superou as novas residências da Barra da Tijuca (444). Nada que abale a liderança absoluta do Recreio dos Bandeirantes, que já acumula, só este ano, 3.082 novas unidades residenciais. Mas indica uma mu dança de paradigma do setor.

— O (fenômeno) dos “condomínios clubes” é uma bomba atômica no mercado da Zona Norte. É como morar na Zona Norte como se mora na Barra da Tijuca — diz Rubem Vasconcellos, presidente da Patrimóvel, imobiliária que tem investido na região, caso do Arena Park, condomínio próximo ao Norte Shopping, entregue em 2010.

Com os investimentos disseminados, a expectativa do setor de construção civil é de crescimento pelos próximos três anos. Segundo o Sindicato da Indústria de Construção Civil do Estado do Rio (Sinduscon-Rio), o segmento deve avançar em torno de 7% no período. Entre os desafios identificados pela entidade para que a projeção se concretize, estão demandas como incentivos fiscais para edifícios e agilizar os Projetos de Estruturação Urbana (PEU) para áreas dos Corredores de Mobilidade Urbana em construção (Transoeste, Transolímpica, Transcarioca e Transbrasil) e os outros de Jacarepaguá, Vargem Grande e na divisa com Itaguaí.

Origem: O Globo - Caderno Especial, 27/11/2013

Arco Metropolitano atrai investidores

Governo traça planos para disponibilizar áreas para novos empreendimentos nos municípios que são cortados pela via e no entorno

Representantes dos municípios localizados na extensão do Arco Metropolitano reuniram-se ontem com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, Julio Bueno, para traçar os próximos passos para a atração de investimentos para a região. A ideia é identificar áreas potenciais para receberem novos investimentos, bem como a infraestrutura necessária para disponibilização dessas áreas.

“Os municípios que são cortados pela nova via e os que ficam no entorno já estão sendo beneficiados por um volume imenso de investimentos, e há empreendedores de olho em áreas para se instalarem no local e aproveitarem esse corredor logístico”, comentou o secretário Julio Bueno durante a reunião.

O secretário destacou que já existem pelo menos R$ 60 bilhões em investimentos na região. Além disso, há uma série de pequenas e médias empresas que se instalaram ao longo do período de construção do Arco Metropolitano. O empreendimento, que soma R$ 1,6 bilhão, vai ligar Itaboraí a Itaguaí, num total de 150 quilômetros, cortando os municípios de Belford Roxo, Guapimirim, Seropédica, Duque de Caxias, Magé e Nova Iguaçu.

“O ideal é que as prefeituras nos enviem o mais rápido possível as áreas disponíveis e as demandas que possuem para viabilizar essas áreas, para que possamos oferecê-las aos empreendedores que têm demonstrado interesse em se instalar na região”, comentou a presidente da Companhia de Desenvolvimento Industrial (Codin), Conceição Ribeiro, também presente à reunião.

Entre os exemplos de empreendimentos que devem revolucionar a região entorno do Arco Metropolitano está o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras, que vai receber apenas no período de construção da refinaria R$ 20 bilhões em investimentos, gerando 15 mil empregos diretos.

“Acreditamos fortemente na realização da segunda etapa dos investimentos, na área petroquímica, que possui maior encadeamento e deverá atrair pequenas e médias empresas a partir de 2018 para a região”, avaliou Julio Bueno.

Origem: O Fluminense, 27/11/2013

Gerdau deve manter investimento em 2014

Companhia vê no mercado brasileiro uma clara recuperação da construção residencial e da previsão de 38 shopping centers

Agência Reuters

A Gerdau espera manter o nível de investimento de 2014 próximo dos US$ 1,2 bilhão previstos para este ano, diante de um cenário que considera mais otimista de retomada dos Estados Unidos, recuperação na Europa e manutenção do crescimento brasileiro. Em reunião com analistas e investidores ontem, o vice-presidente financeiro da Gerdau, André Pires, lembrou que o investimento da companhia em 2012 foi de cerca de US$ 1,6 bilhão.

“Em 2014, o número não deve ser muito diferente deste ano, talvez crescer um pouco”, disse Pires. Ele comentou ainda que a Gerdau deve evitar captações externas no próximo ano, preferindo financiar os investimentos com geração de caixa.

O executivo disse que vê no mercado brasileiro uma clara recuperação da construção residencial no Brasil, diante do crescimento de 14% nos lançamentos de projetos residenciais no ano até agora e da previsão de que 38 shopping centers serão construídos no País no próximo ano.

Além disso, o executivo disse que “de fato existe um ganho de tração em operações ligadas à infraestrutura”, mencionando projetos de hidrelétricas, ferrovias e diante de expectativas de aumento no consumo de materiais pelas obras em concessões do governo, incluindo aeroportos e estradas.

A companhia segue com esforços de aprendizagem e ganho de escala do novo laminador de bobinas a quente instalado na usina siderúrgica em Minas Gerais. O equipamento iniciou vendas no mês passado, colocando a companhia no mercado de aços planos brasileiro disputado pelas rivais ArcelorMittal, Usiminas e CSN.

