Apenas cem de quase 11 mil servidores municipais do Rio que manifestaram interesse seguem aguardando imóvel na Zona Portuária

Priscila Belmonte

Construção do Porto Vida Residencial está parada desde junho, com 20% da obra pronta Foto: Guilherme Pinto

Anunciada em 2012 como uma oportunidade de os servidores municipais do Rio adquirirem imóveis numa área da cidade que teria valorização e ganharia importância econômica, a compra de unidades residenciais na Zona Portuária acabou decepcionando os funcionários públicos. Dos 10.979 trabalhadores que no ano passado haviam manifestado interesse na aquisição de apartamentos na região, cerca de cem, apenas, assinaram o termo de interesse em fechar o negócio. Estes, possivelmente, ainda terão que esperar muito para morar nesses condomínios. O empreendimento Porto Vida Residencial, que teria mil de suas 1.333 unidades destinadas aos servidores, está com as obras paradas desde junho. Somente 20% da construção foram erguidos.

O motivo, segundo a empreiteira Odebrecht, uma das participantes do consórcio Porto 2016, é a desistência da Prefeitura do Rio de usar os apartamentos para abrigar árbitros de competições esportivas e jornalistas durante as Olimpíadas de 2016. A construtora informou ainda que um novo cronograma para as obras está sendo elaborado. Além disso, a Caixa Econômica Federal, que financiaria a compra dos imóveis, informou que a documentação do empreendimento ainda está em análise e que, por isso, nenhuma compra de apartamento foi fechada até agora.

O preço foi o principal motivo de desistência do negócio, de acordo com alguns servidores. Segundo a Odebrecht, como não será mais usado nas Olimpíadas, o empreendimento está sendo adequado a um residencial convencional, e os valores serão informados apenas no lançamento do condomínio. No ano passado, entretanto, a Prefeitura do Rio calculava que a unidade mais barata custaria R$ 420 mil, e os juros seriam de 7,7% ao ano, mais Taxa Referencial (TR). Considerando um financiamento em 35 anos pela tabela SAC, a primeira parcela seria de R$ 3.695 e a última, de R$ 1.006,41.

Como é o projeto

Lazer

O projeto previa que o condomínio teria piscinas para adultos e crianças, quadras poliesportiva e de areia, churrasqueira, salão de jogos, academia e salão de festas, entre outros itens.

Financiamento

A ideia era permitir que o servidor juntasse sua renda com a de um parente, que poderia ou não trabalhar na Prefeitura do Rio. Com a desistência de usar o empreendimento para as Olimpíadas de 2016, novas condições serão estabelecidas.

Entrega

Pelo cronograma original, os servidores e os demais compradores receberiam as chaves após os Jogos Paralímpicos, em setembro de 2016.

Mudança

Em maio, a Prefeitura do Rio anunciou a decisão de não mais usar os imóveis como alojamento de árbitros de competições e jornalistas nos Jogos de 2016, com o objetivo de reduzir despesas.

Origem: Extra Online - 04/08/14

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