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Caiu na rede!

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Origem: Jornal O GLOBO - Morar Bem - 02/12/2012

Criada pelos índios, rede dá espaço para quem quer sentar, deitar e rolar

Ystatille Freitas – O Globo

Feitas de cipó e trepadeiras pelas tribos indígenas da América do Sul, as redes começaram a sua história no Brasil colônia, como meio de transporte dos portugueses e suporte para enterrar os mortos. Mas as mulheres dos colonos resolveram adaptar a técnica às suas varandas, usando o algodão como matéria-prima e as franjas como enfeite. E assim, as redes caíram no gosto da casa brasileira, seja para embalar o sono, as conversas ou os namoros. Apesar de, hoje, ser mais popular no Nordeste, esta arte da tecelagem pode ser adquirida em alguns lugares do Rio ou pela internet.

O arquiteto Ivo Mareines buscou, na cidade de Paraty e no bairro carioca de São Cristóvão, peças perfeitas para a criação de um redário na Casa Folha, em Angra dos Reis, projeto inspirado na tribo Kamaiurá, do Alto Xingu.

— Temos o clima certo para redes, no Rio, mas é difícil encontrá-las por aqui. São peças que podem dar cara brasileira a lounges, e os preços são bem em conta — diz Mareines, que é diretor de Marketing da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA/RJ).

Na Feira de São Cristóvão, há quatro barracas dedicadas à venda de redes. Uma delas é a do paraibano Homero. As peças vêm da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará, com preços que, de acordo com a qualidade, variam de R$ 45 a R$ 125 (medida para solteiros) e de R$ 60 a R$ 140 (para casal). O feirante explica que as melhores são aquelas que vêm com cordão torcido, pois são mais resistentes e duradouras.

Quem quiser, também pode adquirir a peça pela internet. Na Paraíba, a empresa Santa Luzia tem uma lojinha virtual, com opções de redes tradicionais que saem por valores de R$ 37 a R$ 461. Já no Ceará, a loja Denaná vende, através de seu site, redes de algodão neutras e multicoloridas, feitas em teares automáticos. Há modelos moderninhos e clássicos, entre R$ 45 e R$ 49 (solteiro), R$ 95 e R$ 176 (solteirão) e R$ 136 e R$ 283 (casal). O acabamento, no entanto, é feito por artesãos, explica o gerente da loja, Rodrigo Goyanna:

— Nessa hora, máquina alguma substitui a agilidade de mãos treinadas.

Designers contemporâneos também se renderam aos encantos das redes. A poltrona Regg (R$ 7.412), uma síntese da Egg, de Charles Eames, com a técnica indígena, é um ousado exemplo disso. Já o arquiteto e designer Maurício Arruda criou uma base metálica para prender a peça no formato de assento, por R$ 923,23. Ou seja: tem rede para quem quiser sentar, deitar e rolar.

Rio contemporâneo e internacional

Karine Tavares – O Globo

RIO — Uma nova arquitetura: contemporânea internacional. Com certo sotaque gringo, mas sem perder a ginga carioca. Questão de gosto à parte, esse é o estilo que o bom e velho Rio, majoritariamente eclético, começa a ganhar com as parcerias entre arquitetos nacionais e estrangeiros, na transformação urbana por que passa a cidade. Em especial, no Porto, onde o gabarito, que pode chegar a 150 metros, permitirá o surgimento de grandes torres e um novo horizonte.

Mas outros pontos da cidade também já recebem obras de destaque. Em Copacabana, onde a prevalência é do art-déco do início do século passado, a fachada do novo Museu da Imagem e do Som, um projeto do escritório americano Diller, Scofidio + Renfro, reproduz o famoso calçadão do bairro. Na Bartolomeu Mitre, Leblon, o também americano Richard Meier — ganhador do Pritzker, o Oscar da arquitetura mundial — está construindo um prédio que terá a fachada coberta por brise-soleil, elemento comum no modernismo, tão presente na cidade.

— A arquitetura do Rio é muito rica: tem o velho, o novo, o bom, o ruim. Isso torna a cidade muito interessante. Mas nós temos uma preferência pelos prédios modernos, mesmo os mais obscuros — confessa Bernhard Karpf, sócio do escritório Richard Meier Partners, mostrando que mesmo grandes nomes internacionais se rendem à nossa arquitetura.

— A maioria dos arquitetos estrangeiros falam de Niemeyer, Burle Marx, Paulo Mendes da Rocha. Eles não fazem apenas uma arquitetura importada. Utilizam alguns de nossos elementos também — diz Aníbal Sabrosa, sócio-diretor da RAF Arquitetura, escritório que trabalha num dos grandes projetos para o Porto do Rio, o Pátio da Marítima, em parceria com o inglês Norman Foster (outro ganhador do Pritzker).

