Primeiro “piscinão” da Praça da Bandeira será inaugurado no mês que vem

Reservatório para 18 mil litros será inaugurado no mês que vem

Luiz Ernesto Magalhães

A Praça da Bandeira ganhará já este ano um alívio no problema crônico de enchentes com as chuvas de verão. A prefeitura inaugura em novembro o primeiro dos cinco reservatórios (piscinões) para armazenar água de chuvas. A estrutura se encontra em fase de acabamentos: 85% das obras já terminaram. A medida é considerada um alívio, mas a solução definitiva só estará disponível no verão de 2014/2015, quando todas as obras ficarem prontas, já que houve atraso no cronograma original. O primeiro piscinão, que tem formato cilíndrico, tem capacidade para receber 18 milhões de litros de água e fica numa praça próxima à Rua do Matoso. A estrutura será subterrânea e captará o volume excedente que a rede de drenagem não for capaz de escoar. As comportas serão reguladas por bombas hidráulicas, operadas à distância por técnicos do Centro de Operações Rio.

— O projeto de drenagem tomou por base uma série histórica das maiores chuvas na região nos últimos anos. A nova rede funcionará em paralelo ao sistema atual, aumentando a capacidade de captação das chuvas da Praça da Bandeira — explicou o secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto.

As obras completas de combate a enchentes também se estendem à Tijuca e a Vila Isabel. Mas elas só serão concluídas no fim de 2014 e não até a Copa do Mundo, em junho, como planejava inicialmente a prefeitura. Ao todo, os cinco reservatórios terão capacidade para armazenar cerca de 260 milhões de litros d’água. Com o término das obras, as praças serão reurbanizadas para servir como áreas de lazer.

A prefeitura justificou o atraso no cronograma das intervenções alegando que os projetos sofreram modificações em relação ao que foi concebido. O plano original, por exemplo, previa a construção de um piscinão de grande porte na Avenida Maxwell, no estacionamento de um supermercado, mas foi reavaliado devido aos custos de indenizações. A opção foi construir dois reservatórios menores, mas as obras nem começaram: os processos de desapropriação dos terrenos para a implantação de piscinões na Rua Heitor Beltrão (70 milhões) e no Alto Grajaú (50 milhões de litros) ainda não terminaram. Prefeitura e proprietários ainda discutem os valores das indenizações na Justiça do Rio .

Apesar do atraso, a conclusão do primeiro reservatório é recebida com esperança por comerciantes da Praça da Bandeira. Mas, no bairro, ainda há desconfiança quanto à eficácia do primeiro piscinão.

— O fato de o primeiro reservatório ficar pronto antes do verão sinaliza que estamos mesmo diante de uma solução. Mas não é demais lembrar que o volume das enchentes no bairro sempre surpreende — diz Mariana Rezende, proprietária do Bar da Frente (Rua Barão de Iguatemi)

Até a Copa, mais dois piscinões para 75 milhões de litros (Praça Niterói) e 45 milhões de litros (Praça Varnhagen) serão concluídos. Na mesma época, termina a implantação de um desvio de 2,4 quilômetros do leito do Rio Joana, que será ligado a um complexo de túneis que deságua na Baía de Guanabara. A implantação do projeto custará R$ 292 milhões em recursos da prefeitura e da União.

Origem: O Globo, 05/10/2013