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Secretaria do Rio começa campanha de valorização de monumentos

Rio de Janeiro – A pouco mais de um ano para a capital fluminense completar 450 anos, a Secretaria Municipal de Conservação iniciou hoje (9) uma série de ações para valorizar monumentos históricos da cidade. Segundo a Secretaria, o objetivo é conscientizar os cariocas e os turistas sobre a importância da preservação desses locais.
O evento, que marcou o lançamento da campanha, ocorreu na manhã desta quinta-feira no monumento em homenagem a Estácio de Sá, fundador da cidade do Rio, localizado no Parque do Flamengo, na zona sul. O monumento, em forma de pirâmide, passou por uma limpeza simbólica e baldes de água foram jogados sobre ela.
De acordo com o secretário municipal de Conservação, Marcus Belchior, o ato simboliza uma convocação para que os cariocas comecem a preservar os monumentos históricos que, segundo ele, contam a história da cidade. Em 25 de dezembro, a estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade, na Praia de Copacabana, foi pichada por um casal.
“Os cariocas precisam sair em defesa do seu patrimônio, que representa a história da cidade do Rio de Janeiro. Essa cidade que já foi capital da República, em alguns momentos representa a própria história do Brasil. E nada mais justo do que iniciar essa campanha no monumento dedicado a Estácio de Sá, que foi o fundador da cidade maravilhosa. Ele representa muito mais do que isso, ele representa o espírito carioca”, disse Belchior.
O secretário também ressaltou a importância histórica do fundador do Rio. “Estácio de Sá ficou, depois da fundação da cidade, um período de dois anos defendendo [a cidade] da invasão francesa, que estava baseada às margens da Baía de Guanabara. Esse zelo com a cidade nós queremos expandir para todos os cariocas”, concluiu o secretário.
O presidente do Comitê Rio450, criado para planejar as comemorações do aniversário da cidade, Marcelo Calero, informou que os moradores ajudarão a construir o calendário comemorativo dos 450 anos, que começa em 31 de dezembro deste ano e termina no dia 1º de março de 2016.
“As comemorações de 450 anos do Rio servem também para que as pessoas olhem um pouco para a história e a trajetória da cidade. Por isso, o calendário de comemorações será recheado com iniciativas, projetos e atividades que a população do Rio vai sugerir”, disse Calero. As sugestões de ideias para as comemorações de 450 anos da cidade podem ser feitas no sitewww.rio450anos.com.br .
Edição: Marcos Chagas

Fim dos lixões estimula o mercado de resíduos

Prazo para desativação de aterros fora do padrão ambientalmente correto vence em agosto. Mudança incentiva negócios focados no tratamento e geração de energia a partir de detritos

Rodrigo Carro 

Prazo para desativação de aterros fora do padrão ambientalmente correto vence em agosto. Foto: Wilson Dias/Ag. Brasil

Embora longe de ser cumprida, a meta de fechar todos os lixões do pais até agosto deste ano — estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010 — tem impulsionado investimentos nas áreas de coleta, tratamento e reciclagem. Nos últimos cinco anos, a movimentação financeira das companhias que integram a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) cresceu a uma taxa média de 10% ao ano.

Em 2012, os serviços de coleta pública e privada de resíduos, destinação de lixo a aterros sanitários e reciclagem movimentaram R$ 23 bilhões no país, pelos cálculos da Abrelpe. “Para 2013, uma expansão de 10% seria factível, mas ainda não temos este percentual fechado” informa o diretor-presidente e CEO da associação, Carlos Silva Filho.

No período de dez anos terminado em 2012, a população brasileira aumentou 9,75%, enquanto a geração de resíduos domiciliares se expandiu em 21%, segundo da dos do levantamento “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil”, da Abrelpe. O estudo indica que, em 2012, 60% do lixo domiciliar recebia destinação adequada e 40 eram descartados de maneira inadequada. Dez anos antes, 60° do volume de resíduos tinham destinação inapropriada.

Em nível global, houve aceleração dos investimentos nos últimos anos. Divulgada em dezembro, a projeção mais recente da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA, na sigla em inglês) era de que os investimentos no segmento totalizassem US$ 20,9 bilhões em 2013. O montante é mais do dobro registrado no ano anterior, quando foram investidos US$ 10,2 bilhões. Para 2014, há US$ 11,9 bilhões confirmados, mas o total final de investimentos deve chegar à casa de US$ 30 bilhões, segundo o presidente da ISWA, David Newman. A entidade escolheu o Brasil para sediar o seu Congresso Mundial de Resíduos Sólidos, previsto para setembro de 2014.

