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Rio de Janeiro é candidato a sediar maior congresso de arquitetura do mundo

O presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Sérgio Magalhães, esteve em Paris onde apresentou, na última sexta-feira, 22 de novembro, a candidatura oficial do Rio de Janeiro para sediar o XXVII Congresso da União Internacional dos Arquitetos (UIA), principal entidade mundial de representação dos profissionais arquitetos.

Com o tema “Todos os mundos. Um só mundo. Arquitetura 21”, a cidade carioca disputa a realização do evento com Paris e Melbourne, que propuseram discutir a arquitetura responsável e a dialética do lugar, respectivamente.

Em fevereiro de 2014, o Conselho da UIA se reunirá, em Istambul, para formalizar as candidaturas e, em agosto, durante o congresso de Durban, na África do Sul, será eleita a cidade que vai promover o evento de 2020.

Veja a íntegra da justificativa: http://www.iab.org.br/sites/default/files/Tema%20B.pdf

Veja a íntegra da carta de apresentação da candidatura:http://www.iab.org.br/sites/default/files/Carta%20%C3%A0%20UIA%202020%20RIO.pdf

Duas cidades, duas ideias

No Rio, demoliram a Perimetral. Em São Paulo, ninguém teve coragem de derrubar o Minhocão ainda

WALCYR CARRASCO

O incêndio do auditório Memorial da América Latina foi espantoso. Em termos arquitetônicos, uma grande perda, por se tratar de um expressivo conjunto de Oscar Niemeyer em São Paulo. A população não sentirá muita diferença. Fui ao Memorial uma única vez, num dia de sol. Me senti um ovo na frigideira, naquele local inóspito, todo em concreto, sem espaços externos para lazer e convivência. O auditório ofereceu grandes espetáculos. Mas, no Memorial, a frequência não se comparava a outros centros culturais paulistanos, como o Sesc Pompeia – onda há bar, cervejaria e oportunidades de lazer. Nunca entendi por que, ao lado de um terminal de ônibus e metrô superutilizados pela população, construíram uma glorificação ao concreto, não um parque cheio de árvores. Um local onde a população pudesse conviver entre uma condução e outra, passear nos fins de semana…

Quer dizer, entendo sim. Uma obra bilionária em concreto oferece mais possibilidades de mudanças de orçamento etc. do que plantar árvores. Não acuso ninguém de nada. Mas parques dão menos possibilidades de superfaturamento. Em tempo: o Memorial foi construído no governo de Orestes Quércia, então nem é possível acusar ninguém que esteja no atual governo. Minha sugestão: já que o auditório pegou fogo, derrubem o que sobrou, em vez de gastar milhões com a reconstrução. Plantem árvores. É o que falta na cidade!

 

Percebo uma grande diferença no conceito de cidade entre os gestores do Rio de Janeiro e de São Paulo. Novamente, não faço nenhuma alusão ao prefeito Fernando Haddad, que herdou uma cidade inóspita de seus antecessores e está no cargo há menos de um ano. Quem cuida ou cuidou do Rio de Janeiro, governador ou prefeito, sempre soube que tem uma cidade bonita nas mãos. No Rio, costumo ir da Zona Sul ao Projac. Sem trânsito, demora no mínimo 40 minutos. Todas as novas avenidas são largas, cercadas de árvores. A cidade cresce, mas o paisagismo continua. Há prédios ousados, como o hospital Sara Kubitschek, do arquiteto João Filgueiras Lima, contruído há poucos anos, já na saída da Barra. É uma lindíssima construção, que pode figurar entre as grandes do mundo. Cercada de jardins. Agora, o Rio de Janeiro foi mais longe. Pôs no chão o viaduto da perimetral, que separava a zona portuária de áreas bonitas e antigas da cidade. Confusão no trânsito? Inevitável. Reclamações? Inevitáveis. Mas a paisagem ganha. A zona portuária será revitalizada, com o interesse das próprias construtoras em criar prédios residenciais na área. Os antigos armazéns do porto em breve darão lugar a restaurantes, bares, lojas. A cidade ganha, o turismo ganha, e o Rio continua lindo. Mas é preciso coragem para derrubar um viaduto.

