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Galeão: melhorias ficam para depois da Copa

Concessionária assina contrato nesta quarta-feira, mas só assume gestão em agosto

A curto prazo, muda apenas a sinalização

DANIELLE NOGUEIRA

MARCELLO CORRÊA

Esteira que leva passageiros do Terminal 1 para o 2 do Galeão parada Hudson Pontes / Agência O Globo

 

Esteiras quebradas, elevadores que não funcionam, escadas rolantes enguiçadas. Problemas como esses, comuns para quem embarca e desembarca no Galeão, não devem ser completamente solucionados antes da Copa do Mundo. A nova concessionária, a Aeroporto Rio de Janeiro, que assina nesta quarta-feira o contrato de concessão com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), só assume o Galeão definitivamente em agosto. Até lá, a gestão será compartilhada com a Infraero, com a estatal à frente das operações.

Segundo fontes, o que a concessionária prometeu, em conversas informais com integrantes do governo, foi maior agilidade na troca de peças para manutenção e algumas alterações na sinalização do aeroporto nos próximos meses.

No primeiro caso, como agentes privados têm maioria na concessionária — juntas, Odebrecht Transport e Changi, de Cingapura, detêm 51%, e a Infraero, os 49% restantes —, a Aeroporto Brasil se verá livre das amarras das licitações públicas.

As concorrências obrigam as empresas controladas pelo Estado a sempre optarem pelo menor preço, o que não necessariamente significa o melhor serviço. Para o futuro, a concessionária avalia ter um estoque de peças essenciais no próprio aeroporto, a fim de agilizar a manutenção.

Sobre a sinalização, uma empresa contratada pela concessionária iniciou há uma semana um amplo diagnóstico sobre os fluxos de passageiros e mercadorias no Galeão, para indicar as alterações necessárias. Mas uma mudança mais profunda, que modifique os trajetos dos passageiros dentro do aeroporto, ficará para depois da Copa.

A ordem do governo, agora, é evitar confusão. Por isso, as pequenas alterações nas placas visam a garantir que elas estejam na melhor posição aos olhos dos passageiros e que a informação esteja disponível sempre em português e inglês. E só.

Decepção no aeroporto

Ou seja, a vida de passageiros como a turismóloga Rafaela Calil e o advogado Bruno Vieira, de Curitiba, não vai melhorar tão cedo. Eles estiveram ontem pela primeira vez no Galeão e se declararam decepcionados.

Acostumados a fazer conexão em Guarulhos nas viagens internacionais, eles se queixaram de falhas na informação, que os fizeram ficar meia hora na fila errada para retirar as malas, até a falta de acomodações para quem precisa esperar por horas pelo próximo voo.

Rafaela, que comanda uma agência de viagens, afirmou que não vai mais encaminhar clientes para o Galeão:

— O elevador é pequeno, cabem dois carrinhos e mais uma ou duas pessoas. Além disso, tem um banheiro só para comportar todos os passageiros do desembarque internacional.

Já o professor Nilson Ramos, que embarcava ontem para Salvador, ponderou que a situação do Galeão é melhor que a do aeroporto baiano:

— Não tem como fazer obra sem transtorno. Pelo menos aqui está melhor que Salvador, cujas obras só começam depois da Copa.

A psicóloga Letícia Parraga Baptista, de Porto Alegre, até considera a dor de cabeça causada pelas obras tolerável, já que os trabalhos são passageiros. Mas diz que gostaria de ver atendentes mais preparados:

— Acho que pode melhorar muito o atendimento. Isso me incomoda mais do que as obras, que têm um prazo para acabar.

Outro ponto que ficou decidido foi que a marca Aeroporto Rio de Janeiro só será usada a partir de agosto. No Aeroporto de Brasília, por exemplo, na primeira semana após a assinatura do contrato de concessão, o consórcio Inframérica mudou o logo, caprichou na limpeza e tratou de fiscalizar os banheiros, para que não faltasse sabonete ou papel higiênico.

Novo estacionamento em 2015

O compromisso da nova concessionária do Galeão com a Anac estará no Plano de Ações Imediatas (PAI), que será entregue à agência até 30 dias após a assinatura do acordo. A Anac terá mais 20 dias para aprovar o plano. Pelas regras do edital, essas melhorias têm diferentes prazos para serem executadas.