O avanço se deu num ritmo mais lento no Brasil, mas a procura por recursos para projetos de valorização e destinação adequada de resíduos sólidos tem aumenta do. “Os números do BNDES são crescentes”, afirma Guilherme Martins, gerente do Departamento de Meio Ambiente, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Atualmente, entre operações diretas e indiretas com recursos reembolsáveis, a carteira do banco de fomento para projetos de resíduos sólidos soma mais de R$ 1,7 bilhão em financiamentos. Desse total, 15 operações diretas somam R$ 500 milhões e incluem, por exemplo, projetos de implantação/ampliação de 13 aterros sanitários. Já as operações indiretas automáticas — realizadas por meio de instituições financeiras credenciadas — totalizam R$ 1,2bilh Nesse caso, a maior parte dos recursos é destinada à com pra de frotas de caminhões. Além dessas iniciativas, o BNDES destinou R$ 159 milhões em recursos n reembolsáveis a projetos de inclusão sócio-produtiva de catadores de materiais recicláveis e desenvolvimento de tecnologias inovadoras (BNDES Funtec).

Especializada na transformação de resíduos orgânicos em adubo, a brasileira Vide Verde expandiu a capacidade de produção em 40% no ano passado, para fazer frente ao mercado aquecido. Sua primeira unidade foi aberta em 2007, no município fluminense de Resende. Uma segunda planta começou a operar em 2010 , em Magé(RJ). Juntas, as duas processaram cerca de 550 toneladas de resíduos no último mês de novembro. “Ainda é pouco. Só o município do Rio de Janeiro gera nove mil toneladas por dia de lixo doméstico”, alerta Marcos Rangel, diretor da empresa. Na avaliação do executivo, a crescente conscientização, aliada à maior fiscalização por parte dos órgãos ambientais, têm contribuído para impulsionar os negócios na área de resíduos sólidos.

A Vide Verde surgiu em 2007, a partir da experiência de Luiza Campos — mãe de Marcos numa viagem ao Japão, cinco anos antes. Foi lá que Luiza conheceu a compostagem em escala industrial. Além de ser mais cara que a simples destinação do lixo a um aterro sanitário, a compostagem é mais demorada: são necessários 40 dias para transformar o lixo orgânico em adubo. “Mas no aterro sanitário, o lixo é levado para uma área e fica ali para sempre. A com postagem permite a reciclagem dos resíduos, além de reduzir a emissão de metano”, diz Rangel.

Mesmo com a expansão do segmento, a meta de desativar todos os lixões do país ainda este ano enfrenta — entre outros obstáculos — a dificuldade de implantação de aterros sanitários em cidades de menores. “As cidades com me nos de 150 mil habitantes possuem um problema gravíssimo para cumprir a lei”, destaca Roberto Morale, diretor da Hannover Ambiental, empresa brasileira que desenvolveu uma tecnologia para gerar energia a partir da incineração do lixo. “A maioria dos pequenos municípios possuem apenas lixões. Não têm escalabilidade para atrair investidores para implantar um aterro sanitário, que só possui viabilidade econômica a partir de 200 toneladas por dia.”

A Abrelpe estima em R$ 7 bilhões o volume de recursos necessário para dar uma destinação ambientalmente correta (em aterros sanitários) aos 24 milhões de toneladas de lixo domiciliar que são descartados de forma inadequada a cada ano, no Brasil. “Esse total representa R$ 0,09 por dia, por habitante do país, durante um ano”, calcula Silva Filho. Na avaliação dele, além da capacitação das prefeituras, é preciso trabalhar também a questão cultural, já que muitos municípios não atentam para os riscos e os impactos negativos gerados pela destinação inadequada do lixo.

