Cinco prédios poderão ser demolidos na Zona Sul do Rio

Projetos preveem prédio comercial em Ipanema e hotel em Copacabana

Luiz Ernesto Magalhães

A valorização imobiliária vai deixar apenas na memória dos moradores alguns prédios que serviam de referência em Ipanema e Copacabana. A Secretaria municipal de Urbanismo analisa cinco pedidos de demolição de imóveis nos dois bairros, como informou na quarta-feira a coluna Gente Boa. Embora a prefeitura afirme que não há nada definido, empresários confirmam a existência de novos projetos para os endereços, entre eles, um prédio comercial e um hotel.

Na Rua Visconde de Pirajá, por exemplo, os imóveis nos números 495 e 499, onde funcionam uma agência bancária e uma farmácia, poderão ser novamente reunidos para a construção de um edifício comercial de 13 andares.

— O plano é construir salas comerciais para alugar, possivelmente andares inteiros, já que cada pavimento terá 360 metros quadrados de área útil. Salas comerciais são um bom negócio em Ipanema porque a oferta é escassa — disse Rubem Vasconcellos, da Patrimóvel, sócio como pessoa física nos imóveis, junto com a Bradesco Seguros.

Segundo Vasconcellos, a farmácia e o banco já serão fechados no fim do mês. A previsão é que o novo prédio seja inaugurado em 2016. O projeto deverá custar de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões. Num terceiro imóvel, também na Visconde de Pirajá, fica uma filial das Lojas Americanas, mas O GLOBO não conseguiu localizar o proprietário. As lideranças comunitárias lamentaram as mudanças.

— Ipanema já está superadensada. O curioso é que o Plano Diretor afirma que novas construções devem ser desestimuladas na Zona Sul, mas sempre há uma brecha na legislação — lamentou a presidente do projeto Segurança em Ipanema, Ignez Barreto.

A presidente da Associação de Moradores de Ipanema, Maria Amélia Fernandes Loureiro, lamenta, mas acredita que o processo é irreversível:

— Não há como segurar a verticalização.

Em Copacabana, os pedidos de demolição são para terrenos na Av. Nossa Senhora de Copacabana 956 e Bolívar 65. Nos imóveis, funcionavam o hotel Copa Linda e um restaurante, que fecharam. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), Alfredo Lopes, investidores espanhóis compraram os imóveis e vão construir um novo hotel, graças a incentivos fiscais da prefeitura para aumentar a oferta de quartos na cidade até os Jogos de 2016.

Origem: O Globo, 10/10/2013