Segundo o vice-presidente da operação Brasil da Gerdau, Manoel Vitor de Mendonça Filho, a expectativa da companhia é ter uma participação no mercado brasileiro de bobinas a quente de 8% a 10% nos próximos 2 a 3 anos.

A empresa espera que o laminador de bobinas atinja nível de utilização de 60% da capacidade nominal de 800 mil toneladas em 2014. “Estamos ainda em curva de crescimento de volumes. Estamos indo com bastante juízo e entendemos que estes números vão atender nossas necessidades no ano que vem”, disse Mendonça Filho.

O executivo comentou que apesar da expectativa de 60% de uso de capacidade do laminador em 2014, a Gerdau já investiu numa segunda etapa, ainda sem data prevista, em que o volume nominal será ampliado para 1,2 milhão de toneladas. Pires acrescentou que mais 50% do investimento para essa segunda fase “já foi feito”, mas não deu detalhes.

Já o laminador de chapas grossas com capacidade para 1,1 milhão de toneladas – que

deve começar a produzir entre final de 2015 e começo de 2016 – também tem prevista uma segunda etapa, em que poderá ser ampliado para 1,8 milhão de toneladas. No total, a Gerdau terá capacidade em aços planos para 3 milhões de toneladas, disse Mendonça Filho, evitando datar quando isso pode ocorrer.

Origem: Agência Reuters, 27/11/2013

Governo chinês força urbanização

IAN JOHNSON, do The New York Times na Folha de S. Paulo

Três anos atrás, a Exposição Mundial de Xangai apresentou esta cidade, recém-construída, como o exemplo de que a China deixaria de ser uma terra de fazendas para ser uma terra de cidades. Hoje Huaming pode ser um modelo de outra transformação: a guetização das novas cidades chinesas.

Os sinais de disfunção social são muitos. Os jovens, que passam os dias em cibercafés ou salões de bilhar, dizem que poucos têm empregos. Os idosos são obrigados a fazer bicos para pagar as contas no fim do mês. As estruturas familiares e de vizinhança foram abaladas. Além disso, aumentaram os suicídios.

Enquanto a China leva adiante a urbanização promovida pelo governo, muitos temem que as dezenas de novos conjuntos habitacionais possam ter o mesmo destino que os projetos do pós-guerra nos países ocidentais. Destinados a solucionar um problema, eles talvez estejam criando outros que poderão empestar as cidades chinesas durante gerações.

“Tenho crises de ansiedade porque não temos renda nem emprego”, disse Feng Aiju, 40, ex-agricultora que se mudou para Huaming em 2008 contra sua vontade. Ela disse que gastou uma pequena fortuna pelos padrões locais, US$ 1.500, com antidepressivos. “Nunca tivemos a oportunidade de falar, nunca nos perguntaram nada. Eu quero ir para casa.”

Huaming está longe de ser uma favela perigosa. Não tem gangues, uso de drogas ou violência de rua. Quase metade da cidade é dedicada a áreas verdes. Árvores bordam as ruas que levam às escolas.

Mas as novas casas têm paredes rachadas, janelas que vazam e elevadores com piso enferrujado. Para os agricultores, que foram intimados a entregar suas terras ancestrais, a deterioração aumenta a sensação de que foram enganados.

“Aquela terra era deles”, diz Wei Ying, mulher de 35 anos desempregada, cujos pais vivem em uma unidade mal construída. “Você precisa compreender como eles se sentem no íntimo.” A sensação de desespero e alienação vem à superfície nos suicídios -o salto de uma sacada tarde da noite, a ingestão de pesticida ou o deitar-se nos trilhos do trem.

“Estamos falando de centenas de milhões de pessoas que estão se mudando para esses lugares, mas o padrão de vida para esses realojados na verdade caiu”, disse Lynette Ong, cientista política da Universidade de Toronto que estudou áreas de reassentamento. “Além disso, há a qualidade dos edifícios -houve muita corrupção e eles roubaram os materiais.”

Essas novas cidades contrastam com a habitação improvisada onde vivem outros migrantes. Muitas delas são criadas por agricultores que decidiram deixar sua terra. Embora amontoados, esses locais são cheios de vitalidade e mobilidade ascendente, disse Biao Xiang, da Universidade de Oxford, na Inglaterra.

“Esses bairros de migrantes nas grandes cidades são muitas vezes chamados de favelas, mas são as novas comunidades de reassentamento que serão mais difíceis de reviver, em parte porque não estão relacionadas a qualquer atividade econômica produtiva”, disse o professor Xiang.

A ideia por trás de Huaming foi radicalmente diferente. Em 2005, o distrito de Huaming foi escolhido para ser uma demonstração de urbanismo planejado e bem-sucedido. Um distrito é uma unidade administrativa maior que uma aldeia e menor que um condado, e Huaming tinha 41 mil pessoas vivendo em 12 pequenas aldeias espalhadas por 155 quilômetros quadrados, na maioria terras agrícolas.

Para o norte da China, o local era incomumente fértil, porque tinha água em abundância. Nos arredores de uma das maiores cidades da China, o porto de Tianjin, Huaming era conhecida por seu artesanato e especialmente por seus legumes.