Geração de energia a partir de detritos é tendência no mundo

A ampliação da demanda por serviços ambientais, especialmente na área de resíduos sólidos, estimula novos investimentos de em presas que já atuam no mercado. A brasileira Foxx Haztec vai investir cerca de R$ 200 milhões numa unidade de tratamento térmico de resíduos a ser construída em Barueri (SP). A entrada em operação está prevista para o segundo semestre de 2015. A capacidade de geração prevista é de 17 megawatts, a partir do processamento de 825 toneladas por dia de resíduos não aproveitados na coleta seletiva e nem na reciclagem. Tendência mundial, a tecnologia waste-to-energy, presente na futura unidade da Foxx Haztec, permite a recuperação energética de resíduos. Segundo a Associação Internacional de Resíduos Sólidos, empreendimentos com esse tipo de tecnologia absorveram US$ 11,3 bilhões em 2013, contra USS 5,6 bilhões, no ano anterior, e US$ 2,3 bilhões, em 2011. Entre os negócios desenvolvidos pela Foxx Haztec estão seis centrais (aterros sanitários) para tratamento de resíduos não-perigosos — quatro no Rio de Janeiro e mais dois empreendimentos, na Paraíba e em Pernambuco, nos quais a empresa detém participações. O potencial de geração de energia a partir do lixo também atraiu a Hannover Ambiental. Baseada em Brasília, a empresa desenvolveu reatores de plasma para incinerar resíduos sólidos a altas temperaturas, num processo em que o consumo de energia é inferior à geração, gerando um saldo positivo. O excedente de energia pode ser comercializado.

O equipamento produzido pela Hannover é utilizado numa usina experimental em funcionamento na Universidade de Brasília (UnB), com capacidade para processar diariamente até cinco toneladas de resíduos. A Hannover tem dois contratos de Parcerias Público-Privadas (PPPs) assinados, mas ainda busca financiamento para tirar do papel usinas nos municípios de Mineiros (GO) e Planaltina de Goiás.

Empresa britânica planeja fábrica no Brasil

As oportunidades de negócio relacionadas ao lixo brasileiro vêm atraindo inclusive companhias estrangeiras. Fundada há quatro anos, a SEaB Energy busca um parceiro brasileiro para estabelecer uma joint venture que permita à empresa britânica distribuir no país sua linha de geradores portáteis que transformam alimentos e resíduos orgânicos em energia usando um processo microbiano. O potencial do mercado brasileiro fez com que a empresa estabelecesse a meta de instalar uma fábrica no país ainda neste ano. “Ao contrário de países ocidentais, o Brasil privilegia uma abordagem descentralizada para a geração de energia. O custo de instalar infraestrutura de transmissão num país do tamanho do Brasil é  extremamente proibitivo”, analisa Sandra Sassow, CEO da SEaB Energy. “Soluções que oferecem uma fonte sustentável e confiável de energia, tais como nossas micro-usinas, têm enormes oportunidades, particularmente para comunidades remotas que atualmente não têm acesso a uma fonte confiável de calor e energia.”

COMO FUNCIONA UMA CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS

1. Das ruas até a central – O lixo recolhido na cidade é levado por caminhões até a central de tratamento de resíduos

2. Chegada na Central – Os diferentes tipos de resíduos seguem para unidades específicas: os resíduos urbanos vão diretamente para o aterro sanitário

2. O entulho da construção civil segue para a estação de beneficiamento, onde é reciclado e transformado em areia e brita

2. Os resíduos hospitalares recebem trata mento especial de desinfecção na unidade de tratamento

3. Aterro/Proteção do solo – O terreno que recebe os resíduos é protegido por camadas de diferentes materiais. Impermeabilizado com argila e uma manta de PEAD (polietlleno de alta densidade), que evita qualquer contami nação por líquidos, o solo é coberto com o lixo prensado e, em seguida, recoberto com argila. Todos os dias, urna nova camada de lixo e solo é acrescentada

4. Gás e chorume – Por meio de dutos, o chorume e o biogás são direclonados para as usinas de tratamento

5. O destino do biogás – Com o nocivo gás metano em 60% de sua composição, o biogás é enviado para a estação de tratamento, onde acontece a sua destruição térmica (o metano é convertido em C02), ou encaminhado para uma usina de geração de energia elétrica

6. O chorume vira água – Tratado por processos físicos e químicos, o líquido é tratado e transformado em água para reuso

À beira da estrada

Até 2017, o estoque de galpões logísticos e de distribuição no Rio chegará a 3,2 milhões de m², o que representa crescimento de 23% ano. A pesquisa da Jones Lang la Salle indica que mais da metade desses espaços de alto padrão, alugados por empresas, se localiza ao longo da Via Dutra. O destaque é a região de Seropédica em razão da construção do Arco Metropolitano, que irá atrair novos empreendimentos no entorno. Aliás, de janeiro a junho de 2013 houve queda de 11% do preço de locação em relação ao mesmo período de 2012, reflexo, entre outros fatores, da disponibilidade de áreas mais distantes dos centros tradicionais.

