BNDES muda padrão de construção no centro do Rio

Prédio anexo à sede do banco de fomento deve ficar pronto em 2019 e terá investimento de 234 milhões

Depois de quatro anos de planeja mento, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) construirá um prédio anexo à sua sede na Avenida República do Chile, no Centro do Rio. Com estimativa de 14 andares, sendo nove acima do solo, o projeto do novo edifício só foi aprovado após uma transformação nas regras urbanísticas do Corredor Cultural do Centro. Após três anos de debates na Câmara dos Vereadores, o prefeito Eduardo Paes sancionou uma lei que permite a construção do anexo na Rua República do Paraguai, com 42 metros de altura. Antes o gabarito era de 12,5 metros, o equivalente a quatro andares, O custo da obra é estimado em R$ 234 milhões.

Em contrapartida, o banco pagará mais R$ 50 milhões à Prefeitura, a serem destinados em investi mentos culturais e melhorias estruturais da área central da cidade. “Não vamos simplesmente colocar esse dinheiro no cofre da prefeitura. Essa quantia terá que ser gasta dentro dos padrões de votação do banco, com melhorias para a cidade”, explica Carlos Roberto Haude, superintendente da Área de Administração do BNDES.

Parte do terreno que será usado é do banco de fomento e outra da Fraternidade Franciscana Secular. A instituição religiosa receberá RS 34,6 milhões, dividido uma parte em mensalidades trimestrais até o final das obras e, o restante, em 5,3%i de participação no edifício pronto. Quando finalizado, o banco ainda pagará um aluguel sobre esse percentual. “Nossa decisão foi estratégica. Não vendemos o terreno e, sim, investimos em uma renda fixa, que sustentará as obras sociais que promovemos. Estamos pensando no futuro”, afirma Carlos Alberto Pinheiro, engenheiro civil e administrador da Igreja São Francisco da Penitência da Fraternidade Franciscana Secular.

Um dos questionamentos à construção do anexo era a chance de haver prejuízo à vista da Igreja de São Francisco da Penitência. De acordo com o Carlos Roberto, o banco já tem o aval do Instituto do Patrimônio Histórico da Prefeitura do Rio. “Não haverá interferência visual”, garante ele.

A construção do prédio anexo é uma alternativa para suprir a necessidade de espaço físico do órgão. Hoje, o banco aluga 18 andares no edifício Ventura, ao lado da sede, o que significa um custo mensal de R$ 6 milhões. Segundo o superintendente do BN DES, houve um aumento de 60% no corpo de funcionários da instituição. Em 2002, o banco contava com 1.800 empregados, hoje são 2.800. “Tivemos um aumento grande no número de colabora dores, o que representou também um ganho de produtividade equivalente a400%”, explica.

Previsto para ser concluído em 2019, o projeto arquitetônico será decidido através de um edital a ser publicado em fevereiro. O sistema é o mesmo utilizado para construção do prédio sede, em 1982. No local, o BNDES pretende instalar uma biblioteca, um centro de estudos e novos escritórios. Em parceria com os franciscanos, que investirão material cultural na biblioteca, o banco de fomento, beneficia do pela Lei Rouanet, também continuará apoiando financeiramente a restauração do convento.

Origem: Brasil Econômico, 07/01/2014

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