Assinado o primeiro contrato do pré-sal

PRÉ-SAL

A primeira perfuração do pré-sal deverá ocorrer entre o fim de 2014 e início de 2015. Essa é a expectativa dos integrantes do consórcio que assinaram, ontem, o contrato de concessão do Campo de Libra, o primeiro do pré-sal em regime de partilha. O governo espera que ele renda R$ 1 trilhão para os cofres públicos ao longo dos 35 anos da concessão.

“Sabemos que esse Campo de Libra, juntamente com os novos campos que virão no futuro, mudará a vida dos brasileiros”, disse a presidente Dilma Rousseff em cerimônia no Palácio do Planalto, ressaltando que os recursos serão utilizados para melhorar os serviços públicos de educação e saúde.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que a assinatura do contrato é um marco histórico. Disse que Libra produzirá, em seu auge, 1,4 milhão de barris por dia, o que equivale a 67% do nível atual de produção do País. Por causa da morte do governador de Sergipe, Marcelo Déda, o Planalto optou por uma solenidade rápida. Enquanto as ações da Petrobrás despencavam na BM&F por causa da ausência de uma política clara de correção de preços, Dilma chamou a presidente da estatal, Graça Foster, de “querida”.

Em 60 dias, os sócios que arremataram Libra deverão reunir-se com a estatal Pré-Sal Petróleo S A (PPSA) para definir um plano de negócios e os detalhes do desenvolvimento do campo. Essas discussões envolvem, cronograma de trabalho e orçamento. As normas de governança do consórcio deverão estar prontas até o dia 18, adiantou Graça.

Pelo contrato, a Petrobrás tem prazo de quatro anos para declarar a comercialidade do campo. Para isso, deverá fazer pelo menos duas perfurações, encontrar os hidrocarbonetos e definir se são ou não comercializáveis. “É possível, se tudo der certo, que tenhamos a primeira produção a partir do quinto ano de contrato”, disse a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard.

“Vamos trabalhar em bases absolutamente realistas, fundamentadas em metas e indicadores” afirmou Graça Foster. Ela ressaltou que cada uma das empresas possui portfólio grande, com vários outros projetos. O consórcio é formado pela Petrobrás, pelas chinesas CNPC e CNOOC, pela francesa Total e pela anglo-holandesa Shell.

Os sócios ressaltaram a importância da aliança tecnológica com a Petrobrás. “Fizemos o consórcio com a Petrobrás e optamos por tê-la como parceira”, disse o presidente da Shell no Brasil, André Lopes de Araújo, ao ser questionado sobre as dificuldades por que passa a estatal Ele ressaltou que Petrobrás e Shell detêm tecnologia de exploração em águas profundas e essa será parceira importante.

“Estamos bastante tranquilos porque não tem companhia de exploração e produção que não tenha um portfólio desafiador. Para a Total, estar no Brasil é extremamente importante”, comentou o presidente da companhia, Yves Louis Darricarrèrre. Ele ressaltou que 40% das descobertas de petróleo e gás do mundo nos últimos cinco anos estão no Brasil. /Lu Aiko Otta, Anne Warth, Ricardo Della Coletta e Rafael Moraes Moura

Origem: Jornal do Commercio, 03/12/13