Projetado para ser construído num terreno de 24 mil metros quadrados de frente para o mar e no centro da região, o complexo de escritórios da Tishman Speyer (outra gigante americana) terá dois volumes distintos, que se tocam no último pavimento através de uma estrutura metálica. Uma grande praça central deve permitir a integração do empreendimento com os espaços públicos, característica que vem ganhando prioridade nos edifícios projetados para a área.

— O que se vê, de forma geral nesses projetos, é uma preocupação com a sustentabilidade. Mesmo edifícios ícones precisam dialogar com o entorno onde estão inseridos — destaca Vicente Giffoni, presidente da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA-RJ).

Outro exemplo disso é a Torre Carioca. Projetado pelo arquiteto Sérgio Caldas, o edifício terá dois núcleos ligados por passarelas. E, no térreo, praças com lojas permitirão a integração com a rua e a passagem de pedestres.

‘Não é uma cidade para 2014. É para 2050’

Outro projeto que sai em breve do papel é o Porto Atlântico Leste, empreendimento da Odebrecht que será lançado ainda este ano. Dois hotéis, uma torre comercial, uma corporativa e um mall com lojas ocupando um quarteirão inteiro no Santo Cristo, com a mesma premissa de permeabilidade urbana.

O projeto é do escritório STA Arquitetura, que também assinou o Dimension, na Barra da Tijuca, outro comercial da Odebrecht, que foi entregue na última semana e tem um pórtico de 26 metros de altura. É deles também o desenho do Port Corporate, edifício da Tishman Speyer, que já está em construção ao lado do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).

— O Porto será uma grande experiência para a arquitetura carioca, que já fez escola no período áureo do Modernismo. O embate, a contraposição e o debate são fundamentais nesse processo de enriquecimento da qualidade da arquitetura — acredita Marcos Sá, diretor do STA.

Foi exatamente por acreditar nisso que a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ) resolveu dar ao seu prêmio anual, que será entregue amanhã, o tema Arquitetura Maravilha, em alusão às obras do Porto. Para o presidente da instituição, José Conde Caldas, os próximos prêmios já devem, inclusive, agraciar projetos feitos para a área:

— Nossos arquitetos têm a mesma capacidade de criar projetos que não deixam nada a dever a outras áreas revitalizadas do mundo.

Entre os que prometem dar o que falar, está o Porto Maravilha Corporate. Projeto do escritório paulista Aflalo & Gasperini, o empreendimento terá duas torres de escritórios que se conectarão formando um retângulo vazado.

E a região vai ganhar ainda dois ícones arquitetônicos, já em obras. O Museu do Amanhã tem assinatura do espanhol Santiago Calatrava em parceria com Ruy Rezende. E o Museu de Arte do Rio foi projetado pelo escritório Bernardes + Jacobsen e deve ser aberto no mês de março.

— Demos uma pegada bem carioca a esse projeto, que deveria ligar dois prédios bem diferentes dando uma unidade ao conjunto — explica Paulo Jacobsen, um dos sócios do escritório. — A arquitetura não tratou bem o Rio. O Porto é a oportunidade de trazer um padrão internacional para a cidade.

Para Vicente Giffoni, da AsBEA-RJ, a cidade vive hoje uma revolução:

— Isso exige excelente arquitetura nacional e internacional e uma visão integrada da cidade que estamos criando. E não é uma cidade para 2014. É para 2050.

BRT acelera a transformação de Campo Grande

Túnel da Grota Funda e corredor expresso reduzem a distância até o bairro e aquecem o setor imobiliário

RIO — Campo Grande já foi uma freguesia rural, mas quem ainda pensa no bairro da Zona Oeste como uma área pouco desenvolvida é porque, definitivamente, perdeu o bonde da história. Ou melhor, ainda não cruzou o BRT Transoeste e o Túnel da Grota Funda, que, este ano, deixaram a região mais próxima da Barra e do Recreio, por exemplo. Quem segue por este novo caminho ou pega a Avenida Brasil descobre que o lugar ganhou cerca de sete mil novas unidades imobiliárias nos últimos três anos, que mudaram a paisagem do bairro, dono de um comércio fervilhante. Somente pelo calçadão circulam cerca de 250 mil pessoas por dia. Boa parte desses consumidores são agora esperados no Park Shopping Campo Grande, que acaba de ser inaugurado com suas 276 lojas, sete salas de cinema de última geração e parque de diversões indoor, que prometem atrair clientela de todos os cantos da cidade.

