Tendências de Inovação: Prospecção tecnológica do Sitema Firjan orienta empresas na tomada de decisão

A prospecção tecnológica, realizada pelo Observatório Tecnológico, da Gerência de Desenvolvimento e Inovação (GDI), do Sistema FIRJAN, é uma importante ferramenta para ajudar empresários na tomada de decisões estratégicas, com o aumento da competitividade por meio da inovação de produtos, processos e serviços. Os setores contemplados até hoje com os estudos foram os de alimentos e bebidas, gráfico, metalúrgico, químico, construção civil e cadeia produtiva de petróleo & gás. As áreas de nanotecnologia e manufatura digital também foram prospectadas.

Rafael de Jesus Gonçalves, especialista em Projetos Tecnológicos, da GDI, informa que este ano será concluído um levantamento de tendências para o setor da moda íntima. “A prospecção tecnológica é um meio sistemático de mapear desenvolvimentos tecnológicos futuros capazes de influenciar de forma significativa uma indústria, a economia ou a sociedade como um todo”, detalha Gonçalves.

Carlos Di Giorgio, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Município do Rio de Janeiro (Sigraf-Rio), disse que o “Panorama tecnológico das indústrias gráficas dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo” feito em 2008 para o setor ajudou os empresários a planejar investimentos de longo prazo, visando à melhoria da produção. “Nossas máquinas são importadas, principalmente do Japão e da Alemanha, países comprometidos com a segurança e com o meio ambiente, e são muito caras. O estudo mostrou a melhor maneira de investir na compra do maquinário”, destaca.

O Observatório Tecnológico prepara a atualização do levantamento e irá divulgar os novos resultados em setembro. “A tendência da área são as mídias eletrônicas, que eliminam o papel. É muito importante entendermos como elas funcionam, para nos adaptarmos”, comenta. Di Giorgio disse que não acredita que as novas tecnologias sejam uma ameaça para a mídia impressa. “O dia em que a mídia impressa acabar, saberemos em primeira mão pelas manchetes das revistas e dos jornais”, brinca.

Roberto Kauffmann, presidente do Sindicato da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), elogiou o estudo “Tendências tecnológicas na área de edificações”, realizado este ano. “A pesquisa foi muito importante. O setor precisa de ações que promovam as inovações tecnológicas, principalmente agora com a entrada em vigor da Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais”, pondera. A NBR 15.575 passou a vigorar em 19 de julho e estabelece parâmetros obrigatórios térmicos e acústicos para as novas construções.

Kauffmann disse ainda que a prospecção tecnológica orientará a implantação do Polo de Inovações Tecnológicas na Região Metropolitana. A iniciativa é resultado do acordo do SindusconRio com a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin) e Agência de Fomento do estado do Rio de Janeiro (AGERio), ambas ligadas à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Industrial.

“Haverá muitos incentivos para empresas de fora do Rio, nacionais e estrangeiras, para o aperfeiçoamento dos processos construtivos, além de formação profissional voltada para o setor em duas escolas do SENAI, em parceria com o Sinduscon-Rio, em Jacarepaguá e na Região Portuária, capacitando um total de 3 mil alunos”, informa Kauffmann.

Isaac Plachta, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicos para Fins Industriais do Estado do Rio de Janeiro (Siquirj), elogia a iniciativa: “A pesquisa de tendências tecnológicas na área ambiental para a indústria química, realizada em 2010, foi fundamental para a inovação, pois incentivou o uso de matérias-primas e produtos renováveis”, avalia. Segundo Plachta, as indústrias que operam com especialidades químicas têm espaço para inovação tecnológica. “O investimento é caro, mas se as empresas não investirem, vão ficar para trás, paradas no tempo”, alerta Isaac Plachta, que também preside o Conselho Empresarial de Meio Ambiente do Sistema FIRJAN. Ele explica que a crise econômica limitou os recursos do setor para inovação. A saída, segundo Plachta, é contar com o financiamento do Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Programa Inovar da Finep.

ESTUDOS PLANEJAM AÇÕES DOS CENTROS DE TECNOLOGIA

O objetivo dos estudos é apoiar o setor industrial nas suas escolhas estratégicas de futuro, bem como os gestores dos Centros de Tecnologia do SENAI do Rio (CTS) na identificação de demandas tecnológicas da indústria.

Paulo Roberto Furio, gerente do CTS Ambiental, explica que as pesquisas do Observatório orientam as prioridades tecnológicas do CTS. “O estudo mostra em que precisamos nos desenvolver para atender o setor industrial em relação à capacitação de pessoal e investimentos, indicando tendências”, analisa. O gerente cita como exemplo o projeto realizado há quatro anos sobre destinação de resíduos industriais: “O Observatório identificou essa necessidade das empresas. Estamos preparados para dar resposta à demanda, com programas de adequação à legislação ambiental, eficiência energética, redução do consumo de água e incorporação dos resíduos aos processos produtivos.”

Para Antonio Tavares, gerente do CTS Alimentos e Bebidas, a prospecção é fundamental para o planejamento das ações do Centro. “O estudo é necessário para sabermos o que o setor industrial precisa. Se não dispomos do serviço, vamos buscá-lo no Brasil ou no exterior e o adaptamos para o segmento produtivo. Podemos investir com mais segurança”, conta. Tavares destaca o trabalho realizado recentemente para a indústria de destilados. “Montamos o laboratório de cromatografia, com equipamentos importados do Japão que analisam e detectam substâncias em bebidas e alimentos, e ainda investimos na capacitação dos técnicos”, afirma. O empresário que desejar obter mais informações sobre os estudos de prospecção pode enviar e-mail para observatorio.tecnologico@firjan.org.br.

Origem: Informativo Carta da Indústria Ano XIII, Número 619, 6 a 12 de setembro de 2013