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Vida nova nos sobrados

Repare só no estado deste sobrado na Rua João Alvares, na Gamboa, no Rio. Está caindo aos pedaços, mas vai passar por uma grande reforma promovida pela Secretaria municipal de Habitação. Ele e outros prédios da área vão abrigar 298 imóveis populares do Programa Minha Casa Minha Vida. Como eles são tombados pelo Patrimônio Histórico do Município, as fachadas serão restauradas e as telhas francesas, recuperadas. Os prédios, do século XIX, serão pintados com as cores da época. Vamos torcer, vamos cobrar.

Origem: O Globo - Ancelmo Goes, 26/11/2013

Residencial Olímpico

A Leduca lança, na primeira quinzena de dezembro, o Outside, no Recreio. Os 136 apartamentos somarão R$ 115 milhões em vendas. O residencial acomodará jornalistas estrangeiros nas Olimpíadas de 2016. Terá campanha da Minha Comunicação. Estreia amanhã.

Origem: O Globo, 26/11/2013

Novo píer não deve sair do papel antes das Olimpíadas de 2016

Inicialmente prevista para a Copa, construção pode sofrer nova prorrogação

DANILO FARIELLO

Depois de ter sido oficialmente descartado para a Copa do Mundo de 2014, o governo federal e o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos já não esperam mais a construção de um novo píer para passageiros no Porto do Rio para 2016.

Depois de manifestação da Casa Civil em favor de uma reanálise da localização do píer em Y pelos técnicos de governo federal e da prefeitura, o projeto agora deve sofrer nova prorrogação, apesar de já possuir R$ 233 milhões em orçamento reservado ainda originário da matriz de responsabilidades da Copa.

Em nota transmitida ao GLOBO, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos já reconheceu que, para atender a demanda de turistas necessária para os jogos olímpicos e paralímpicos, a situação atual do porto é suficiente. “O porto no modelo atual atende perfeitamente à necessidade de hospedagem durante os jogos de 2016”, informou o Comitê por meio de sua assessoria de comunicação.

O Comitê prevê que, durante os jogos, aportem no Rio até quatro transatlânticos que poderão servir como hospedagem para algo entre 3 mil e 4 mil turistas. Os navios são importantes para suprir a carência de vagas de hospedagem durante os eventos.

Essa necessidade é comportada pela estrutura atual embora os navios de carga que tradicionalmente aportam no porto do Rio possam sofrer com a falta de espaço para atracar durante os jogos.

A polêmica do novo píer teve início com a proposta da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), que propôs a sua instalação entre os armazéns dois e três, a apenas 500 metros de distância do futuro Museu do Amanhã, no píer Mauá, área que está sendo revitalizada com a derrubada da Perimetral e a instalação do Museu de Arte do Rio (MAR).

Um projeto alternativo, que passou a ser defendido pelo prefeito Eduardo Paes, previa a instalação do píer para ser instalado entre os armazéns seis e sete, em local mais distante do antigo Píer Mauá. Segundo a CDRJ, porém, a mudança de localização para espaço entre os armazéns 4 e 5, posição intermediária, elevaria o custo da obra em pelo menos R$ 89 milhões, em informação apresentada durante audiência pública na Câmara dos Deputados em julho.

Origem: O Globo, 26/11/2013

Urbanistas apostam em revolução paisagística e cultural após derrubada da Perimetral

Novas perspectivas devem acontecer para o Centro

Parte de um Rio esquecido é revelado

FERNANDA PONTES

Mais do que uma mudança na paisagem, a derrubada do Elevado da Perimetral, cujo primeiro trecho foi ao chão na manhã de domingo, poderá significar uma revolução paisagística e cultural no Rio. É o que apostam urbanistas. O fim da barreira de concreto, de quase cinco quilômetros de extensão, vai integrar museus e centros culturais, resgatar cenários históricos da cidade, como o da Praça Quinze quando da chegada da Família Real Portuguesa, além de devolver a vista para a Baía de Guanabara que estava encoberta. À medida que as obras avancem e os escombros sejam retirados, um Rio novo vai emergir como se saído, em parte, de uma antiga fotografia. A Zona Portuária é uma das áreas mais remotas da cidade.

Na lista dos que mais ganham com a derrubada do Elevado, é quase unanimidade a percepção de que a degradada Avenida Rodrigues Alves será a maior beneficiária da mudança. Os prédios construídos ali e sufocados pela proximidade do viaduto poderão ter de volta sua vista para a Baía. Ganham os moradores locais, assim como quem passará a circular por ali, a fazer caminhadas impensáveis numa área até então cinza, de grande circulação viária e sem atrativos. As calçadas da Rodrigues Alves voltarão a receber luz solar, e a proximidade com o mar, sem os entraves do pilares de sustentação do elevado, dará um certo clima de orla ao Porto.

— Todo aquele trecho em que ficava a Perimetral é de baixa qualidade: escuro, confinado, um dos lugares mais feios da cidade. Agora vamos corrigir esse erro. A Rodrigues Alves ganha, ficará ensolarada e livre. Antes da construção da Perimetral, era um lugar lindo, eu tenho essa memória. Agora, poderá ser frequentada pelas pessoas que moram ali. Poderão chegar aos armazéns sem nenhum entrave. É uma nova Avenida Atlântica — aposta o arquiteto Flávio Ferreira, doutor em urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Símbolo histórico do Rio, a Praça Quinze é outra área do Rio que deverá ser valorizada a longo prazo, já que a demolição daquele trecho do Elevado está prevista numa etapa futura da obra. O GLOBO simulou como ficará a paisagem da praça, considerada o marco zero da fundação do Porto. Apesar de estar a uma distância maior dos prédios, ao contrário do trecho que já foi demolido, a Perimetral ali funciona com um tapume de obras importantes: entre elas, o Paço Imperial e o Chafariz do Mestre Valentim, construído à beira do cais onde desembarcou a Família Real em 1808, mudando completamente o destino do país.

