Mercado imobiliário consolida crescimento

A forte demanda por imóveis projetada por especialistas e a mudança de perfil demográfico da população mostram um crescimento sustentável do mercado imobiliário no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro continua lindo. E cada vez mais valorizado. O mercado imobiliário do Rio vem registrando uma enorme diversificação de produtos, cada vez mais personalizados, e uma crescente demanda por eles.

Empreendimentos que são verdadeiros bairros, imóveis que já vêm mobiliados e prontos para morar, apartamentos de altíssimo luxo que despertam o interesse de estrangeiros, inovações sustentáveis e empreendimentos que possibilitam ao carioca livrar-se dos longos engarrafa mentos em deslocamentos diários formam hoje um novo e promissor cenário na cidade.

“Este cenário de diversificações, aliado às obras de infraestrutura, à política de segurança e ao calendário de grandes eventos no Rio, dá a 2014 o contorno de ano das oportunidades no segmento imobiliário”, analisa Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel e vice-presidente da ADEMI (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário). A ampliação do crédito e o histórico déficit habitacional brasileiro, na casa de cinco milhões de habitações (dado de 2012, último levantamento do Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), também fazem parte das estatísticas que impulsionam o cresci mento do setor.

Pedro Seixas, coordenador do curso de Gestão de Negócios de Incorporação e Construção Imobiliária, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Rio), diz que a demanda projeta da por imóveis no Rio é muito forte e decorre da própria mudança do perfil demográfico da população:

“Se, anteriormente, havia uma pirâmide onde no topo estavam os idosos, no meio os produtivos e na base os jovens, hoje temos um retângulo. A parte central é muito maior que o topo e a base. É uma população que produz e consome, gerando aumento de renda. Essa mesma população tem uma de manda reprimida pelo seu primeiro imóvel. Com renda maior e ampliação do crédito, a demanda por imóveis se torna crescente”. Seixas vai além: “É um crescimento sustentável e não artificial como ocorreu nos EUA’

Este crescimento artificial do mercado norte-americano a que se refere o professor aconteceu em 2008, quando a valorização especulativa dos imóveis gerou uma das maiores crises econômicas dos EUA e que ficou conhecida como “bolha imobiliária”. “Aqui no Brasil a alta do merca do dos imóveis foi consequência da demanda maior que a oferta, que é uma oferta real e não especu1ativa’ completa.

João Paulo de Matos, presidente da ADEMI, lembra que lá houve uma alavancagem financeira: “A pessoa pegava um financiamento de 100% do valor do imóvel e em cima dele constituía uma nova hipoteca para adquirir outro bem e assim por diante. Além do mais, no Brasil o crédito imobiliário financia até 80% do valor do imóvel e seu endividamento em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) está em torno de 8%, enquanto que nos EUA é de 80%. Não há nenhuma chance de haver bolha”.

A certeza do presidente da ADEMI encontra amparo nas recentes declarações do diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles: “Aqui a gente não tem subprime, não tem segunda hipoteca em praticamente nenhuma residência e mais de 90% dos imóveis são para moradia”,.

No que depender dos números de vendas realizadas pelas imobiliárias, verdadeiros “termômetros” do ambiente de negócios no segmento, o cenário para 2014 é de excelentes oportunidades: “Aumentamos em 70% o Valor Geral de Vendas no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado”, diz, otimista, Sandro Santos, diretor da Sawala Imobiliária. Também a Brasil Brokers vem registrando o crescimento do setor: “Vendemos R$ 3,5 bilhões em imóveis prontos ano passado e 50% disso foi pago à vista pelos compradores”, informa Sérgio Freire, presidente do grupo.

Integrando as estatísticas dos brasileiro que estão adquirindo imóveis, o administrador Eduardo Augusto Vahia comprou uma unidade do empreendimento Vintage Way, em São Conrado, empreendimento da João Fortes Engenharia que foi 100% vendido em menos de uma semana. A instalação de urna Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na comunidade da Rocinha foi um dos fatores que estimulou a compra:

“Sou um investidor conserva dor. Opto sempre pelo que alia a oportunidade de valorização à segurança. Os empreendimentos estão cada vez mais diversificados, o que ajuda a garantir rentabilidade. Comprei com absoluta tranquilidade com relação à solidez do investimento”, afirma Vahia, que não vê qualquer possibilidade de bolha.

Uma possibilidade, aliás, que o presidente da Patrimóvel e vice-presidente da Ademi, Rubem Vasconcelos, afasta com segurança: “A bolha nunca vai estourar por uma razão bem simples: ela não existe”.

Origem: O Globo, 30/03/2014

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