A mudança da sinalização — com informações sobre voos, portões de embarque, locais de check in etc. —, por exemplo, deve ser concluída 30 dias após a aprovação do PAI. Ou seja, a tempo da Copa. O mesmo prazo previsto para a revisão dos sistemas de escadas rolantes, esteiras e elevadores e melhoria da iluminação.

Para 90 dias após o PAI — ou seja, depois da Copa —, estão previstas ações como instalação de câmaras de segurança, Wi-Fi gratuito e conserto de vazamentos e infiltrações.

Obras de caráter mais estrutural, como a construção de novas pontes de embarque e a ampliação do pátio das aeronaves, estão previstas para 2016. A construção de um estacionamento com capacidade mínima para 1.850 veículos também vai demorar: o prazo estabelecido no edital é o fim de 2015.

Estarão presentes na cerimônia de assinatura a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, bem como os presidentes da Anac, Marcelo Guaranys, da Aeroporto Brasil, Luiz Teive da Rocha, e da Changi, LimLiang Song.

Bum, bum, bum

Eduardo Paes tinha previsto que não seriam necessárias novas implosões na Perimetral. Pensava que a demolição restante poderia ser feita manualmente. Só que técnicos decidiram implodir, no Domingo de Páscoa, um trecho de uns 500 metros na Praça Mauá.

Gávea quer parque em área abandonada há 20 anos

Terreno tem 8 mil m² e pertence a uma rede de supermercados. Projeto de lei propondo o uso público do local será votado por vereadores

Moradores da Gávea estão se mobilizando para transformar um terreno pertencente a uma rede de supermercados, que está abandonado há 20 anos, em uma área de lazer. Eles querem transformar a área de 8 mil m² em um parque aberto ao público no bairro, que é conhecido pelas suas ruas bucólicas e bem arborizadas. Um projeto de lei está tramitando na Câmara de Vereadores para que a ideia se torne realidade.

O projeto é do vereador Marcelo Queiroz (PP) e será colocado em pauta para votação até o fim desse mês. Caso consiga a aprovação, o político pretende reunir representantes de moradores e comerciantes da Gávea para selecionar a melhor solução arquitetônica e paisagística. Segundo a Associação de Moradores da Gávea (Amagávea), a rede de supermercado foi impedida de explorar a área devido a uma legislação que limita a construção de prédios comerciais ou residenciais no local.

 

Terreno, na Rua Marquês de São Vicente, está sem uso: moradores dizem que ele atrai ratos e insetos Foto: Marco Antônio Cavalcanti / Agência O Dia

 

“Usar esse espaço para construir um condomínio ou um supermercado inviabilizaria ainda mais o trânsito na Gávea. A ideia é unir a população para criar um espaço que todos possam usufruir”, explicou o vereador. Nas redes sociais, o projeto já ganhou apoio de mais de 5 mil moradores. “Nada melhor para a Rua Marques de São Vicente! Antes tarde do que nunca. Um parque já! Nada de mercados ou supermercados para congestionar ainda mais esse lugar! Eu apoio o parque”, publicou o internauta Otto Brautigam.

Alguns usuários também criticam a atual situação do terreno. “Fui moradora da Gávea por muitos anos e ainda trabalho no bairro, passando por esse local quase todos os dias. O terreno e suas ruínas servem, há mais de 15 anos, de criadouro de ratos e de mosquitos. Não devemos, nem cidadãos nem Poder Público, conviver com esse tipo de abandono”, manifestou Beatriz Berro Marins.

Criado na Gávea, o estudante Thiago Almeida, de 23 anos, apoia a iniciativa. “Acho que a gente tem que aproveitar o potencial natural aqui do bairro. Vai valorizar muito o espaço. É muito mais agradável ir a um parque do que a um supermercado”, disse.

 

Ganhou a Queiroz Galvão

A Rádio Canteiro de Obra diz que o consórcio da Linha 4 do metrô do Rio até a Barra, liderado pela Queiroz Galvão, sempre torpedeou o projeto do famoso arquiteto Santiago Calatrava para a ponte estaiada sobre a Lagoa da Tijuca. O projeto do espanhol, como se sabe, terminou sendo abandonado “para não atrasar as obras”. Perdeu a cidade.