Os urbanistas, porém, a consideraram um grande problema. “As aldeias formadas naturalmente tinham sofrido desenvolvimentos desordenados que resultaram em baixa densidade das construções, em espaço industrial desorganizado e má distribuição”, segundo uma publicação que explicou a necessidade de mudança. (As autoridades recusaram pedidos de entrevista.) As aldeias não tinham tratamento de esgoto e eram “sujas, desordenadas e abaixo do padrão”.

A ideia foi consolidá-las em uma nova cidade chamada Huaming, que ocuparia menos de 2,5 quilômetros quadrados, em vez dos 8 que as 12 aldeias tinham ocupado.

Uma parte dos 152 quilômetros quadrados restantes poderia ser vendida para incorporadores para pagar pela construção, o que significava que os novos edifícios não custariam nada para os agricultores ou para o governo.

O resto da terra continuaria sendo utilizado para fins agrícolas, mas seria cultivado por alguns agricultores restantes usando métodos modernos.

Isto alcançaria outro objetivo: não reduzir a quantidade de terra arável.

A construção começou em março de 2006 e foi concluída apenas 16 meses depois. A cidade é formada por prédios de seis a nove andares, divididos em condomínios fechados de cerca de uma dúzia de edifícios. O espaço comercial se limita oficialmente a duas ruas, tornando o resto da cidade uma área residencial tranquila, centrada nas novas escolas. Um parque atraente com um lago fica aberto à noite para encontros sociais.

O maior ponto de venda na literatura oficial é como o espaço seria distribuído. Os agricultores poderiam trocar o espaço útil em sua casa na fazenda por um apartamento do mesmo tamanho na nova cidade.

Até o pátio em torno da casa rural entrava na equação.

O que aconteceu foi mais complexo. A maioria acabou tendo menos espaço para viver do que tinha na fazenda. E muitos não queriam deixar sua terra. Em 2008, a oferta do governo tinha alcançado um sucesso limitado, e apenas a metade da população decidiu se mudar. Mas a propaganda do governo já saudava Huaming como um sucesso e as autoridades planejavam apresentá-la na feira mundial dali a dois anos. “Eles disseram que se não nos mudássemos isso afetaria a exposição mundial”, disse Jia Qiufu, 69, ex-morador da aldeia de Guanzhuang.

O governo local fez intensa pressão para forçar os agricultores a deixarem suas aldeias. Destruiu as estradas e cortou a eletricidade e a água. Mesmo assim, milhares de pessoas ficaram. Como última medida, as escolas foram demolidas.

Além da insatisfação sobre a quantidade de espaço que receberiam, os agricultores estavam preocupados com os empregos, temor comum em outros projetos de reassentamento. Comparado com projetos de relocação em áreas remotas, Huaming é quase um grande corredor de transporte, a Via Expressa Pequim-Tianjin. Também é vizinha do enorme centro de logística do aeroporto de Tianjin, que oferece milhares de empregos. Muitos agricultores disseram, porém, que não se qualificaram para esses cargos.

Segundo os moradores de Huaming, os únicos empregos disponíveis para eles são trabalhos sem perspectivas, que pagam o equivalente a US$ 150 por mês. Mesmo assim, a concorrência por eles é ferrenha. Migrantes pobres de outras partes da China estão dispostos a trabalhar por ainda menos. Quase toda a jardinagem nos espaços públicos de Huaming, por exemplo, é feita por trabalhadores da província interior de Henan, que vêm por um curto período e vão embora. “Comparado com Henan, é bom trabalho”, afirmou Zhuang Wei, 58, que disse morar em um quarto com outros cinco homens.

Mesmo quando conseguem trabalhos que pagam bem, os moradores dizem que quase não podem pagar as contas. Uma creche custa US$ 100 por mês por criança.Outros custos também são altos. A inflação quase duplicou o preço do arroz. No passado, eles mesmos o plantavam.

Muitos parecem ter desistido de encontrar trabalho. Os cibercafés ficam lotados de jovens. Em um deles, Zhang Wei, 28, disse que tinha investido US$ 4.300 para reformar o apartamento e instalar computadores. A antiga sala da unidade estava cheia de jovens debruçados sobre telas. “São todos moradores desempregados, mas sem qualificações o que podem fazer?”, indagou Zhang.

Mais comuns são as histórias de idosos que rapidamente morrem de doenças. “Estou cansada, muito cansada”, disse uma mulher idosa que só deu seu sobrenome, Wei. “Veja os campos vazios”, disse Wei Naiju, que veio da aldeia de Guanzhuang. “Você realmente poderia plantar alguma coisa lá.”

Percorrer as aldeias demolidas com ex-moradores é especialmente triste. É uma paisagem bombardeada, com alicerces cobertos por detritos.

De volta à cidade, a vida de quem se mudou para o distrito foi memorializada em um museu. Cheio de vitrines em tamanho real com casas de aldeia e figuras humanas, é uma recriação da antiga vida na aldeia. Uma placa introdutória explica: “O tempo passa e as coisas mudam”.

Colaborou Sue-Lin Yong