Setor deve valorizar a engenharia de relacionamento

O fator humano tem sido primordial na obra da Arena Corinthians, que a Odebrecht Infraestrutura executa na zona Leste. Frederico Marcos de Almeida Horta Barbosa, gerente Operacional da Odebrecht, contou que, não fosse a “engenharia de relacionamento” que implementou na obra, “dificilmente esta teria chegado até aqui sem greves e com bons índices de produtividade”.

Segundo ele, os 1.400 operários do canteiro foram “lapidados” pela construtora e a rotatividade ficou “abaixo de 1%”. Pelos menos 300 chegaram à Arena pelo programa

Acreditar, de qualificação de mão de obra da Odebrecht, e 700 puderam receber cursos de requalificação, o que lhes permitiu trabalhar também em outras etapas da construção. Além disso, 85 pessoas foram alfabetizadas no canteiro. “Fidelize que eles te dão produtividade”, garantiu Barbosa.

Para ele, a relação com as pessoas será o grande legado da obra, mais que a construção em si do estádio para a Fiel e do que isto pode significar para Itaquera. “Você pode ter um planejamento bem feito, a melhor tecnologia à sua disposição, o melhor equipamento, mas se não tiver o trabalhador motivado, a máquina vai quebrar.  Se você conquista a confiança dele e tira de cena a ideia de demissão, o trabalhador se paga. No fim  das contas, este é diferencial imenso”, disse.

Entre as atividades que são realizadas na obra estão um campeonato interno de futebol, cafés especiais, visita familiar aos domingos, ajuda para o planejamento de férias e a compra de passagens, casamento comunitário, doação de alimentos e sangue, campanha contra as drogas, bolo de aniversário e confraternização de fim de ano. Entre os resultados de produtividade que Barbosa revelou está a redução de nove para seis meses de execução das fundações. A opção pelo sistema Trejor de execução de juntas de pilar também baixou o tempo de 130 min, no método tradicional por solda, para 50 min.

Soluções

Ao analisar a produtividade na concepção de estruturas de concreto, Francisco Paulo Graziano, professor da Poli-USP, concluiu que as estruturas com maior consumo de fôrmas em viga tendem a apresentar maior custo relativo de mão de obra, com um risco de aumento de custo para variações de prazo.

Segundo ele, “a espessura média e a taxa de armadura não refletem necessariamente o custo da estrutura e não são referências confiáveis para a decisão do sistema estrutural”.

Além disso, Graziano advertiu que a remuneração da mão de obra por m³ de concreto

inviabiliza a adoção de sistemas mais rápidos, por “transferir ao empreiteiro grande parte do benefício destes sistemas”.

Origem: Revista Notícias da Construção, Ano 10, Número 127, Outubro de 2013

Deixe um comentário