Dos cariocas para o Rio nos seus 450 anos

Seis ideias enviadas por moradores para celebrar a data serão realizadas pela prefeitura

Constança Rezende

Uma ladeira de pedras que não leva a lugar nenhum, coberta de mato e lixo, passa desapercebida por quem passa apressado para ir ao Fórum ou à Santa Casa da Misericórdia. Porém, os dias de esquecimento do único resquício do que sobrou da demolição do Morro do Castelo, em 1921, podem estar contados, se depender da professora de história Ângela de Azevedo.

Ela deu a ideia para a prefeitura — que topou — para que a Ladeira da Misericórdia fosse revitalizada e se tornasse um espaço de cultura com shows, saraus de leitura de poesia dramatizada e desfiles de moda alternativa. A proposta foi uma das seis ideias vencedoras do concurso lançado pela prefeitura na internet, e escolhidas por votação pelo público, para comemorar os 450 anos da cidade.

Proposta do músico Paulo Rego, de fazer evento de bossa nova em Ipanema, foi a que teve mais votos: 30 mil Foto: Fernando Souza / Agência O Dia

Entre os outros pedidos, que também serão realizados pelo órgão, no ano que vem, estão um palco para shows de bossa nova, na Praia de Ipanema, a pintura de fachadas de edifícios em Bangu, a reforma da pista de skate da Praça Nossa Senhora da Apresentação, em Irajá, a arborização de Estrada de Três Rios e uma exposição de artefatos que façam parte da história da cidade.

Autor da ideia de revitalização de Bangu, o aposentado Jose Luiz Pereira da Silva, de 62, usou uma aula do curso de informática para mandar a demanda antiga para a prefeitura. “Sou muito observador e as casas do bairro estão muito mal pintadas, desbotadas, com pichações. O Rio é tão bonito naturalmente, mas fica feio fisicamente com isso”, justificou. Já o músico Paulo Rego, que quer levar bossa nova para Ipanema, aproveitou a oportunidade para tentar valorizar o estilo totalmente nacional pelos brasileiros.

Ladeira da Misericórdia será revitalizada e se tornará um espaço de cultura com shows, saraus e desfiles Foto: Fernando Souza / Agência O Dia

“A bossa nova é mais valorizada lá fora do que aqui, apesar de ter nascido e crescido na Zona Sul. Ela ainda está viva e precisa ser fomentada através do poder público”, declarou. A proposta foi a que teve mais votos (30 mil) e também foi sugerida por mais duas pessoas: Beatriz Buccolo e Leonardo Fuks. Todos os idealizadores receberão hoje da prefeitura uma placa de agradecimento. No evento, também será lançada a marca oficial dos 450 anos do Rio.

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