Perimetral: plano prevê mais ônibus, barcas e metrô

Para desafogar trânsito no Centro, prefeitura quer ainda reduzir número de carros em até 35%

Paulo Roberto Araújo

Simone Candida

O esquema montado pela prefeitura para evitar um nó no trânsito da Zona Portuária e do Centro com o fechamento do Elevado da Perimetral, entre o Gasômetro e a Praça Mauá, a partir de sábado, prevê um reforço nos sistemas de trem, metrô e ônibus. O incentivo ao transporte de massa é a principal saída para desafogar o tráfego, segundo Joaquim Dinis, diretor de Operações da CET-Rio. A meta da prefeitura é reduzir de 30% a 35% o número de automóveis no Centro.

— É difícil, mas a gente precisa ter uma redução do volume do tráfego – disse Dinis.

Outra medida, que já entrou em vigor, é o fim de 1.449 vagas de estacionamento na região. Ontem, a Guarda Municipal fez uma operação para multar e rebocar carros nas ruas onde agora há restrição. O secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osorio, informou que na terça-feira agentes aplicaram 205 multas e rebocaram 13 veículos. As operações de carga e descarga feitas por grandes caminhões também estão proibidas no Centro das 6h às 21h.

Dois novos catamarãs

As barcas, uma opção para quem mora em Niterói, também terão um esquema especial na primeira semana de interdição do Elevado da Perimetral. A manutenção preventiva das embarcações será suspensa a partir de segunda-feira, para que o sistema opere com 100% de sua capacidade. No dia 28, chegam duas novas embarcações, que acrescentarão dois mil lugares por hora nos horários de rush, segundo a concessionária CCR Barcas. Serão os catamarãs Jumbo Cat II, que por muitos anos operou na ligação Rio-Niterói pela empresa Transtur, e Águia, que a CCR Barcas alugou no México.

No metrô, haverá um aumento de 40 mil lugares na capacidade do sistema nos horários de pico.

Integração com metrô

O secretário Osório informou que também haverá mudanças nas linhas de ônibus. Quinze por cento da frota procedente de Niterói e São Gonçalo e 18% dos coletivos que ligam a Baixada Fluminense ao Rio vão deixar de passar pela Avenida Presidente Vargas. Esses ônibus vão retornar nas proximidades do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, na Avenida Brasil 500, e terão um terminal na vizinha Rua Almirante Mariath. Outra parte dos ônibus de Niterói e São Gonçalo será desviada para a Rua do Matoso, na Praça da Bandeira, e o objetivo é interligar o serviço ao metrô: a estação Estácio tem capacidade para receber de seis mil a oito mil usuários procedentes dessas duas cidades.

— Para as pessoas que vêm de trem ou de ônibus das zonas Norte, Oeste e da Baixada, com destino à Zona Sul, a melhor opção é a conexão com o metrô em São Cristóvão, onde a estação passou por muitas melhorias e está pronta para receber o aumento de fluxo — disse o secretário, acrescentando que as operações serão monitoradas com 155 câmeras e os motoristas, orientados com 12 painéis móveis.

Para atrair os donos de carros para o transporte público, o sindicato das empresas de ônibus municipais, o Rio Ônibus, informou que aumentará em 10% a frota dos veículos executivos (os frescões). Com isso, serão 700 ônibus desse tipo circulando, número que ainda pode ser ajustado, conforme a demanda.

Origem: O Globo, 17/10/2013