Dilma visita Galeão e Linha 4

Presidenta vai vistoriar obra do Metrô e participar de assinatura de concessão do aeroporto

A presidenta Dilma Rousseff estará no Rio hoje para participar de dois eventos. O primeiro será às 9h, quando ela acompanhará a assinatura do contrato de concessão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador. Ainda pela manhã, Dilma vai conferir o andamento das obras da Estação São Conrado da Linha 4 do Metrô.

Em relação ao Galeão, a missão dos novos donos da principal porta de entrada da Cidade Maravilhosa não permite turbulências. A construção de 26 pontes de embarque e de estacionamento com capacidade mínima para 1.850 veículos e a correção de problemas que atormentam usuários, como acesso ruim à internet, escadas rolantes quebradas e falta de tomadas, são apenas algumas das obrigações que a concessionária Aeroporto Rio de Janeiro assume a partir de hoje. Às 11h, a empresa assina com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o termo de concessão do aeroporto, válido por 25 anos.

Melhorias no Aeroporto Internacional Tom Jobim estão previstas para ficarem prontas até a Copa do Mundo Foto: Fernando Souza / Agência O Dia

O consórcio, que arrematou o aeroporto no leilão de novembro passado por R$ 19 bilhões, é formado pela Odebrecht Transport, Changi Airports, responsável pela operação do aeroporto de Cingapura, considerado o melhor do mundo, e a estatal Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

A proposta vencedora derrotou a concorrente CCR, que no Rio de Janeiro já administra a Ponte Rio-Niterói, a Via Dutra e as barcas.

Em comunicado enviado ontem, a Infraero procura dissipar as nuvens carregadas que costumam nortear a opinião de especialistas sobre supostos atrasos nas obras do Galeão, iniciadas em 2008. Embora a reforma do Terminal 1 ainda esteja pela metade, não há riscos de o aeroporto não atender ao aumento de demanda de passageiros durante a Copa do Mundo, em junho, segundo a empresa.

As obras do terminal 2 terminam este mês. A estatal estima que, finalizados os dois terminais, a capacidade anual de passageiros saltará dos atuais 17 milhões para cerca de 30 milhões — número que não assusta o professor Elton Ferreira, especialista da UFRJ: “Acredito que o aeroporto vai suprir bem essa demanda”.

Os representantes da concessionária não quiseram comentar ontem as primeiras medidas previstas para a operação do Tom Jobim e que integram o Plano de Ação Imediata (PAI) elaborado pela Infraero. “Há muita coisa que precisa ser feita nesse aeroporto”, disse a funcionária pública Fernanda da Rosa, usuária frequente do Galeão. “É um absurdo que um aeroporto tão importante não tenha uma internet sem fio decente e às vezes fique sem refrigeração adequada.”

Em São Conrado, plataformas e túneis

Se o trânsito caótico da cidade não atrapalhar, a presidenta da República chagará às 11h ao canteiro de obras da estação São Conrado da Linha 4 do Metrô, na estrada da Gávea, onde a estarão aguardando o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes. No local, Dilma poderá conferir a construção das plataformas para passageiros e as escavações de corredores de acesso à estação. Estas últimas já em fase final, segundo a concessionária Rio Barra.

Na área externa do canteiro, estão em construção dois dos três acessos da estação — um na Avenida Niemeyer (mais perto da Rocinha) e outro na Avenida Aquarela do Brasil.

O terceiro ponto de acesso à estação São Conrado, na Estrada da Gávea, ainda não saiu do papel, segundo a concessionária, porque o terreno permanece sendo preparado para também receber uma subestação de energia elétrica.

A Linha 4 do Metrô vai ligar Ipanema à Barra, passando por São Conrado, que terá estação na Rocinha Foto: José Pedro Monteiro / Agência O Dia

Prevista para ser concluída no primeiro semestre de 2016, a Linha 4 do Metrô, ligando a Barra da Tijuca a Ipanema, ao longo de 16 quilômetros de trilhos, deverá transportar cerca de 300 mil pessoas diariamente. Em janeiro deste ano, foi concluída a escavação dos cinco quilômetros do segundo túnel (chamado de bitúnel) de ligação entre São Conrado e a vizinha Barra da Tijuca.

A concessionária Rio Barra estima que a operação plena da Linha 4 vai tirar de circulação dois mil carros por dia nos horários de pico. Além de São Conrado, a linha terá outras cinco estações: Jardim Oceânico, Gávea, Antero de Quental (Leblon), Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz (Ipanema).

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