Em São Paulo, vários prefeitos, em várias gestões, sonharam derrubar o Minhocão, um viaduto monstrengo. Nenhum teve coragem. Depois do exemplo de Nova York, surgiu a ideia de transformá-lo num grande parque suspenso. Mesmo porque já é usado como espaço de lazer nos fins de semana, quando é fechado. Fica como está. Assim como falta coragem de criar o Parque Augusta, num enorme terreno na confluência das ruas Augusta e Caio Prado. É repleto de árvores centenárias. O parque está pronto. Só falta botar uma plaquinha. Mas é, há anos, estacionamento. Fica como está, ninguém desapropria. Pior: os gestores paulistanos se esforçam por enfeiar a cidade. O pavor mais recente é o monotrilho, construído na região do Morumbi. Um elevado sobre pilares de concreto, que destrói esteticamente, entre outros espaços, a Avenida Roberto Marinho. Larga, com um canteiro central, tinha vocação para ser uma das mais belas da cidade. Pergunto: por que não fazer um metrô? São Paulo parece uma mulher que faz plástica para se enfeiar.

É uma forma de visão, não só dos cariocas. Em Porto Alegre, fiquei fascinado pela criação de um centro cultural próximo ao Rio Guaíba. Em João Pessoa, me admirei com uma obra de Oscar Niemeyer à beira do penhasco, a Estação Cultura e Artes Cabo Blanco, com um fantástico mirante.

Não é à toa que, em recentes audiências públicas, criadas pela prefeitura, a população paulistana tenha pedido mais parques e espaços de convivência. São Paulo já foi uma linda cidade. Se virou árida e inóspita, é devido a ideia que seus gestores têm de cidade. O Rio de Janeiro, porém, é um exemplo de que beleza também é lucro.

Ameaças que rondam o legado de Oscar Niemeyer

Construções projetadas pelo arquiteto, algumas sem alvará ou certidão dos Bombeiros, estão em situação de risco

André de Souza, Elenilce Bottari, Ezequiel Fagundes e Silvia Amorim

RIO, SÃO PAULO, BRASÍLIA E BELO HORIZONTE – O arquiteto Oscar Niemeyer teria um desgosto profundo se visse o que sobrou do auditório Simón Bolívar após o incêndio no memorial da América Latina, dia 29. Esse projeto, desenvolvido com o amigo e educador Darcy Ribeiro, era o seu maior xodó. Mas ficaria ainda mais apreensivo se soubesse que muitas de suas obras pelo país sequer têm o certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros e carecem de manutenção e equipamentos adequados de prevenção contra incêndios.

Levantamento feito pelo GLOBO em seis cidades revelou falhas na segurança de prédios e falta de cuidados. Construídos por Niemeyer na década de 40, a Igreja de São Francisco de Assis, a Casa do Baile e o Museu de Arte, obras do conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, sofrem com o descaso. Além da ausência de alvará de funcionamento, a má conservação dos imóveis e a negligência com itens básicos de segurança expõem o conjunto a risco. Diretora do Centro de Restauração do Patrimônio Histórico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a professora Bethania Reis Veloso teme pelo pior.

— Estamos correndo o sério risco de perder o patrimônio, o que é muito grave — alertou.

A igrejinha da Pampulha conta apenas com três extintores de incêndio, com capacidade de quatro litros cada. Revestido de madeira, o teto tem infiltrações, perto dos painéis de Cândido Portinari. Por causa da umidade, cogumelos nasceram no teto. Vinculada à arquidiocese de BH, Nilza Barbosa do Vale, administradora do templo, adverte sobre os perigos:

— Quando chove mais forte, dentro da igreja vira uma cascata, que vai jorrando pela parede. Como a fiação está embutida na parede, tememos um curto-circuito.

Espaço subutilizado em SP

Construído para abrigar um cassino em 1943, o Museu de Arte adquiriu um acervo com cerca de 1.400 obras. Possui três hidrantes de água, mas apenas um com mangueira. A única disponível está no mezanino. A administração não forneceu o número exato de extintores, mas O GLOBO contou dez. A prefeitura de Belo Horizonte confirmou que a Casa do Baile e o Museu de Arte não possuem alvará de funcionamento. Informou que os dois locais passaram por revitalização este ano, e, por isso, os procedimentos para a obtenção dos alvarás estão em curso.

