Rio concorre com Paris e Melbourne chance de sediar evento internacional de arquitetura

Congresso, que acontece de três em três anos, será realizado em 2020. É a primeira vez que o Brasil se candidata

Rodrigo Bertolucci

Com o tema “Todos os mundos. Um só mundo. Arquitetura 21”, o Rio está na disputa para ser a cidade-sede do XXVII Congresso da União Internacional dos Arquitetos (UIA), em 2020, considerado o maior encontro de arquitetura do mundo. A cidade concorre com Paris, na França, e Melbourne, na Austrália. À frente da campanha, o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) defenderá a candidatura na próxima assembleia geral da União Internacional dos Arquitetos, que acontece após a edição de 2014 do congresso, a ser realizada do dia 3 a 7 de agosto, em Durban, na África do Sul.

O evento acontece de três em três anos, e a última edição, em 2011, foi na cidade de Tóquio, no Japão. Em 2017, o XXVI congresso acontecerá em Seul, na Coreia do Sul.

O presidente nacional do IAB, Sérgio Magalhães, que apresentou a candidatura no início do ano, em Istambul, na Turquia, diz que o encontro mundial tem seis anos de preparação:

— É um período importante para a reflexão e o debate das cidades brasileiras sobre a sua própria arquitetura e seus espaços urbanos. Isso nos faz desejar o congresso aqui, no nosso país — comenta Magalhães, acrescentando que um conjunto de eventos estará articulado na proposta como, por exemplo, o Congresso Brasileiro de Arquitetura, em 2017.

AMÉRICA LATINA SEDIOU EVENTO EM 1978

É a primeira vez que o Brasil se candidata a ser sede desse evento. Caso o país vença, o congresso será realizado na América Latina após um jejum de 42 anos — o último foi em 1978, no México.

— Um evento desse nível movimenta mais um debate que é necessário para o Brasil, que sofre com problemas de habitação, saneamento e prestação de serviços públicos. Precisamos discutir essas políticas. Temos 85% da população na área urbana, e um congresso desse tipo vem para melhorar as cidades e a sua arquitetura — afirma o presidente nacional do IAB, garantindo que o Rio está preparado para ser cidade-sede do maior maior congresso de arquitetura do mundo.

Conforme Magalhães, o Brasil e o Rio têm diversos atrativos conhecidos no exterior, o que favorece a cidade. Além disso, trata-se de um país emergente.

— Temos uma candidatura forte. As três Américas estão unidas em torno do Brasil, além de diversos outros países. Estamos vivendo um momento importante, com prestígio, devido à realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016. Mas nunca sediamos um congresso mundial de arquitetura. Está mais do que na hora — afirma ele.

O Brasil é fundador da União Internacional de Arquitetos, vinculada à Unesco. Magalhães enfatiza que o Rio apresenta um quadro urbano rico e complexo:

— Temos contrastes, possibilidades, desigualdades e acertos, representativos de cidades do continente americano e do mundo emergente, que se urbanizam rapidamente no século XXI.

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