Fachadas assimétricas: uma tendência que conquista o Rio

Projeção do edifício Uno, no Catete, com jogo de balanços com cores e formas diferentes numa fachada e varandas embutidas em outra – Divulgação

Na disputa pelo cliente, construtoras adotam a solução arquitetônica, que está em alta pelo mundo

POR RAPHAELA RIBAS

RIO — Esqueçam aquelas tradicionais fachadas com quadradinhos perfeitos e varandas proporcionais. Depois do boom imobiliário, veio a calmaria e, com a estabilidade do mercado, construtoras buscam alternativas para chamar a atenção do cliente. A nova moda é a assimetria na parte frontal dos edifícios, que já está em alta lá fora e agora ganha força no Rio.

A assimetria na fachada é caracterizada pela montagem feita com diferentes cores, tamanho de toldos, desenho das sacadas e outros elementos. A desproporção pode ser, ainda, uma solução para projetos como o Uno, no Catete, onde, devido ao pouco espaço, a construtora Concal optou por intercalar varandas embutidas.

— É uma tendência no mundo inteiro e mesmo que custe mais, vale a pena, pois é um produto diferente. E tem público para isso — diz Vicente Giffoni, presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBea).

— Quando o mercado se estabiliza, você tem que partir para outras formas de se diferenciar — complementa o arquiteto Gabriel Castro, que assina o edifício Frames, da Calper, no Recreio dos Bandeirantes.

Custo da assimetria

Entretanto, Castro acredita que há uma certa resistência no mercado para este novo tipo de fachada, e que o custo e o prazo de obras são os principais empecilhos:

— A fachada tradicional é mais fácil de fazer e tem uma mão de obra comum. Com a assimetria, porém, o tempo de construção é maior, pois são mais detalhes, e o projeto fica mais caro para a construtora e para os clientes — pontua.

Já para o arquiteto Sérgio Conde Caldas, da Concal, é preciso pensar no projeto como um todo, unindo plantas e fachadas, de maneira a se atingir beleza, mas evitando que o custo da obra fique mais caro para a construtora e para o comprador.

— Não dá para se pensar numa planta e na sua fachada separadamente. Elas se complementam. Este tipo de solução assimétrica agrega valor e atrai principalmente o público jovem.

Vale a pena ofertar novidades

Para o arquiteto Celso Rayol, da Cité Arquitetura, responsável pelas fachadas assimétricas do Sorocaba 112, da FMAC, em Botafogo, e do RG Personal Residence, da Even, no Recreio dos Bandeirantes, as empresas precisam sempre apresentar novidades para não perderem espaço no mercado.

— Temos que inovar. Em 2007, o foco era ganhar por escala. Hoje, com o grande número de bairros verticais, temos que atrair o público através de produtos diferentes e de certificações — afirma o arquiteto.

Deixe um comentário