Em São Paulo, uma das obras mais famosas de Niemeyer, a OCA, no parque do Ibirapuera, completou 60 anos em agosto. Apesar de ser um ícone da arquitetura na capital paulista, o espaço é subutilizado por não atender a exigências básicas de segurança. Conta com apenas uma rota de fuga em caso de incêndio. Para funcionar como museu, projeto da prefeitura, é indispensável que tenha ao menos outra saída. Apesar dos seus 10 mil metros quadrados, o espaço só está autorizado a receber pequenos eventos, em geral, exposições para 700 pessoas, no máximo.

Desde a década de 90, arquitetos e engenheiros discutem soluções para ajustar a OCA aos padrões de segurança. A maior dificuldade é conciliar um projeto contra incêndio às restrições impostas pelos tombamentos municipal, estadual e federal:

— Estamos buscando uma solução que contemple as exigências dos órgãos de preservação de patrimônio e que atenda também às regras de segurança — afirmou o diretor do Museu da Cidade, responsável pela administração da OCA, Afonso Luz.

Uma das soluções estudadas é a construção de uma saída de emergência subterrânea — medida custosa e demorada porque seria preciso escavar sob o parque. Outra alternativa é adequar suas famosas escotilhas para funcionarem como saídas de emergência.

— O próprio Niemeyer, quando se fez a primeira reforma, na década de 1990, dizia que não projetou mais saídas de emergência porque as escotilhas poderiam servir como rotas de fuga, em caso de necessidade. É uma ideia, mas, da forma como estão, não atendem aos padrões do que consideramos seguro. Uma saída de emergência precisa funcionar para uma multidão — disse Luz.

No Rio, nenhum dos dez prédios pesquisados tinha o certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros. Alguns administradores correm contra o tempo para legalizar a situação. Inaugurado em 2007 e fechado por quatro anos, o Teatro Popular Oscar Niemeyer, um dos mais belos projetos do arquiteto no Caminho Niemeyer, em Niterói, foi reaberto em outubro, mas ainda está passando por reformas para conseguir a certificação do Corpo de Bombeiros:

— Quando chegamos em janeiro, não havia nada. Contratamos uma consultoria particular para levantar as exigências, procuramos o escritório Oscar Niemeyer e estamos fazendo uma série de modificações, para darmos entrada no processo de certificação — afirmou a diretora Carla Tavares.

Entre as mudanças, o oferecimento de mais rotas de fuga e barras de proteção (guarda-corpo) na lateral do foyer superior. Todos os extintores e mangueiras de incêndio foram revisados. Além disso, o teatro conta com uma equipe de brigadistas, presente em todos os eventos. O espaço possui agora um circuito interno de segurança, com 32 câmeras que monitoram as áreas internas e externas 24 horas. Inaugurado em 2004, o Centro Cultural Oscar Niemeyer, na Praça do Pacificador em Caxias também abriga biblioteca e teatro, que nunca foram licenciados pelo Corpo de Bombeiros.

Em Brasília, os prédios de Niemeyer são a face mais conhecida da cidade, mas precisaram ser adaptados para minimizar riscos de incêndio. Na Esplanada, os prédios dos ministérios foram construídos sem escadas de incêndio, o que só foi corrigido nos anos 90. Uma das dificuldades para adaptar os prédios às normas de segurança é o tombamento — caso da Câmara dos Deputados, que informou que “algumas obras de segurança que valeriam para qualquer edifício comum não se aplicam aqui, como a colocação de escadas de emergência na parte externa dos edifícios”.

Algumas modificações na estrutura da Câmara, como a colocação de portas e paredes corta-fogo e a pressurização das escadas onde se dá a rota de fuga, foram concluídas em 1986. A Câmara informou que outras alterações deverão ser feitas até o fim de 2015.

O Senado criou um plano de prevenção de combate a incêndio e informou que está realizando obras de adequação, a serem concluídas em 2014. Há casos em que o problema não é a estrutura do prédio. No Congresso, um saída de emergência está trancada com grades e cadeado, no corredor que liga o Senado à Câmara.

O Palácio do Planalto também é tombado, o que não impediu que fosse construída uma saída de emergência na reforma concluída em 2010. Essa saída foi posta nos fundos do palácio.

A professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP Rosaria Ono explica que, até a década de 70, o Brasil praticamente não tinha legislação sobre segurança contra incêndio:

— As regras começaram a surgir após o incêndio dos edifício Andraus e Joelma, no Centro de São Paulo. Por isso, é comum edificações antigas terem dificuldade para se ajustar às regras.

A situação é ainda mais complicada no caso de exemplares de arquitetura diferenciada como as de Niemeyer.

— A arquitetura foge do padrão e não se encaixa na regulamentação. Em locais com pé-direito muito alto, o sistema de detecção de fumaça e “sprinters” (chuveirinhos) no teto pode não funcionar satisfatoriamente, porque a fumaça demora para chegar até eles por causa da altura. É preciso ter soluções personalizadas.

Em BH, falta de alvará e infiltrações

Em Belo Horizonte, o conjunto arquitetônico da Pampulha, construído nos anos 1940, sofre com o descaso. No Museu de Arte, com cerca de 1.400 obras, há três hidrantes, mas apenas um conta com mangueira. Os outros dois (como o que fica atrás da porta vermelha, em destaque) não têm condições de uso. Na igrejinha da Pampulha, há infiltrações nas paredes, bem acima dos painéis de Portinari. No caso do museu, ainda não foi emitido o alvará de funcionamento.

Teatro sem certificação dos Bombeiros em Niterói

No Teatro Popular de Niterói, parte do Caminho Niemeyer, foi modificada a disposição das cadeiras, para oferecer mais rotas de fuga. O espaço também ganhou barras de proteção na lateral do foyer superior e um circuito interno de segurança, com 32 câmeras que monitoram as áreas internas e externas 24 horas. Mas o teatro ainda aguarda receber a certificação do Corpo de Bombeiros.

Na OCA, em São Paulo, falta saída de emergência

Com dez mil metros quadrados e localizada no Parque do Ibirapuera, a OCA completou 60 anos em agosto, mas, por não atender a exigências básicas de segurança, como uma segunda rota de fuga, só está autorizada a receber pequenos eventos, com um máximo de 700 pessoas. Uma das soluções em estudo é adaptar as escotilhas nas paredes e construir rampas, para que elas sirvam como uma nova saída de emergência. A prefeitura pretende criar um museu no local.

Em Brasília, projetos foram adaptados, mas há falhas

Espalhadas pela Capital Federal, as construções de Niemeyer precisaram passar por várias adaptações para minimizar os riscos, em caso de fogo, e facilitar a fuga com rapidez. Os prédios dos ministérios, por exemplo, ganharam escadas de incêndio. Mas o problema, às vezes, não é de estrutura. No Congresso, por exemplo, há uma saída de emergência trancada com grades e cadeado no corredor que liga o Senado à Câmara.

Apês que valem por castelos

Valor pedido por cobertura no Leblon compra até quatro palacetes centenários na Europa

Karine Tavares

R$ 55 milhões. É esse o preço do imóvel mais caro à venda na cidade. Uma cobertura linear de mil metros quadrados, ainda em construção, na orla da Barra. Entre os prontos, um dos mais caros fica, claro, no Leblon. No mercado há cerca de seis meses, a cobertura tríplex na Delfim Moreira fica num dos mais novos prédios da orla da Zona Sul, e custa nada menos que R$ 35 milhões.

Achou caro? Pois na Europa, essa dinheirama compraria não um, mas quatro ou mais castelos: dois na França, a R$ 4 milhões, cada, um na Itália, no estilo villa, a R$ 9 milhões, e outro na Suíça, perto de Genebra, por R$ 18 milhões.

Na verdade, são dois os fatores que explicam essa dança maluca dos preços. Por aqui, o boom imobiliário que eleva ao céu os preços dos imóveis, em especial os de alto luxo. Por lá, a crise financeira iniciada em 2008 que fez com que os donos dessas propriedades históricas quisessem se livrar dos seus altos custos de manutenção, aumentando sua oferta no mercado e, consequentemente, derrubando seus preços.

— São propriedades com características específicas, muitas delas tombadas, necessitando de reformas para as quais se devem usar os mesmos materiais usados originalmente, e que são de difícil reposição. Por isso, são difíceis de vender e podem ficar anos no mercado, mesmo que os preços caiam — analisa Rafael Ascenso, diretor da imobiliária portuguesa Porta da Frente, especializada em alto luxo.