Caixa prevê crescimento de até 28% para crédito

Edna Simão | De Brasília

Sem previsão de aportes do Tesouro Nacional, o ritmo de crescimento da carteira de crédito da Caixa Econômica Federal deve crescer em ritmo menor em 2014, mesmo com a expectativa de ampliação dos desembolsos para financiar as concessões em infraestrutura. Em 2013, a expansão do portfólio subiu cerca de 37%. Para 2014, a estimativa do vice-presidente de finanças da Caixa, Marcio Percival, é de que o aumento da carteira de crédito oscile entre 26% e 28%.

A esperada diminuição dos desembolsos está relacionada, segundo Percival, à expectativa de maior concorrência dos bancos privados, que devem ter uma atuação mais forte em relação ao que foi verificado no ano passado. Além disso, conforme o executivo, a Caixa passou a ter a segunda maior carteira de crédito, o que também torna difícil manter a taxa de crescimento apurada nos últimos anos. No ano passado, o governo pediu que os bancos públicos colocassem o pé no freio, redimensionando a oferta de crédito.

Percival deixou claro que a Caixa não trabalha com injeção de recursos pelo Tesouro Nacional neste ano. Tal cenário está em linha com o discurso da área econômica que, em meados de 2013, deixou claro que não estava disposta a fazer aportes adicionais de recursos devido a críticas que tem recebido de investidores e analistas de mercado sobre o elevado custo fiscal. “Nesse crescimento [de algo entre 26% e 28% da carteira de crédito] não estamos projetando nenhuma captação do Tesouro em 2014”, disse o vice-presidente de Finanças.

Mas a Caixa considera a hipótese de captar recursos no exterior ainda no primeiro trimestre, se as condições forem favoráveis. “Começamos o ano mais atentos”, frisou Percival. “Primeiro trimestre é o momento certo. Todo mercado olha no começo do ano. É um momento de liquidez, pode ter inflexão da taxa de juros lá fora a partir do fim do semestre”, disse.

O governo federal aposta no aumento da taxa de investimento em relação ao PIB para sustentar um crescimento econômico de, pelo menos, 3% neste ano. Para isso, a atuação dos bancos públicos será fundamental pra financiar as obras. Segundo o vice-presidente de gestão de ativos de terceiros da Caixa, Marcos Vasconcelos, algo entre 63% e 65% da carteira total de crédito do banco está vinculada a empréstimos para infraestrutura e habitação – em 2013, era de 62%.

No ano passado, só os investimentos em infraestrutura respondiam por 7,5% do crédito total da Caixa. A expectativa é de que esse percentual salte para algo próximo de 8,5% no fim de 2014.

Percival acrescentou que a “praia” da Caixa são investimentos para “colar” o crescimento do banco federal ao do país. A previsão é que a economia brasileira tenha uma expansão de, pelo menos, 3% neste ano. “Não tem nenhuma esquisitice no nosso crescimento [do banco]. Ele está aderente ao crescimento da economia brasileira”, disse o vice-presidente de finanças da Caixa.

Em 2013, foram contratados na Caixa cerca de R$ 43 bilhões apenas para infraestrutura, incluindo R$ 7 bilhões do FI-FGTS (Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Para 2014, o banco pretende elevar as liberações para R$ 51 bilhões, sendo R$ 11 bilhões do FI-FGTS. No caso da habitação, conforme o vice-presidente de Governo, Gilberto Occhi, os empréstimos devem ultrapassar, em 2014, a marca dos R$ 130 bilhões contratados no ano passado.

Mesmo com a previsão de um ritmo menor de expansão do crédito em 2014, a Caixa trabalha com um cenário de ligeira elevação da inadimplência. Mas, segundo Percival, a taxa de atraso deve seguir abaixo da média de mercado, por volta de 3,5%. A inadimplência da Caixa tem oscilado entre 2% e 2,5%. Para o vice-presidente de finanças, o comportamento da inadimplência está relacionado à diversificação das carteiras. Mas, Occhi ressaltou que esse aumento já está na conta e o banco continua com uma situação confortável para oferecer uma taxa média de juros inferior à de mercado.

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