Mudanças no trânsito confundem população no Centro de Niterói

Niteroienses reclamam de alterações no trânsito e falta de placas no Centro

Leonardo Sodré

Estacionamento rotativo entra em vigor em novas ruas

Rua Doutor Celestino tem estacionamento rotativo, entre Prof. Manoel de Abreu e Marques de Olinda, na esquerda. Foto: Evelen Gouvêa

Após reclamações da população, o Centro de Niterói, volta a sofrer mudanças no trânsito. A partir de agora, novas ruas ganham estacionamento rotativo. As alterações começaram ontem em alguns trechos do lado direito da Rua Marechal Deodoro depois de um impasse entre a Niterói Transporte e Trânsito S/A (NitTrans) e os comerciantes da região. Além disso, o ponto de ônibus na altura do nº 184 foi transferido para outro local, em frente ao n° 226 e não há sinalização da modificação. No entorno dos acessos ao Mergulhão, as mudanças repentinas nas vias têm irritado quem passa pela região.

“Isso é um absurdo, mudaram o ponto daqui, quanta falta de consideração, sempre peguei o ônibus aqui. Depois de 60 anos nós não podemos andar muito. Nem sabia que tinham mudado o ponto de lugar, chego aqui agora, cansada, e vou ter que andar mais uma quadra para esperar a condução. Daqui a pouco resolvem mudar de novo e ficamos perdidos. Eles só pensam nos carros, não querem nem saber da grande maioria da população que anda a pé e de ônibus”, reclama a dona de casa Diana Lemos, de 61 anos, que tentava pegar o ônibus ontem na Rua Marechal Deodoro.

Também começou a funcionar o rotativo em outras ruas do Centro, como: Evaristo da Veiga, entre a Coronel Gomes Machado e Ernani do Amaral Peixoto, do lado direito; Prof. Manoel de Abreu, entre Ernani do Amaral Peixoto e Doutor Celestino, do lado esquerdo; e na Doutor Celestino, entre Prof. Manoel de Abreu e Marques de Olinda, do lado esquerdo. Nesta última rua, a circulação de carros está autorizada em qualquer horário do dia desde o início do novo ano, mas a maioria dos motoristas diz não saber desta informação. No ano passado, após a proibição de passagem de carros pelo local, empresários de lojas de automóveis da rua conseguiram reverter à decisão, fazendo com que carros tivessem permissão de circular até as 16h e depois das 21h.

O ponto de ônibus da rua que ficava na altura do nº 184 não existe mais. Os ônibus, agora, só param em frente ao n° 226. O estudante Rodrigo Elmas, de 28 anos, também ficou durante muito tempo no local aguardando o ônibus e demorou a descobrir a mudança. Depois que ficou sabendo, se disse inconformado.

“Que absurdo, terei que andar até lá embaixo para pegar o ônibus. Eles se preocupam muito com esse tipo de coisa pequena e não o que atrapalha a vida da gente. Deviam é acabar com a farra dos caminhões aqui”, disse.

Na Rua Marechal Deodoro a operação de carga e descarga está permitida, entre os números 192 e 200. Em menos de uma semana, o estacionamento de veículos de passeio na via foi proibido e permitido, logo em seguida.  A mudança ocorreu porque comerciantes do local se uniram após a proibição e levaram a reivindicação a NitTrans. Depois de um encontro, no último dia 16, ficou decidido que o estacionamento, carga e descarga, do lado direito da via, seria liberado, o que começou efetivamente ontem com a implantação do rotativo. Com isso, foram retiradas 23 vagas rotativas do lado esquerdo e depois autorizadas 16 do lado direito, do mesmo quarteirão.

“Sempre venho aqui, ou visitar um cliente, ou almoçar mesmo e é bom termos vagas para estacionar. Lembro de ter vindo aqui na semana passada e o estacionamento estava proibido aqui do lado direito. É bom ter uma vaga para colocar o carro perto de onde vamos, o ruim é ter que pagar por isso, e caro ainda por cima”, critica o pedreiro José Alves, de 51 anos.

Em nota a NitTrans informa que “as vagas criadas suprem necessidades solicitadas pelos moradores daquele entorno. A carga e descarga será permitido, desde que se cumpra os horários estabelecidos para a ação, onde é de proibição entre 6h e 10h, de segunda a sábado, e entre 16h às 20h, de segunda a sexta. As vias estão devidamente plaqueadas”, diz o comunicado da NitTrans.

Congestionamentos e bandalhas em diferentes pontos da cidade

Quem passa pela Doutor Celestino aprova a abertura da via para carros, mas se queixa muito dos congestionamentos. O alargamento da via da Avenida Feliciano Sodré sentido Ponte, também impediu o trânsito de carros, no trecho do Terminal Rodoviário Roberto Silveira até a Praça da Renascença. A regra não emplacou e muitos motoristas ainda desrespeitam a determinação.

A equipe de O FLUMINENSE flagrou ontem muitos carros que vinham da Rua Visconde de Itaboraí em direção a Ponta da Areia dobrarem livremente para a direita em direção a Ponte, o que está proibido. No local, havia uma placa informando a determinação, que era negligenciada pelos condutores. Não havia nenhum agente da NitTrans reprimindo os infratores.

“Desde que o mergulhão foi inaugurado, a Rua Marechal Deodoro vive engarrafada, durante todo o dia. Para evitar congestionamento nas avenidas Marquês do Paraná e Roberto Silveira, eles aumentaram o tempo de espera nos sinais das transversais. O trânsito continua ruim demais e não há fiscalização adequada. Eles só se preocupam com quem desce da ponte. Mudam tudo e não fiscalizam as bandalhas. Está uma bagunça”, reclamou a bancária Denise Cabral, que mora em Santa Rosa.

Segundo ela, os veículos que saem do estacionamento do supermercado, com destino à zona norte ou São Gonçalo, também complicam ainda mais a situação.

“Fica tudo embolado; os motoristas ficam querendo cruzar a pista e não há qualquer orientação. Os agentes ficam na Marquês do Paraná e só se preocupam em garantir que os carros que vêm da ponte consigam trânsito livre”.

Sobre os problemas do trânsito nos acessos ao Mergulhão e as “bandalhas” feitas na Avenida Feliciano Sodré, a NitTrans comunicou, por meio de nota, que “há agentes nos locais, monitorando o trânsito”.

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