Imprensa

Segundo Prêmio Asbea/RJ será entregue nesta quinta-feira

Os dez melhores projetos do “II Prêmio Asbea/RJ” , 2015,  serão conhecidos durante a cerimônia de entrega aos vencedores, hoje, dia 3 de dezembro, quinta-feira, às 19 horas, no Clube Marimbás (Praça Eugênio Franco, 2 Posto 6). Presidida por Vicente Giffoni, a  Asbea/RJ (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), representa  60 dos mais importantes escritórios de arquitetura  do Rio de Janeiro e  é responsável pela produção de cerca de 90% dos projetos de excelência aprovados pela prefeitura carioca. Estarão concorrendo projetos desenvolvidos no Brasil e no exterior como República Dominicana, Qatar e Vietnã.

Os projetos serão julgados em 10  categorias:

– Edifícios ou Conjuntos Residenciais Multifamiliares.

– Edifícios para Hotelaria. Edifícios Institucionais Públicos ou Privados (hospitais, centros de saúde, escolas, universidades, museus, clubes, creches, teatros, espaços culturais e locais de culto religioso).

– Edifícios de Serviços Públicos ou Privados (escritórios, sedes de empresas, uso misto). Arquitetura de interiores (residenciais, áreas comuns de edifícios, lojas, restaurantes, consultórios, clínicas).

– Projetos de Restauro e Conservação de Edificações e Sítios Históricos.

– Edifícios Comerciais (shopping centers, supermercados, lojas de varejo, atacados).

– Arquitetura Paisagística.

– Urbanismo (intervenções no tecido urbano, planos diretores, estudos urbanísticos, loteamentos).

Projetos Especiais (estádios, equipamentos de  sistemas de   transporte).

A Asbea-RJ atua com interação com as entidades de classe como: CAU-RJ,  IAB-RJ, Sinduscon Rio, Ademe-RJ, e também com o poder público municipal, estadual, com participações ativas nos Conselhos de Planejamento Urbano e nas discussões sobre as novas legislações e códigos urbanísticos e edilícios do RJ.

Texto Asbea/RJ

Paixão paulista pelo Rio

Projetar no Rio exige o entendimento do que é esta cidade, e de que tudo que você fizer ali dentro tem que levar em consideração o que ela tem de mais bonito, que é ela própria.

Como paulista apaixonado pelo Rio, sempre fui um defensor da cidade, mesmo no momento em que o próprio carioca estava muito crítico em relação a ela, nos anos 1980. Em paralelo a um esvaziamento econômico, houve uma baixa da autoestima do carioca. Naquele período, em qualquer conversa, por mais paulista que eu fosse, era defensor da cidade. A gestalt, que é a teoria da percepção, diz, entre outras coisas: “Muitas vezes você não sabe o porquê, a razão de o espaço ser tão profundamente especial”. O Rio conta com uma gestalt forte.

O Rio teve uma posição proeminente na historia da arquitetura brasileira desde sempre. Desde a época colonial, passando pelo período imperial, e na arquitetura moderna, o berço foi o Rio. Se você pensar qual é o centro de cidade mais completo que existe, é o do Rio. Por causa da vinda da Família Real portuguesa e por ter sido a capital do país, todos esses edifícios institucionais relevantes estão aqui e no seu entorno tudo acontece: o Paço imperial, o Museu Nacional de Belas Artes, o Museu Histórico Nacional e a Biblioteca Nacional. Por outro lado, o Rio tem uma característica curiosa. Olhando de fora, eu acho que a cidade tem uma elegância, e o carioca, um charme que ele não percebe. Isso não é falar da sensualidade, da beleza e da maneira com que ele se relaciona com a cidade; está no seu DNA essa natureza.

O carioca tem uma energia diferenciada. Você vai a qualquer lugar do mundo, você conhece imediatamente o carioca, que vive uma situação tão privilegiada do ponto de vista da natureza, que ele nunca é deslumbrado. O Sting falava depois de ter vindo pela terceira vez: “Agora chego aos lugares e ninguém fala mais comigo”. Então, essa postura blasé do carioca acabou sendo decorrência de todo esse conjunto de atributos que a cidade tem, e que são raros em qualquer metrópole do mundo. Projetar no Rio exige o entendimento do que é esta cidade, e de que tudo que você fizer ali dentro tem que levar em consideração o que ela tem de mais bonito, que é ela própria.

No mundo hoje, onde as cidades são tão ou mais fortes que os países, o Rio tem um espaço privilegiado para ocupar. Então, a cidade tem que ser a referência não só pela moda, pela cultura; precisa ser referência de metrópole com uma visão de futuro compromissada, evoluindo o seu processo de desenvolvimento urbano sustentável em que privilegie o que tem de excepcional. E corrija aquilo que foi feito de errado, incluindo questões de urbanização e de agressões à natureza, que sofreu precisa ser reconstituída. E deve integrar as zonas Norte, Sul, Oeste e os morros ao tecido urbano de maneira qualitativa, com mobilidade e sustentabilidade.

Hoje, um dos desafios do Rio é conjugar essas características do carioca a um cenário de globalização inexorável. Isso demanda profissionalismo em todos os sentidos. E exige uma administração pública que continue compromissada com a cidade, uma política de segurança que evolua — isso é diferencial fundamental. É um desafio não deixar que se perca essa onda favorável, que decorreu da conjunção política e de uma série de questões e que se consolida com os grandes eventos. Não podemos desperdiçar esse ciclo virtuoso em que o Rio entrou novamente.

Vicente Giffoni é presidente da Associação dos Escritórios de Arquitetura-RJ

Página 3 de 2312345...1020...Última »