Com cerca de 329 mil habitantes, Campo Grande tem apresentado melhorias em sua infraestrutura, segundo o diretor de Informações da Cidade do Instituto Pereira Passos, Sergio Guimarães Ferreira. Sobre a coleta de esgoto, um antigo problema da região, ele ressalta que dados do IBGE mostram que, atualmente, 81% da população têm o serviço. Em 2000, esse percentual era 39%. Na cidade como um todo, atualmente há esgoto em 90,9% dos lares.

— O mercado imobiliário não atua em locais abandonados. O cliente só compra empreendimentos em áreas com infraestrutura — diz Luigi Gaino Martins, diretor da unidade Rio da Lopes Consultoria de Imóveis, que aposta no bairro. — Somos a única grande empresa do ramo que tem uma equipe própria para Campo Grande, formada basicamente por profissionais que moram e conhecem bem a região.

Bairro é o campeão de arrecadação de ICMS

Bairro antigo, que começou a ser ocupado por volta de 1600, Campo Grande abriga hoje grandes empresas, como Ambev e Michelin, que impulsionam a economia e ajudam o bairro a ser o que mais arrecada ICMS na cidade. Quem afirma é o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, Guilherme Eisenlohr, que tem outros dados:

— Temos o maior número de agências bancárias por bairro. Se fossemos emancipados, seríamos a terceira cidade do estado que mais arrecada imposto, só perdendo para a capital e Caxias — conta Eisenlohr.

Entusiasta da região, o presidente também está atento aos problemas que ainda existem. Segundo ele, dia 11 tem reunião com o secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, para discutir alternativas para o trânsito. Ele cita ainda o problema de iluminação, que aumenta a sensação de insegurança em algumas áreas e poderia ter sido resolvido com a Unidade de Ordem Pública, prometida para julho.

— A base está pronta, chegaram a selecionar 250 agentes, mas adiaram a inauguração. Seria em agosto, mas até agora nada. Não dá para ficar apenas no discurso político. São 10 mil novas famílias na região, precisamos de infraestrutura.

Metro quadrado valorizado

Gilmara Pereira Teixeira, de 28 anos, acaba de chegar ao bairro. De casamento marcado para dezembro, ela morava com os pais em Nova Iguaçu e mudou-se para a casa nova na terça-feira, para facilitar a ida ao trabalho no novo shopping.

— Sou gerente de uma loja que abriu filial no Park Shopping. Aqui meu salário é melhor, aceitei o desafio. Acho que vou ter mais qualidade de vida — diz Gilmara, que paga R$ 1 mil de aluguel numa casa de dois quartos.

Presidente da Associação de Dirigentes de Empresas de Mercado Imobiliário, José Conde Caldas diz que o metro quadrado em Campo Grande hoje custa, em média R$ 3,5 mil. Na Freguesia, o valor é R$ 6 mil o metro quadrado e, na Barra, chega a R$ 7,8 mil.

Com ascensão da classe C, Campo Grande passou a ter características de regiões próximas, como Barra e Jacarepaguá. Mas, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura, Vicente Giffoni, este ainda é um bairro de personalidade:

— Houve a verticalização, mas ainda há condomínios de casas, com infraestrutura de lazer, como os da Barra e do Recreio. O bairro é um desafio grande para os arquitetos, que precisam seguir a renovação urbana e preservar as características originais do lugar.

 

ASBEA/RJ realiza o 1º Fórum de Arquitetura na 17º Feira Construir Rio 2012

Vicente Giffoni, presidente da ASBEA/RJ

Hoje, dia 8 de novembro, a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea-RJ)  realiza o 1º Fórum de Arquitetura na 17ª Feira Construir Rio 2012, no Riocentro. O presidente da associação, Vicente Giffoni, e o presidente da CAU-RJ, Sydnei Menezes, farão a abertura do fórum que abordará temas como “Olimpíadas 2012 x 2016 – Desafios e soluções na construção do Parque Olímpico”; “Arquitetos do Rio – O impacto dos novos projetos na cidade do Rio de Janeiro”; “Práticas e medidas para uma cidade sustentável”; “Projetos e experiências de empresas de vanguarda em construção sustentável” e “Arquitetos do Rio – A sustentabilidade na construção carioca”.

Segundo Vicente Giffoni, a construção sustentável é a aliança entre produto, tecnologia e um bom projeto. “Só há projeto sustentável quando se tem meios para que ele se concretize. O construtor deve saber a maneira correta para empregar esses produtos e se o material é indicado para a área do empreendimento”, afirma o presidente da AsBEA/RJ. Realizada de 7 a 10 de novembro, a Construir Rio 2012 é promovida pela Fagga/ GL Exhibitions em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio) e com a King Ouro, maior atacadista de material de construção do Rio de Janeiro. O evento conta com apoio de entidades como AsBEA e o Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ). A entrada é gratuita.

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