Rio se reinventa na Barra

Eixo natural de expansão da cidade, bairro é o mais beneficiado pelos jogos de 2016

Pequeno pedaço do Sudeste, com área pouco maior que a Dinamarca, o Rio de Janeiro investe em novas centralidades, particularmente na capital, a segunda mais populosa do Brasil, para abrigar quase 12 milhões de pessoas que vivem na região metropolitana. O Rio vem se reinventando nos últimos anos e começa a consolidar, na Barra, eixo natural de expansão da cidade, uma nova centralidade, prevista pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa há 40 anos, para além dos espaços já ocupados da região.

Batizada na ocasião como Centro Metropolitano, ela concretiza um ideal urbanístico que reúne o tripé mo radia, trabalho e lazer, em uma área de quatro milhões de m quase o quádruplo do tamanho do Leblon — localizada entre a Avenida Abelardo Bueno e a Estrada dos Bandeirantes.

Quem já escolheu morar por lá não tem corno se queixar de falta de infraestrutura de lazer, transporte público, abastecimento de água ou saneamento, áreas que vêm recebendo fortes investimentos, impulsionados, em boa medida, pela realização dos jogos Olímpicos de 2016.

Aliás, como parte das obrigações do Caderno de Encargos das Olimpíadas, começaram, em junho, os trabalhos de recuperação das lagoas da região da Barra, que, além de incluir a construção de urna Ilha-Parque Ecológica, vão introduzir na cidade o transporte lagunar, beneficiando os moradores com uma via alternativa de deslocamento e impulsionando o turismo. Trata-se da região do Rio que mais vem recebendo intervenções, dando novas feições à cidade.

A Barra da Tijuca tem se beneficiado dessas melhorias — baseadas em conceitos sustentáveis e já registra um movimento de migração de moradores de outros bairros, particularmente da Zona Sul, revela o urbanista e professor Carlos Eduardo Nunes-Ferreira. Ele mesmo saiu de Ipanema em direção ao novo endereço. “A Barra oferece um tipo dec habitação que o carioca não encontra mais em quantidade na Zona Sul”, assinala. Sinal evidente das mudanças é o entusiasmo dos moradores: muitos deles já começam a deixar seus carros em casa, satisfeitos com a economia de tempo conquistada pelo uso dos BRTs.

Origem: O Globo - Caderno Cidade Sustentável, 02/08/2014

Deixe um comentário