Inclusão no Minha Casa, Minha Vida é remédio anticrise

Daniel Carmona

Com uma fatia de 36°I do mercado de painéis de madeira, estimado emR$6,4bilhões, eoutros50°1 do segmento de pisos laminados, de vendas totais na casa de R$ 300 milhões, a liderança de mercado protagonizada pela Duratex deve ser traduzida em novas oportunidades para seguir crescendo. E, se possível, acimadamédia. Essaéamaneira como Alexandre Coelho, responsável pela área comercial da unidadede madeiras da empresa, enfrenta a concorrência — Berneck, Arauco e Masisa são algumas — e busca aproveitar os bons ventos da construção civil para driblar o cenário macroeconômico de volatilidade.

“Não foi um ano fácil. Nós sentimos o enfraquecimento da atividade econômica como um todo, mas ainda assim devemos fechar com um pequeno crescimento de volume capaz de nos ajudar a consolidar um bom resultado”, resume o executivo. A estratégia diversifica da entre a base da pirâmide de negócios, que representa maior volume, embora com menores margens, e o topo, com novos produtos voltados à classe A, justifica a expectativa de um bom fechamento em 2013. Enquanto o mercado deve repetir a média de l0% de crescimento de vendas, o mesmo registrado em 2012, a divisão de madeiras da Duratex considera uma expansão entre 11 e 12%.

No início do ano, Coelho incorporou ao portfólio da Durafloor, marca de pisos da Duratex que completou 15 anos, a primeira linha de pisos vinilicos, embarcando em uma tendência global que começava a chegar ao Brasil. Importados da China e com elevado valor agregado (os produtos entram na categoria luxo), os pisos desenvolvidos a partir de PVC também representaram urna quebra de paradigma da Durafloor, então restrita aos laminados.

Mais tarde, em meados de junho, a disposição do governo na certificação de algumas linhas pisos laminados para serem integrados ao programa Minha Casa, Minha Vida renovou o fôlego da Durafloor na base da cadeia. “Nós já tivemos um aumento de volume na casa de 10% nos últimos três meses justamente por conta da flexibilização de crédito para essas novas linhas de acabamento”, avalia. A expectativa, no entanto, é que a nova demanda ligada ao programa público de crédito habitacional provoque um impacto mais claro na cadeia no próximo ano. “A imagem que se tinha do piso laminado era de um produto elitizado e caro. Há seis meses mostramos que havia competitividade para atuar nesse mercado e quebramos paradigmas”, acrescenta Coelho.

Buscar novos mercados no Norte e Nordeste também está na lista de tarefas da divisão de madeiras da Duratex como um dos caminhos para ampliar o faturamento da companhia. Hoje, 7 da receita da empresa, que registrou R$ 3,394 bilhões no ano passado, vêm da divisão de Coelho. “O Norte e Nordeste são as regiões que ainda estamos mais embrionários.O desafio é traduzir isso em oportunidade”, finaliza.

Origem: Brasil Econômico, 09/12/2013

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