— A Praça Quinze representa a memória da fundação da cidade. É uma referência histórica não só para o Rio de Janeiro, mas para todo o Brasil. A Perimetral funciona como um tapume da Praça, do Paço Imperial e de sua história. A cidade toda ganhará, é uma área central do Rio com enorme potencial de desenvolvimento — diz Fabiana Izaga, vice-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ).

Para o arquiteto Luiz Fernando Janot, o fim do Elevado representa o encontro da cidade tradicional com a nova, que se dará principalmente na Praça Mauá:

— O melhor trecho é aquele sem tráfego na extensão da Praça Mauá com a Avenida Rio Branco, no encontro da cidade tradicional com a nova. É a conexão de centros culturais da cidade, como o do Banco do Brasil e o MAR. Eu era contra a derrubada, achava que seria um desperdício de dinheiro público, mas umas das justificativas era transformar aquela área num lugar aprazível, com superfície. Então, que a gente possa então ter um desenho urbano de ótima qualidade, que o acesso ao Cais do Porto seja livre e desalfandegado.

Até projeto de despoluição da Baía ganha

Tão importante quanto a saída da Perimetral da região é a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que transformará o Porto numa área de circulação e não mais de passagem. O lugar, segundo o secretário municipal de Cultura, Sérgio Sá Leitão, abriga o melhor roteiro cultural do Rio:

— Com o VLT e as conexões com os demais meios de transporte, o Porto deixará de ser uma área de passagem. Trata-se de uma das regiões mais ricas da cidade em termos culturais. E agora os cariocas de todas as partes poderão vivenciar suas atrações, como o MAR (Museu de Arte do Rio), o (Centro Cultural) José Bonifácio, o Armazém da Utopia, o Galpão Gamboa e, a partir de 2015, o Museu do Amanhã. Essa é a questão central. O acesso será fácil e rápido e fará com que a ida ao Porto se transforme num passeio de um dia.

Sérgio Magalhães, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), acredita que a derrubada da perimetral permitirá que novas ideias urbanísticas fluam.

— O prefeito do Rio (Eduardo Paes) interveio em uma estrutura de grande alcance. Como desdobramento, tenho confiança que sistemas de transporte de alta capacidade, como trens e metrô, finalmente serão tratados no interesse metropolitano e da população. Isso será benéfico à recuperação do Centro, à despoluição da Baía de Guanabara e ao fortalecimento de vetores urbanísticos que se opõem ao espraiamento da cidade — aposta Magalhães.

Origem: O Globo, 26/11/2013

Dívida pública bate recorde em outubro

Montante de R$ 2,002 trilhões foi 1,69% superior ao registrado em setembro e é o maior de todos os tempos para um mês

Laís Alegretti e Renata Veríssimo

O estoque da dívida pública federal (DPF) subiu 1,69% em outubro ante setembro (o equivalente a R$ 33,661 bilhões), atingindo R$ 2,022 trilhões. Em setembro, o estoque estava em R$ 1,988 trilhão.

O número registrado no último mês foi recorde. Apenas em outra oportunidade o montante mensal havia ultrapassado a barreira dos R$ 2 trilhões, em dezembro de 2012 – aponta série histórica da Secretaria do Tesouro Nacional iniciada em 2004. .

De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 25, pelo Tesouro Nacional, houve uma emissão líquida no mês passado de R$ 15,264 bilhões. A apropriação de juros no mês foi de R$ 18,397 bilhões.

No acumulado de janeiro a outubro, houve um resgate líquido de R$ 157,458 bilhões. Isso levou a uma queda no estoque de R$ 14,532 bilhões em relação ao fim do ano passado. No ano, a apropriação de juros soma R$ 171,991 bilhões.

Os dados mostram que a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 1,91% no mês passado, atingindo R$ 1,933 trilhão.

Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) caiu 2,73% ante setembro, fechando o mês de outubro em R$ 88,85 bilhões.

O Tesouro informou ainda que a parcela da Dívida Pública Federal (DPF) a vencer em 12 meses subiu de 24,17% em setembro para 24,64% em outubro. O prazo médio da dívida caiu de 4,38 anos em setembro para 4,32 anos em outubro. O custo médio acumulado em 12 meses da DPF recuou de 10,97% ao ano em setembro para 10,39% ao ano em outubro.

Pré-fixados. A parcela de títulos prefixados na Dívida Pública Federal (DPF) subiu de 40,36% em setembro para 40,74% em outubro. Os papéis atrelados à Selic diminuíram a fatia, de 20,04% para 19,95%. Os títulos remunerados pela inflação também caíram, para 35,04% do estoque da DPF em outubro, ante 35,10% em setembro. Os papéis cambiais reduziram a participação na DPF de 4,49% em setembro para 4,27% em outubro.

A participação dos títulos prefixados e indexados à Selic ainda está fora dos parâmetros estabelecidos pelo Plano Anual de Financiamento (PAF). Para os prefixados a banda varia de 41% a 45%. Já os papéis remunerados pela Selic têm como banda uma variação entre 14% e 19%.

Origem: Jornal do Commercio, 26/11/2013