E os compradores quase nunca saem do velho continente. Em geral, são asiáticos, árabes, alguns russos. Já por aqui, os dispostos a desembolsar milhões de reais são quase sempre empresários brasileiros, jogadores de futebol e alguns membros de famílias tradicionais cariocas que querem viver com conforto sem abrir mão da localização, fator que mais pesa no preço final.

— Não há muitas opções na orla da Zona Sul. Prédios tradicionais como Juan les Pins, no Leblon, ou Cap Ferrat, em Ipanema, tem filas de compradores e ninguém disposto a vender. Aí, o metro quadrado chega a R$ 60 mil, como já aconteceu — diz Rafael Bravo, diretor de novos negócios da Mozak, construtora que só faz empreendimentos de luxo em Ipanema, Leblon e Lagoa.

Segurança, exclusividade (saber quem mora ao lado é essencial para esse público), qualidade de acabamentos e decoração com móveis de design são outros fatores de elevação dos preços. Afinal, não raro esses imóveis são vendidos de “porteira fechada”: com tudo dentro, de tapetes a obras de arte.

E o mercado carioca de alto luxo também oferece imóveis com outros perfis, um pouco menos caros. São apartamentos na orla de Ipanema e Copacabana por preços que vão dos R$ 11 milhões aos R$ 30 milhões, casas no Itanhangá dos R$ 6 milhões aos R$ 15 milhões, e no Joá, com belas vistas da cidade, por valores entre R$ 15 milhões e R$ 26 milhões.

Enquanto os apartamentos têm metragens que variam entre 400 m² e 700 m² e plantas que incluem salões, quatro ou cinco suítes e acabamentos como pisos em mármore, além de automação de equipamentos de som e vídeo, as casas têm metragens mais generosas, podendo ultrapassar os mil metros quadrados de área construída. Além disso, são cercadas por grandes áreas verdes com jardim e piscina e vistas como a da Pedra da Gávea. Algumas têm ainda atrativos à parte. A casa de R$ 26 milhões, por exemplo, tem um cinema construído por Luiz Severiano Ribeiro (um dos maiores exibidores do país). Mas manter tudo isso dá trabalho. E custa caro. E é esse, muitas vezes, o motivador da venda.

— Tenho clientes que preferem vender a casa e se mudar para uma cobertura, onde não precisam se preocupar com essas questões, que ficam a cargo do condomínio — conta Guilherme Lopes, gerente comercial da Special Places, especializada em casas na Barra.

Pudera. Dependendo do número de empregados e tamanho da área, o custo mensal de manutenção chega a R$ 20 mil. Já num prédio de luxo, onde o condomínio custa cerca de R$ 10 por metro quadrado, a taxa gira entre R$ 4 mil e R$ 6 mil.

— Quem desembolsa milhões numa propriedade é exigente. Sabe o que quer, e segurança e comodidade contam muito. Nisso, os apartamentos ganham das casas — avalia Sandro Neix, diretor da imobiliária Fernandez Mera.

Mas para quem ainda prefere os castelos localizados em regiões bucólicas da campagne francesa, há duas boas opções disponíveis. O primeiro, do século XVIII, tem 10 quartos e 70 mil m² de terrenos e sai por R$ 4 milhões. O outro, na Borgonha, é ainda maior e sai pelo mesmo valor: 150 quilômetros quadrados de área, um enorme pomar e duas construções do século XIX. Já na Itália, o palacete fica debruçado sobre o mar de Amalfi e tem três apartamentos que podem ser vendidos separadamente. No total, sai por R$ 9 milhões. E, na Suíça, são oito quartos e extensa área verde por R$ 18 milhões

Mercado imobiliário no Rio de Janeiro: Grupo Avanço

Sucesso de vendas

O Melody Club Residences, condomínio-clube lançado pelo GrupoAvanço Aliados, em Olaria, no último dia 30, teve 100% das unidades vendidas em apenas três horas. A maioria dos clientes é do próprio bairro e está comprando para morar e também para investir. O empreendimento terá 36 unidades, algumas com varanda gourmet.